“Lourenço enganou os jovens” gritavam manifestantes no Uíge

Por Alfredo Dikwiza e Jeremias Kaboco

Uíge, 24/08 (Wizi-Kongo) – Em gritos com forças, cânticos e cartazes, todos com dizeres “presidente João Lourenço enganou os jovens angolanos”, foram as mais notáveis maneira de passar a mensagem durante a caminhada da juventude local as ruas da cidade do Uíge, numa manifestação nacional contra o elevado índice de desemprego no país.

Todos destímidos e de forma ordeira, sem causar briga com as forças de segurança, concretamente, a polícia nacional que se fazia presente no acompanhamento milimétrico a manifestação, os jovens a essa actividade importavam-se apenas fazer passar a mensagem de descontentamento sobre as promessas feitas pelo actual presidente, durante a sua campanha de mobilização as eleições gerais de 2017, em que prometera meio milhão de empregos aos jovens, mas que na prática não se efectiva até ao momento.

Fomos enganados por João Lourenço, repetiam, prosseguindo que “ por causa do desemprego os jovens estão a roubar, as mulheres a prostituírem-se, as famílias estão a ficar cada vez mais desestabilizadas, porque há cada dia que passa a vida do angolano perde esperança e sentido de continuidade, por causa do elevado índice de desemprego”. João Lourenço não era isso que prometeu aos angolanos durante a campanha às eleições gerais de 2017, atiravam os manifestantes, interrogando que como é possível a mala de peixe de sardinha (lambula) estar no valor de 8.000,00, a caixa de coxa de frango 10.000,00, a caixa de carapau 30.000,00, o saco de arroz de 25 kgs 7.000,00 e muito mais, enquanto as famílias não têm o poder de compra.

“A baixa o João Lourenço”, “ a baixa o MPLA”, “aonde estão os 500.000 empregos prometidos aos jovens”, “não isso que os jovens esperavam de ti”, entre outras palavras, acrescentavam em seus gritos durante a marcha nacional sobre elevado índice de desemprego, que, no Uíge, iniciou às 11 horas da manhã, no parque de taxistas do Candombe-Velho, seguindo para as artérias da Agricultura, Comandante N´zage, 1º de Agosto e culminada entre o cruzamento o da rua dos Cães e a do Comércio, tendo a polícia nacional impedir que os jovens manifestantes chegassem a sede do governo provincial, na rua Agostinho Neto, como estava previsto.

Diferente dos dias anteriores, em manifestação, como o recente dia de ontem em que a polícia e os manifestantes, trocaram mimos em vários momentos, hoje, sábado, isto não foi notado, desde o começo até ao fim, nem mesmo quando a polícia impediu os manifestantes avançarem para a sede do governo, isso levantou a ira dos insatisfeitos com a governação do actual presidente de Angola e do partido MPLA, João Lourenço.

Segundo eles, prometeram ainda que as ruas continuarão sendo deles, ou seja, sempre saíram as ruas nos próximos momentos, enquanto situações de desemprego e mal governação forem notáveis no seio dos angolanos, “não somos criminosos”, “não somos saqueadores dos cofres do país”, “não estamos a combater ninguém”, sustentavam os manifestantes em suas declarações e, sim, citavam “estamos aqui e ainda estaremos aqui as ruas a exigir os nossos direitos que nos consagra como filhos legítimos desta terra”.

“A polícia é do povo e não do MPLA”, “a polícia também tem filhos, mulher e seus membros desempregados”, “a polícia não nos pode ver como criminosos, os criminosos são os dirigentes do MPLA”, “os angolanos estão a viver mal e péssimo por culpa do João Lourenço”, soltavam as vozes por via de mega-fones os activistas activos, Jorge Kisseque, Leo Paxi, Libertador de Mentes Aprisionadas, Tekassala Toco e tantos outros que complementavam essas citações.

“Reduzir um quinto à taxa de desemprego de 28, 8 por cento de acordo os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística, referentes a 2018, em 2017, concretamente no dia 22 de Julho, durante a campanha eleitoral para as eleições gerias, João Lourenço, prometera que, numa única legislatura iria conseguir criar os 500 mil empregos aos jovens”, estando aqui a legitimidade dos jovens exigirem do seu chefe de Estado dar o que prometeu, esclareceu ao Wizi-Kongo um dos estudantes a marcha, Mpembele Diamantino dos Santos. Além do Uíge, soube, hoje, sábado, o Wizi-Kongo, nesta cidade, que a marcha sobre elevado índice de desemprego a nível nacional, também decorreu nas províncias do Bengo, Cuanza Norte, Benguela, Lunda Norte, Malange e Luanda (capital de Angola).

No Uíge, a marcha decorreu num ambiente de paz e segurança.

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