Mbanza Hanza: “Primeiro o país e só depois os nossos pequenos grupos”

© Fotografia por: Edições Novembro
Por César Esteves

 

Afonso Mayenda João Matias, mais conhecido por Mbanza Hanza, é um inventor e pesquisador Panafricano. Pertence ao Movimento Revolucionário “Os 15+2”, grupo que se diz de pressão da sociedade civil. Em Dezembro do ano passado, esteve no debate com o Presidente da República, João Lourenço, ao lado de outros jovens.

O encontro deu azo a que companheiros dos “Revus” o considerassem “traidor”. Em entrevista ao Jornal de Angola, Mbanza Hanza fala, entre outros assuntos,  das suas experiências e das manifestações de hoje. “Acho que podíamos reduzir um pouco certas emoções; que não fosse propriamente a preocupação de se ter uma foto no Facebook”.

Mbanza Hanza faz parte de um grupo de cidadãos que ficou conhecido como os “15+2”, que, no passado, realizou várias manifestações para reivindicar certos direitos. Consegue ver, hoje, o resultado da luta que travava nas ruas?

Acreditar é poder. Acreditei que, embora fôssemos um grupinho de jovens, tínhamos desejos reais, bem fundamentados e alicerçados no nosso amor de construir um país diferente. Quando se quer, e quer-se para o bem comum, vence-se sempre.

Das mudanças que consegue ver, hoje, no país, qual delas mais lhe agrada?

Tudo aquilo que podemos classificar como bom. Por exemplo, esse momento que estamos a registar aqui agora. E é a primeira vez que sou entrevistado pelo Jornal de Angola, jornal oficial do meu país. Era, no passado, uma coisa totalmente impensável. Tenho defendido que os mesmos objectivos que nos movem são os mesmos que movem o Executivo, no sentido de que queremos todos um país melhor para os angolanos.

No último encontro que o Presidente da República manteve com os jovens, do qual fez parte, disse, e passo a citar: “Na perspectiva da maioria de nós, ou seja, dos que não estão aqui, os que estão aqui são traidores”. O que pretendia dizer?

Eu disse aquilo porque a leitura que nós, os “revus”, temos daquele encontro é diferente. Na perspectiva da maioria de nós, o Presidente da República não precisa de nos ouvir, porque não há nada que ele não saiba. O entendimento que se tem é o de que ir para um encontro daquele, para falar o que o Presidente já sabe, é perda de tempo. E, se ainda assim, fores, tu que és do grupo, és visto como alguém que tem outras intenções. No mínimo, já marcou um passo para passar para o outro lado. Parte-se do princípio de que estás a fazer o jogo do adversário. E é sobre isso que eu me coloco contra.

É dessa forma que passou a ser visto pelos seus companheiros, depois de participar daquele encontro? Um traidor?

Não foi só comigo. O facto mesmo de alguns de nós ter ido não foi bem visto. E é normal que assim aconteça, porque é assim que construímos esse país. Mesmo antes de começarmos essa entrevista, eu fiquei preocupado. Perguntei para mim mesmo como é que iriam funcionar as censuras por aqui. Eu vou falar algumas coisas e, depois, vão aparecer todas truncadas como, por exemplo, “Mbanza louva o Presidente João Lourenço” (risos).

O que o motivou a estar naquele encontro com o Presidente da República?

O país. Hoje, olho Angola de uma maneira diferente e quero ajudar a construir esse país. Se não transcendermos as nossas pequenas divisões, jamais nos conjugaremos para aquilo que é de todos. E, a ser assim, não teremos poder de lutar como grupo. Não podemos nos esquecer que o nosso país tem muitos recursos sub-aproveitados por nós, mas muito bem aproveitados por outros povos, que lideram a tecnologia e que nos fornecem o conhecimento. Se não tivermos a visão de que, primeiro, o país, e só depois os nossos pequenos grupos, vai ser difícil. O que vai acontecer é que, quem quiser ter acesso aos nossos recursos, bastará alinhar-se a um de nós. E se essa pessoa estiver dentro das ideias desse um de nós, vamos martirizar o nosso país, bem como atrasar o desenvolvimento.

Por fazer parte do grupo, permita-me o termo, “Os Revus”, a sua participação no encontro com o Presidente deixou muita gente admirada, por se acreditar ser impossível haver diálogo entre vocês e o Executivo…

Essa minha forma de ver as coisas vai continuar a espantar as pessoas que assim pensam. Mesmo depois da publicação dessa entrevista, as publicações que vão surgir, depois, dirão que já me vendi e que já traí a luta. Se não rompo com isso, não teremos um país, ou seja, ao invés de se apelar só que precisamos de transcender. Eu estou a fazer com o meu próprio exemplo.

O Mbanza Hanza esteve naquele encontro em representação dos seus companheiros ou apenas por si mesmo?

Não posso afirmar que estive naquele encontro em nome dos “Revus”, porque não fui delegado para tal. Por outro lado, não existe movimento assim estruturado e com um líder. Fui por uma questão de consciência e falei não dos meus anseios, mas dos anseios colectivos, abertos para cada um se rever ou não neles. Cada um de nós, que se fez presente, fê-lo voluntariamente. Esse é o primeiro aspecto. Segundo, o que falamos foi aberto. Os que se reviram nos meus pronunciamentos sentiram-se representados. Os que não se reviram não se sentiram representados. Não fui propriamente para representar. Fui para comunicar algo ao Presidente da República. Também basta julgar que nunca iríamos reunir consenso em relação à nossa presença naquele encontro.

Muitos dos que o acusam, hoje, de “traidor”, são os mesmos que caminharam consigo no activismo. Acha que deixaram de lhe reconhecer?

Não sei, propriamente, mas a repercussão daquele “duelo” com o Presidente da República vai ocasionar sentimentos de vária ordem. Há quem me aplauda e outros que vão sentindo raiva e ciúmes. É isso.

Também foi muito atacado nas redes sociais por, em vários momentos, aplaudir o Presidente da República, enquanto falava.

Muita gente levantou essa questão na minha página do Facebook. Aplaudi e acenei com a cabeça, enquanto o Presidente falava, com a mesma determinação que falo o que tem de ser dito no momento que tem de ser dito. Aplaudi e acenei a cabeça por duas razões básicas: primeiro, porque era uma forma de me comunicar com o Presidente da República e fazer com que percebesse que lhe estava a ouvir e a prestar atenção. Segundo, é um mais velho e é o meu Presidente a falar. É uma forma de mostrar respeito. Em relação às palmas, houve momentos interessantes, de sátiras que o Presidente foi lançando, que tinham graça. Da mesma forma que ninguém me deu uma agenda para eu falar, não acho justo que me digam que não devia bater palmas. Mas não iria bater palmas porquê? Será que bater palmas retirou o poder do que eu disse? Outra coisa que as pessoas precisam de perceber é que eu não fui para aquele encontro para lutar. Isso não faz o meu carácter. O meu combate é intelectual e não físico.

Como é que acha que o queriam ver naquele encontro?

Se eu me dirigisse com arrogância ao Presidente da República, seria muito aplaudido e visto como o grande “Revu”. Mas não é necessário e nem faz parte do Hanza. Mesmo quando a nossa luta justificava e o Nito Alves elaborou aquelas camisolas com dizer “ditador”, “carrasco”, “nojento”, sobre o rosto do anterior Presidente, eu acabei por não usar aquelas camisolas, porque tenho sempre este particular. Este sou eu.

O facto de estar a ser chamado “traidor”, por alguns dos seus companheiros, remete para a violação de um documento reitor ou estatuto do grupo ao qual pertence. Existe algum documento ao qual devem fidelidade?

Não é necessário haver um estatuto. A luta cívica tem uma filosofia e uma prática simples, que determinou que o trato com instituições estatais, encontros como aquele, com o Presidente da República, não adiantam. Parte-se do princípio de que o nosso palco de actuação são as ruas, com a realização de manifestações. As exigências são feitas nas manifestações, porque parte-se do princípio que não há nada que não seja do conhecimento do Presidente da República.

A sua participação no encontro com o Presidente da República pode ser entendida como o sinal de que não se revê nessa forma de pensar?

Não é uma questão de não se rever. É preciso chamar sempre à razão para a necessidade de ser você mesmo e não sempre o mesmo.

Num outro texto, publicado na sua página do Facebook, dirigido ao malogrado Carbono Casimiro, afirma que “a nova geração que se manifesta hoje está com muita força, mas completamente desfocada, desorientada e com uma dose de emoção. Não para, para avaliar e pesar melhorar a estratégia para actuar. É só mesmo tipo bois, que vão a abate”. É uma chamada de atenção que faz aos jovens que se manifestam hoje?

O erro é nosso. Nós, a velha guarda, também começamos assim. O que nos levou às ruas foram os anseios e, dez anos depois, não nos sentamos para estruturar a visão de luta. Essas emoções, na verdade, são nossas, transmitidas para a nova geração. As mesmas posições e intransigências que tomávamos são as mesmas que se repetem agora.

Como é que se pode corrigir essa falha?

Acho que podíamos reduzir um pouco certas emoções; que não fosse propriamente a preocupação de se ter uma foto no Facebook. A nova geração, por acaso, está motivada, mas vejo muito da nossa emoção neles. E, hoje, digo que não sei o que fazer para tentar dizer-lhes que não é bem assim. Também já não vale muito, porque qualquer tentativa para falar sobre esse assunto é-se logo conotado como alguém que está vendido.

Como acha que as manifestações para reivindicar certos direitos deviam ser feitas?

Gostaria muito que houvesse a figura dos mais velhos para tentarem, de vez enquanto, orientar como se deve fazer. Não tivemos isso e, possivelmente, também não estamos a ser isso para eles. E temo que, em função disso, as coisas venham, um dia, a descambar para sei lá. A minha preocupação é que podemos fazer melhor e que, ao invés de pedirem que façam, sermos nós a fazer. Quero que os meus manos olhem para essa direcção. Se eu já peço que se faça e, passados 10 anos, só foi feito 0,5 por cento e eu tenho a possibilidade de fazer 20 por cento, porquê é que não faço? É sobre isso que eu gostaria que os manos começassem a pensar.

Terão sido esses os motivos que o levaram a demarcar-se da manifestação do dia 10 de Dezembro?

Prefiro não responder a essa pergunta. A primeira vez que tentei pronunciar-me a respeito, fui muito mal-entendido e o que disse passou a ser usado como prova de que fui vendido. Por isso, prefiro não responder a essa pergunta.

E como é que está a reagir a esse julgamento público de que está a ser alvo, por sinal, conduzido por pessoas com quem caminhou durante anos de activismo?

Não estou preocupado com as acusações que me estão a fazer. O que estou a fazer é propôr uma visão macro sobre o país. Quero uma Angola com valores transversais. Não quero que continuemos presos nas visões partidárias, porque isso só nos divide, debilita a nossa actuação como povo, como Nação e facilita o aproveitamento. Não estou a falar só para os Revus, mas, também, para tudo quanto é organização, desde políticas, cívicas e até mesmo religiosas.

Que importância dá à iniciativa do Presidente da República em ouvir a juventude?

Se queremos governar para as pessoas, temos que as ouvir. É a prática para melhor governar.

O que mais lhe chamou atenção naquele encontro?

O facto de o Presidente da República ter um bloco onde anotava as preocupações da juventude. É um sinal, não uma certeza, de que vai acontecer alguma coisa. Não temos como governar um povo se não o conhecermos, razão pela qual apelei, no encontro, para a necessidade de o Presidente nos conhecer e descer mais à base, para ver como as pessoas estão a viver. Porque, muitas vezes, as soluções pensadas em cima não são as desejadas na base.

Que impressão tinha do Presidente da República, antes de participar naquele encontro? Que impressão passou a ter dele depois?

Ao logo desse tempo, o Presidente que eu conhecia era sempre o da televisão. E sou muito céptico à questão de televisão. Porque as coisas são muito arranjadas. Se não é o discurso, é o homem que edita e faz os cortes. Então, não tens uma sequência. Ir àquele encontro foi para conhecer quem me governa. Eu não tive essa oportunidade com o anterior Presidente, queria muito. A impressão que passei a ter do Presidente da República, depois do encontro, é a de que tenho um Presidente muito inteligente. Não estou a dizer que temos o melhor governante. Não é isso. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Porque governar é com trabalho, mas temos uma pessoa inteligente. Fiquei bem impressionado e até com vontade de debater. Um outro aspecto que me marcou foi que, durante o tempo em que esteve aí, o Presidente não leu nada. Quando o via na televisão, normalmente, estava sempre a ler. Por outro lado, antes de começar a responder às nossas questões, fez um pequeno discurso, de perto de 20 ou 25 minutos. Todas essas coisas começaram a dizer-me que estava a conhecer um Presidente diferente. Um outro aspecto que também me interessou muito foi o que, durante o tempo em que estive naquela sala, ninguém veio procurar saber de mim, o que eu iria falar. Não houve isso.

Há alguma mensagem que gostava de deixar, sobretudo, aos jovens que o vão ler?

Se você desrespeita o teu governante, amanhã poderás ser governante e as pessoas também não te vão respeitar. Quando eu digo respeitar o governante, é pensar primeiro em ti, porque quem vai ser esse governante, depois, és tu. E vais querer ser respeitado. Porque se reconheces que algo está a ser bem feito e crias essa mentalidade, amanhã, se fores o governante, o teu cidadão também vai reconhecer o que está a ser bem feito e o que está mal. Se educares as pessoas a verem só o que está mal, quando for a tua vez, eles também só vão ver o que está mal. E isso vai chatear-te. Já imaginaste ter 99 por cento de bom, mas as pessoas decidem ver apenas o um por cento do que está mal? As manifestações de agora, como podem ser vistas, estão a apegar-se a coisas que, na opinião deles, o Presidente não está a fazer ou não fez, como são as questões das autarquias, o alto índice de desemprego (aqui destaco a promessa dos 500 mil empregos, feita pelo Presidente da República). Mas há coisas que estão a ser bem feitas e há sinais de melhorias. Não reconhecer isso é deitar toda a minha luta por terra.

Como é que está ser encarado, pelos seus companheiros, por estar a ver as coisas nessa perspectiva?

No início, depois que se levantou o assunto das casas, fui muito atacado. Mas, depois do encontro com o Presidente da República, muitos mudaram a forma como olhavam para mim, porque notaram que era o mesmo e que não havia mudado. Nessa altura, muito dos meus companheiros deixaram de me atacar.

Falando em casa, é verdade que o Mbanza Hanza recebeu uma, por ter participado naquele encontro com o Presidente, conforme se escreve nas redes sociais?

Não recebi casa alguma. Se estão a tomar o dia do encontro com o Presidente para cá, não recebi nenhuma casa, carro, muito menos proposta de contrato. Tudo o que estou a receber, de todos os lados, sobretudo dos partidos políticos MPLA, UNITA, FNLA, são elogios pela postura que tive naquele encontro. Isso é o que eu recebi e está garantido. Até achei estranho que pessoas do MPLA ligassem para me elogiar. Isso dá-me um pouco mais de optimismo, porque significa que, afinal, podemos trabalhar em conjunto.

De quem foi a iniciativa para elaborar a lista com o nome de integrantes do movimento Revu, que vazou na Internet?

A decisão para elaborar aquela lista saiu de uma reunião de mais de 20 pessoas ligadas ao movimento os “Revus”. Mas é importante esclarecer essa questão. Em 2019, sou contactado por Isaías Kalunga, para me falar, pela primeira vez, das casas recuperadas pelo Estado. Inicialmente, convidou apenas a mim para concorrer ao processo de adesão às casas. Disse-me que haveria uma reunião na Casa da Juventude, onde se iriam esclarecer as modalidades de acesso. Aceitei participar dessa reunião. Lá, fiquei a saber que havia dez vagas para os “Revus”. O Kalunga propôs-me o desafio de levar essa informação aos meus companheiros. Nessa conformidade, convocou-se uma reunião, onde se apresentou a questão das dez vagas. Expliquei aos companheiros os critérios de acesso às casas. Disse que a modalidade de pagamento era por renda resolúvel, durante 20 anos. Face aos requisitos, eu disse que qualquer um de nós poderia pagar uma das casas. A casa mais barata custava 11 mil kwanzas e a mais cara 17 mil kwanzas mês. Quem não  tivesse como pagar, tinha a possibilidade de entrar com o pai, mãe ou qualquer outra pessoa que assumisse, em declaração, que passaria a pagar para o candidato. A informação de que só havia dez vagas deu lugar a um aceso debate. A solução encontrada, para essa situação, foi a formulação de uma contra-proposta, no sentido de que as vagas subissem para 100.

E essa contra-proposta reuniu consenso?

Sim! Nesse aspecto, entendemo-nos todos. Até os que estavam mais exaltados acabaram por concordar. Mas, para que não parecesse que os 100 activistas não existiam, os 20 integrantes do movimento, presentes naquela reunião, decidiram compilar uma lista com 100 nomes de integrantes do movimento, sem o consentimento deles, porque já não havia tempo para os consultar. Eu, particularmente, acabei por viajar nessa altura e a urgência do próprio processo também não permitia tanto. Todavia, acreditamos que, com um grupo de 20 pessoas, poderíamos, depois, explicar-nos melhor junto dos que não estavam presentes na reunião.

E o que se fez, depois, com a lista?

Enviamos ao Kalunga, mas este disse que era difícil conseguir 100 vagas. Disse que só conseguiria aumentar duas, que totalizariam 12 vagas. Como a contra-proposta não vingou, ficou-se por aí, mas, nessa altura, a lista com os 100 nomes já tinha ido. Por esquecimento, também não informamos aos outros sobre ela. Passado um ano, e já praticamente todos esquecidos daquele processo, no ano passado, de forma surpreendente, a lista aparece na Internet, como se de um assunto daquele momento se tratasse. Muitas pessoas que nunca foram abordadas sobre o processo, ao verem o nome na referida lista, ficaram preocupadas e começaram a fazer pronunciamentos públicos, dizendo que não se reviam nela. É importante esclarecer que os nomes não foram postos na lista para comprometer ninguém.

Pelo que conseguiu apurar, como é que as casas seriam distribuídas?

O Presidente da República decidiu que 30 por cento daqueles imóveis fossem adjudicados aos jovens. Mas tinham que ser todos os jovens, independentemente das sensibilidades e opção política. Até os revus tinham direito. O CNJ foi escolhido para gerir o processo, por ser a plataforma que congrega as organizações juvenis do país, bem como para garantir que as vagas chegassem aos jovens. O CNJ fez um trabalho de pré-distribuição. Para as organizações políticas, como a JFNLA, JURA, JPA, 15 vagas para cada; para as organizações filiadas ao CNJ, 20 vagas. Acho que para as ONG foram 10 vagas. Para as organizações não filiadas ao CNJ, cinco vagas, à excepção dos Revus, que, mesmo não estando filiados ao CNJ e não sendo uma organização registada, tiveram dez vagas. Quem aderiu às casas, fê-lo por sua consciência. E quem não aderiu, também fê-lo por sua consciência. Como o número de pessoas que queriam passou as 12 vagas, eu decidi ceder, voluntariamente, a vaga que seria para mim. Quando essa informação chegou ao conhecimento do CNJ, acharam que eu não devia ficar de fora e, em função disso, subiram o número de vagas para 15. Nas três aumentadas, eu acabei por entrar. Mas isso tudo aconteceu em 2019.

Perfil

NomeAfonso Mayenda João Matias, mais conhecido por Mbanza Hanza.
Data de Nascimento19 Abril 1985.
Local de NascimentoMunicípio de Milunga – Uíge.
Estado CivilUnião de facto.
ProfissãoWumbangu Sono, Programador de softwares.
FormaçãoMasono Mandombe; Engenharia Informática.
SonhoFuturo Presidente de Angola.
Lema de vidaSomos inquilinos neste planeta e a nossa responsabilidade é cuidar um do outro; Todos temos vontades, todos temos necessidades, mas devemos lembrar-nos que os recursos são finitos e se todos quisermos ter tudo não vai haver tudo para todos.

Mbanza Hanza define-se como Muntu, um atributo de responsabilização. É inventor e pesquisador Panafricano. Foi Professor pelo Ministério da Educação, de 2005 a 2017. Estudou Engenharia Informática, tendo, deliberadamente, rejeitado o certificado que lhe atribuía o grau académico, como forma de protesto contra uma situação que viveu na instituição. Desaprendeu a auto-classificar-se, sonha e luta por um mundo mais cósmico e menos universal.

Via JA

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