Luto e dor no Uíge

Imagem de André Francisco de Nascimento

Por Aniceto Leonídio

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Ontem à terra que me viu nascer, foi pela negativa notícia no mundo a fora, parecia uma cidade de Alepo, perdida algures nesta imensa Angola.

Quando a notícia chegou-me, fiquei estupefacto, os relatos da rádio do país especializada no desporto, deu conta que o Recreativo do Libolo, marcou o seu único golo, aos 7 minutos, até na altura fontes dos órgão de informação davam conta de 17 vítimas mortais, coincidência ou não mas os números com alguma lógica, sofremos o golo aos 7 minutos, morreram 17 pessoas, no ano 2017 e Santa Rita de Cássia (escreve-se com 17 letras ).

Mais que estádio é este?

O actual estádio 4 de Janeiro, inaugurado a 17 de Março de 1968, na altura com o nome de Estádio José Ferreira de Lima, campo oficial do então clube Recreativo do Uige (CRU), situa-se na rua da Agricultura no centro da cidade do Uige. Com capacidade para 1500 (mil e quinhentos) espetadores, nas quais 21 espaços na tribuna, o campo possuem 4 portões de acesso, o portão frontal, deve ser reservado para as entidades protocolares.

O estádio somente tem bancadas na parte frontal do mesmo.

Diga-se de passagem que o estádio em epígrafe, foi reinaugurado em 2003, no dia 8 de Fevereiro por José Marcos Barrica (então ministro da juventude e desportos), fruto de um patrocínio na altura da Sonangol, aos deputados da Assembleia Nacional do círculo provincial do Uige. A sena de invasão e confusão no estádio não é nova, quando o Fabril (na altura representante da província no Girabola), num jogo a perder em casa com “Os Sassambas da Lunda Norte” uma confusão enorme foi desencadeada e com muitos tiros a mistura.

outrossim, o jogo num passado recente entre a União do Uige e o Sport Luanda e Benfica (também na estreia daquele clube), quase teve um final trágico, fruto da ma arbitragem de Maximina Bernardo.

RESPONSABILIDADES

No Domingo passado (5 de Fevereiro) do ano vigente, uma equipa de inspeção da Federação Angolana de Futebol (FAF), encabeçada pelo Sr. Antonio Damião Neto, deu voto de confiança ao estádio 4 de janeiro para receber jogos do GIRABOLA, segundo o Jornal de Angola do dia 7 de Fevereiro, as recomendações dadas, deveriam ser acatadas e efetuadas, num prazo de três dias, entre as recomendações constavam:
– Melhoria dos quartos de banho dos espetadores;

– Alinhamento do recinto do jogo;

– Alteração da abertura dos portões (uma recomendação falhada);

– Asseguramento da Polícia Nacional;

– Pintura das paredes.

No mesmo encontro entre outras individualidades, estiveram presente:

1- Massuma Daniel (responsável do estádio 4 de Janeiro), que prometeu cumprir as recomendações em 3 dias.

2- José Antonio Gaspar (superintendente chefe e comandante da ordem pública no Uige), que garantiu segurança;

3- Carlos Morais (vice-presidente do Conselho técnico da Associação Provincial de Futebol do Uige).

Segundo consta foi criada uma comissão de inquérito, esperamos todos, que este inquérito seja célere e que os culpados sejam responsáveis, pois há muita gente enlutada e muitas crianças que se tornaram órfãos.

Ainda só de opinião, que os óbitos, deveriam estar todos num único local, como forma de se homenagear e respeitar os nossos entes defuntos, pois acredito existir muitas famílias a passarem dificuldades mil, não basta se comprar as caixas, como é apanágio, mas todos óbitos num único locais, seria uma homenagem merecida para quem só pretendia ir ver futebol e regressar a casa, infelizmente não conseguiram regressar e estão sim numa morgue.

Os nossos profundos pesares as famílias a todas famílias.

 

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