Governo do Uíge esconde dados de crianças fora do sistema de ensino

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 03/02 (Wizi-Kongo) – Na transacta sexta-feira (31/01), no Uíge, concretamente, no município do Bungo, 78 quilómetros a norte da cidade do bago vermelho, assistiu-se abertura do ano lectivo/2020, onde o governo provincial da região não teve a coragem em admitir o número de crianças que se encontram fora do sistema de ensino, simplesmente escondeu tais dados.

Igualmente, a nível da região do Uíge, escondeu-se o número de crianças que estudarão ao relento, ou seja, por debaixo das árvores, escombros e outros locais improvisados, principalmente, em cada zona das mais recônditas de cada município, entre os 16 que compõem as terras governadas por Mpinda Simão.

“Não se entende o porque que o governo não venha ao público manifestar estes dados, mesmo isto sendo do conhecimento de todos no poder a partir dos sobas nas aldeias, administradores comunais, administradores municipais, directores municipais, a directora do gabinete provincial e seus apoiantes na liderança deste sector e inclusive do próprio governador que a nível da província do Uíge, milhares e milhares de crianças não irão estudar este ano e outras milhares de crianças estudarão por condições improvisadas”, indignou-se Mbuta Npanzo nome fictício de um professor que falou hoje, segunda-feira, ao Wizi-Kongo.

Isto, continuo o entrevistado, viola os princípios da boa governação, demostrando que o governo local quer apenas vender uma imagem boa a nível nacional e além-fronteira de tudo estar bem nesta província, quando na verdade é uma mentira, pois, argumentou, o sector da educação carece por muitas melhorias a nível de todos os municípios, embora se reconheça ter-se dado passos significantes.

No município do Bungo, 78 quilómetros a norte da cidade do Uíge, local que acolheu o acto oficial da abertura do ano lectivo 2020, nesta sexta-feira (31/01), num discurso proferido pelo titular do poder provincial, Mpinda Simão, que na ocasião, avançou apenas os dados dos ganhos do sector e ficando guardado os outros dados relacionados com os que não vão estudar e os que estudarão em condições inadequadas.

Assim, segundo os dados positivos revelados durante o discurso do governador provincial do Uíge, Mpinda Simão, em 2020, o presente ano lectivo local conta com mais de 530 mil e 824 alunos matriculados, que serão distribuídos em 1.319 escolas, 53 das quais privadas, totalizando 6.856 salas de aulas.

Para o êxito do sector, os mais de 530 mil e 824 alunos matriculados, distribuídos em 1.319 escolas, 53 das quais privadas e que serão assistidos 6.856 salas de aulas, serão assegurados por 14 mil e 817 professores dos três níveis de ensino, nomeadamente, primário, primeiro e segundo ciclo.

Aquele governante, serviu-lhe ainda a ocasião, para destacar sobre o grandioso valor do sector da educação que tem na sociedade e lembrou em viva vôz que “não existe uma obra mais nobre no mundo a não ser a do educador”. Sem precisar datas e nem o exacto número de salas de aulas, Mpinda Simão, antes de terminar com seu discurso, disse que o executivo por ele liderado encontra-se a evidenciar esforços para atender todas as precauções e garantiu que em breve se fará levantamento para a construção de novas escolas.

Do outro lado, isto é, da vôz dos alunos, concretamente, na sua mensagem colectiva reclamaram da redução de números de salas de aulas e da merenda escolar, bem como reclamaram sobre assistência das aulas debaixo das árvores e não só.

Depois dos alunos, os homens do giz aproveitaram também a ocasião na sua mensagem para manifestar ao chefe do executivo provincial, pedindo que lhes seja dado a valorização do agente da educação em que se traduz no pagamento do subsídio isolamento, tempo de serviço, cargos de chefe de directores, chefes de secretária, de coordenadores de turnos e de disciplina.

 

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