A moeda ‘Zimbu’ e a sua primazia entre outras ‘moedas’ de troca

Por José Carlos de Oliveira

 A moeda ‘Zimbu’ e a sua primazia entre outras ‘moedas’ de troca

 

Neste império, só não era cunhada a moeda porque, em sua substituição, existia uma concha denominada – ‘zimbu’ – autêntica moeda pré-fiduciária, à qual eram atribuídos valores cambiais. De entre as obras que se referem ao ‘zimbu’, destacamos pelo detalhe das suas informações: “O Sumário e descripção do Reino de Anguola e do descobrimento da ilha de Loanda e da grandeza das Capitanias do Estado do Brazil”, da autoria de Domingos de Abreu de Brito escrita no ano de 1592[1]. Estes búzios apareciam em toda a costa de Angola, embora os mais belos exemplares fossem da ilha de Luanda. Contudo, a sua apanha era autorizada pelo rei do Kongo, apenas nas quatro léguas do lado norte, em alturas de seis ou sete braças e em quantidade estritamente suficiente para as necessidades, de forma a evitar que chegasse ao conhecimento do rei de Portugal, notícia de tanta riqueza. Ao que parece, Paulo Dias de Novais, embaixador do N’Gola junto do rei de Portugal e sequentemente, representante do N’Gola junto ao rei do Kongo, não teria dado conta ao governo central de tal negócio e, daí as precauções tomadas por aquele soberano.

Com efeito, o resultado da extracção, no século XVI, subia a sessenta contos, quantia essa dividida entre o rei do Kongo e os governadores da ilha. Para gerir e fiscalizar a exploração do zimbu, havia um órgão coordenador, composto por três nobres Kongueses – D. Pedro Maniloanda, D. António Maribunda e D. João Maniposo, para além do negro Fernão Duarte, como escrivão. Esta referência particular à circulação de diversas “moedas”, como objectos de troca, mereceu, à chegada de Diogo Cão e seus companheiros, a maior atenção, (desde logo, apelamos, para o cuidado a ter com as enormes diferenças conceptuais, relacionadas com o valor das diversas trocas em causa). O maior conhecimento acerca das diferentes formas de troca, entre as populações contactadas, nos pontos de escala escolhidos pelos navegantes, de acordo com os seus informadores e guias, fazia dos portugueses sérios competidores, face a outros grupos, vindos do interior, em pequenas ou longas caravanas, dependendo o seu tamanho, em termos de carregadores, do tipo de mercadorias e dos volumes a transaccionar. Tratava-se da primeira vez que estas populações traficavam com gente vinda do mar, o que lhes trazia enorme vantagem, em relação aos mercadores islamizados. Parte das populações acreditava que os seus antepassados vagueavam pelo oceano e, assim, imediatamente formularam diferentes hipóteses que justificassem a sua presença, entre elas, aquela questão do termo n´dele e o medo relacionado com o seu significado. Como já foi referido, n’dele era uma espécie de sombra, de alma que os atormentava nos seus sonhos e superstições. Não custa, ainda hoje, admitir, que durou algum tempo a admiração e o espanto que os portugueses causaram nas incrédulas mentes dos mercadores zombo. Porém, e após as primeiras e demoradas embaixadas portuguesas, começarem a perceber que essas ditas almas também invejavam, também morriam e que, além disso, podiam ser confrontadas no seu saber.

Os n’ganga [2], mais propriamente os possuidores de poderes mágicos, termo adoptado pelos missionários portugueses face aos feiticeiros zombo, na altura pouco conhecedores da cultura exorcista kongo, podiam e deviam enfrentar com êxito, os n´ganga ya Nzambi ou nganga yo missa, como começaram a apelidar os sacerdotes estrangeiros. Estes termos estavam envolvidos, não só pelo poder maléfico, como pelo benéfico, dependia do ponto de vista como era encarado, se do nosso se dos outros. Porém, e infelizmente para eles, a sua bolsa de valores locais era distinta da bolsa de valores da velha cidade europeia de Bruges, local, como é sabido, onde se reunia a alta finança, os banqueiros, os mercadores, os negociantes, os agentes de câmbio, entre outros agentes financeiros, para procederem às suas excepcionais trocas. Esta gente e processos de troca eram também desconhecidos dos capitães do mato, nome apropriado, desde sempre, para aqueles que andaram mourejando pelas terras do sertão.

Logo após as primeiras transacções, os cristãos-novos, excelentes negociadores, que acompanhavam as expedições, encontraram forma de se aproveitarem do muito menor conhecimento dos nativos zombo, naquilo que agora chamamos de engenharia financeira. Essa forma de encontrarem vantagem veio através da troca convencional de mercadorias, existente entre as populações locais. A tipologia de troca que mais os interessou foi a moeda zimbu que se tratava de um búzio do tamanho de um bago de café e constituía moeda corrente, em quase toda a costa ocidental africana. O historiador Elias Alexandre da Silva Correia, por sua vez, define essa moeda com as seguintes palavras: “Este miudíssimo Marisco – de figura piramidal, matizado de delicadas pintas pretas em ordem espiral, sobre uma superfície lisa, brilhante, de cor de pérola –, é pescado por meio de cestinhos sobre a costa do mar grosso.”[3]

De facto, esta moeda-mercadoria aparecia em toda a costa de Angola, mas a da ilha das Cabras, como era conhecida, pelos locais, a ilha de Luanda, não se confundia com os zimbu demais. Esta prática de recolha era exercida por mulheres, exímias nadadoras, que se afoitavam alguns metros, mar a dentro. Nesse local, mergulhavam, enchiam de areia os seus cestos cofos para, já na praia, fazerem a escolha dos búzios, classificando-os de cascalho, meão e inclusivamente distinguindo o macho da fêmea. Isto significa que o verdadeiro zimbu não se confundia com outros búzios – ‘bagos de coral falso’ – de menor valor, o que não invalidava a concorrência “desleal”, para o pagamento de pequenos serviços como o fornecimento da água e da lenha.[4]

A moeda Zimbu[5]

A moeda Zimbu[5]

Paulo Dias de Novais, personalidade supra-referida, para levar a bom termo a conquista de Angola, usou todos os esquemas ao seu alcance, legais e ilegais, para desipotecar os seus bens e os da sua família, afectos ao compromisso empresarial assumido. De tal forma lhe correu mal a conquista de Angola (face às suas expectativas), empresa de grande vulto para a época e para os meios envolvidos, o que o levou “ (…) a enviar directamente escravos para o Brasil, sem a necessária avença, pelo que os mesmos são apreendidos. (…) Alegou o capitão que a carga se destinava a conseguir pólvora e «outras coisas necessárias para a conquista em que o dito governador Paulo Dias andava. (…)” [6]

O que se depreende daqui, é que Novais não estaria disposto a entregar parte dos lucros de exportação a outros intermediários. Porém, outros interesses e de maior amplitude se teriam interposto. Para uma melhor compreensão (visto que dedicaremos à escravatura um subtítulo) do tipo logística necessária basta lembrar que, em primeiro lugar, como meio de transporte, a caravela era muito limitada na carga a embarcar, o que pressupõe algumas unidades em constante movimento; em segundo lugar, o estacionamento de escravos nos portos de embarque era muito dispendioso, tendo em conta que os mesmos teriam de recuperar fisicamente, para poderem enfrentar a longa viagem que se lhes deparava pela frente e, finalmente, em terceiro lugar, o objectivo do responsável pela caravela era distinto do objectivo do dono do negócio. Portanto, não era fácil a execução de tamanha tarefa, apesar dos conceitos da época, deveria de haver gente sensível aos horrores enfrentados por aqueles desgraçados seres humanos.

Outras moedas foram coabitando com o zimbu, tais como, por exemplo, o cobre, o bronze e o latão. Estas moedas apresentavam diferentes formas e as mais usuais foram as manilhas de cobre e de bronze, algumas de espectacular beleza como é o caso das cruzetas e do fio de cobre. Sobre estes artefactos existe uma numerosa e cuidada bibliografia a que faremos referência. Os documentos históricos mais remotos indiciam, em Angola, a existência de gente especialista na extracção e preparação dos referidos metais: os célebres mubire, na língua kimbundu e que, em kikongo, eram conhecidos por nkelexi; segundo a pormenorizada descrição do missionário Cordeiro da Matta tratava-se de uma “Raça ou família que (supersticiosamente) só pode dedicar-se ao ofício de ferreiro e trabalham em tendas volantes nas feiras do sertão (…). Os negros Mubires são oriundos do Loango e foram mandados para o Encoge em 1759 quando se fundou este presídio. São outros os usos e os costumes destes negros. Entre eles não existe escravidão, são activos trabalhadores e inteligentes para o negócio.”[7] . Quando se menciona a data de 1759, sabemos que Portugal se encontrava sobre as mãos de ferro do Marquês de Pombal e que a siderurgia de Nova Oeiras em Angola se prende com o presídio de Encoje. Na Revista Militar Portuguesa, encontramos ainda inestimáveis legados, entre eles o seguinte sobre o kongo e os dembos: “ (…) Estes Mubires estabeleceram-se nas terras de Muene-Coxi e com algumas fazendas, compraram escravos que foram distribuídos por entre eles, para propagação da raça da qual se distingue o ramo Mahungo. Os mubires são negros tratantes e feiticeiros que vivem espalhados pelo reino do Kongo, uma espécie de ciganos, tão temidos como feiticeiros que ninguém ousa tocar um objecto Mubire.(…)”[8]

Eram uma sociedade secreta, profundamente fechada sobre si própria, os senhores dos Dembos consideravam-nos os melhores defensores da sua independência e liberdade, sendo por isso muito disputados. Nas reais fábricas de ferro de Nova Oeiras, trabalhavam-no homens deste dembado.

Estas considerações tornam mais compreensível a procura e o grande valor deste instrumento de troca com carácter de moeda. A própria utilização como ornamento de manilhas, colares e outros enfeites não estavam ao alcance de todos, diríamos que eram privilégio de uma minoria, por isso, os europeus bem depressa engendraram o modo de se assenhorarem do seu controle. Quando Serpa Pinto atravessou África, de lés a lés, deixou relatos assinalando as regiões de grandes artistas como era o caso dos luchazes, hábeis na confecção de manilhas. Usavam o cobre que os lobares lhes levavam da Lunda, para permutar a cera. [9] Foram os seus descendentes que, em 1961, estiveram na frente da fabricação de espingardas cujos canos eram feitos de tubos galvanizados de canalização para águas domésticas e a maioria com ¾ de polegada de diâmetro, os célebres kanhangulo, ao ponto de ter sido proibida a venda, no norte de Angola, da referida tubagem. Naturalmente que, nessa altura, estariam na posse das populações kongo, armas fabricadas a preceito, mas essas eram compradas no mercado comercial.

Fotografia Nº Captada especialmente para mostrar os artigos negociados. Colecção de uma igreja[10]

Fotografia Nº Captada especialmente para mostrar os artigos negociados. Colecção de uma igreja[10]

A oportuna fotografia descreve-nos ‘o espírito comercial da época’, forma característica de mostrar os diferentes produtos. Só o ‘tal espírito comercial de cada época’ fazia dos diversos tipos de mercadores, os profissionais credíveis. As populações, nos diferentes tipos de mercado, sempre foram e serão impressionadas por aqueles que, por esta ou por aquela razão melhor as convencem a comprar o seu produto. Na fotografia pode observar-se a oferta comercial de origem europeia, que corria como “moeda de troca”, na Bacia do rio Zaire, e mesmo em toda a África negra. Como podemos observar, podem distinguir-se: varetas de cobre, a garrafa de aguardente, a lata de querosene, a Sombrinha de Sol (ou chuva), usada quase exclusivamente por aquele que tinham o poder mágico de ‘mandar vir’ a chuva; ao centro, uma cabaça com pólvora, e por detrás desta, um tapete. Junto ao guarda-chuva estão ovos e, ao centro, um prato com caixas de fósforos. À frente, observamos um molho de detonadores. Do lado direito, identificamos peças de tecido. Estamos convencidos que a disposição dos produtos, em cima da mesa, não era aleatória, embora houvesse sempre vendedores que não davam importância à disposição dos artigos em exibição.

Voltando aos produtos de troca em cobre, latão e bronze, o missionário John H. Weeks (1911:1), dá-nos uma singular panorâmica sobre as transacções de uma vareta de cobre, começando por descrever o seu percurso. Primeiro, diz-nos que os Ingleses no século XIX, vendiam nas melhores condições as varetas de cobre obtidas nas suas fundições, em Inglaterra. De lá, exportavam os derivados do cobre, que obtinham também em África. As varetas de cobre constituíam com os têxteis, a pólvora, as armas e o rum, parte dos principais produtos perfeitamente transaccionáveis, este último obtido a baixos preços nas destilarias da América central e do sul.

Preferimos transcrever, em tradução criteriosa, a citação do missionário (1911:341): “ (…) Medindo agora só onze polegadas – Numa grande área do Congo os fios de bronze maleável de calibre 34 ainda são, e tem sido desde há muitos anos, a moeda de troca e a medida de valor entre os nativos. Estes fios foram provavelmente e, em primeira hipótese, introduzidos e utilizados para efeitos ornamentais, como junção para lanças e facas, ou amolgadas em barras ou arame para decorar os cabos das suas melhores lanças e remos. No princípio, o arame era comprado em vários comprimentos e de muitas espessuras, de acordo com as necessidades do comprador e do seu poder de compra, bem como o valor do artigo que ele oferecia ao comerciante em troca daquele. Mais tarde eles acharam de mais fácil manipulação tê-los em comprimento de trinta polegadas, e estes eram encurtados por aqueles que tinham mais, cortando meia polegada de cada um e fundindo os pequenos pedaços para enfeites em forma de anel para o tornozelo, para o pescoço, e para os braços, adquirindo também os seus arames só para os cortarem, isto é, retiravam pequenos pedaços de cada vareta e encaminhavam essas mesmas varetas como moeda de troca pelo seu valor anterior. Tantas vezes isto foi feito que as varetas de trinta polegadas ficaram reduzidas a vinte e sete polegadas e consequentemente os vendedores de mercadorias procuravam as varetas mais curtas do que as mais compridas.

Este processo de cortar pequenos pedacinhos das extremidades aconteceu durante trinta anos, e o resultado é que a vareta de cobre foi gradualmente diminuindo em comprimento até agora, no Baixo Congo, é dificilmente de cinco polegadas, e entre os Boloki do distrito de Monsembe é de onze polegadas, e se a introdução do dinheiro não destronar a vareta ela medirá só quatro ou cinco polegadas também nesta zona. (…)”

É claro que, à medida que a vareta diminuía de comprimento o vendedor de um artigo pedia uma maior quantidade de varetas pelas suas mercadorias. Assim um artigo que já tinha valido três varetas de trinta polegadas agora valia trinta varetas de cinco polegadas; a vareta não só encurtou o seu comprimento, mas também através da introdução de tanto cobre no país, durante o último quarto de século, viu o seu valor diminuir drasticamente.

As informações obtidas pelos autores das fotografias, a última apresentada e a que se segue, fazem crer que o traficante branco se norteava sempre pela libra inglesa para avaliar os produtos a comprar. O hábito de negociar entre os kongo, induzia-o a uma percepção rápida quanto a se valia a pena ou não, continuar a negociar determinado produto. Nesta circunstância, apesar dos razoáveis conhecimentos da língua nativa o funante

 A moeda ‘Zimbu’ e a sua primazia entre outras ‘moedas’ de troca

[11] branco não deixava de recorrer a um língua zombo. Por outro lado, as populações nativas do Congo tinham sempre, à sua maneira, exemplos contabilísticos em mente, por exemplo: quantos fios de bronze seriam necessários para o “bride price” ou alembamento, como se diz em kimbundu, sabendo que a barra de bronze, por si só, valia o “preço da noiva”. Ainda hoje, estas transacções revelam ser algo de sui generis, sendo, por vezes, revestidas, de um teor teatral: é ver quem mais dissimula o desejo de fechar o negócio e quem mais simula o interesse no produto

Naturalmente a desproporção tecnológica para a obtenção dos derivados do cobre, do bronze Exemplos de moeda nativa[12]

(resultado da mistura do cobre com o zinco, que dá ao produto acabado um tom parecido com ouro velho) e do latão bem como do ferro davam e dão, vantagens inultrapassáveis aos detentores daquilo a que chamamos a tecnologia de ponta. Como já referimos, este processo fazia com que o ferreiro parecesse um mágico, um muntu wa bi’, um homem mau. No dizer dos kongo, quando se pronunciava o nome da seita dos ‘mubire’ (atrás identificados), falava-se dela com o maior respeito, tratava-se duma profissão secreta.

A pouco e pouco, havia grupos étnicos que, em geral, encararam, pela primeira vez, a ideia de serem ferreiros ensinados pelos brancos. Estamos em crer que esse medo só foi ultrapassado porque eram os nganga Nzambi, mais propriamente os missionários a ensiná-los. Aos poucos, devem de ter perdido o pavor (mais que medo) de iniciarem a aprendizagem. Tal como em outras profissões modernas (como é o caso de aprenderem a conduzir camiões) tornaram-se ídolos da população, um novo conceito de feiticeiro.

O processo de fabrico requer a noção de oficina tal como se pode apreciar pela foto tirada ao grupo de ferreiros na oficina da Missão Baptista, cada um com a sua “especialidade”. Os missionários percebiam que os primeiros interessados na arte, para que não lhes fugisse o controle ideológico, seriam os filhos dos próprios ferreiros nativos, com isso conseguiam uma profunda revolução mental na sua educação cultural e mágica através dos novos aprendizes.

O Ferreiro (1911:258)

O Ferreiro (1911:258)

Voltando, ao domínio da troca comercial os portugueses, em África, de uma forma geral, dedicavam-se mais à compra de escravos, cera e marfim. As outras potências, mais fortes e com uma superior tecnologia, valorizavam e rentabilizavam muito mais os seus negócios, com unidades transformadoras, como a têxtil e a metalurgia. A Inglaterra levava um avanço abissal face a Portugal, já em 1800 tinha instalado 500 máquinas a vapor embora fosse com a indústria têxtil que se tornou a grande potência mundial transformadora de têxteis. Já em 1788, tinham-se instalado 20.000 Jennys, (máquinas de fiar) para, em breve, se iniciar a estamparia. O avanço da metalurgia era também desmesurado, a aplicação do carvão de pedra ao fabrico de ferro tinha permitido aos ingleses colocarem-se à frente da revolução industrial. Portugal, segundo João Pereira Neto, numa investigação sobre A Família e a Sociedade Portuguesas Perante a Industrialização (1970), diz o seguinte sobre ‘A Primeira Fase de Industrialização’: “ (…) Parece ter tido início há pouco mais de meio século e ter-se processado essencialmente nos sectores da fiação e tecelagem e das conservas de peixe. A insuficiência da indústria transformadora, particularmente no domínio metalomecânico, era suprida através da importação ou da actividade de pequenas oficinas locais cujos mestres tinham uma certa independência económica e que serviam também de centros de formação profissional para jovens aprendizes que, em certos casos pagavam mesmo a sua aprendizagem.(…)”[13] Posto isto, não nos é difícil de entender parte substancial do assunto, que vimos tratando, no entanto, como durante a nossa investigação bibliográfica deparámo-nos com o seguinte documento, com ele pretendemos contribuir ainda, para a análise do assunto em questão:

 A moeda ‘Zimbu’ e a sua primazia entre outras ‘moedas’ de troca

Primeira folha de anúncio do primeiro-ministro de Sá da Bandeira, em Portugal, para angariar empresa mineiras para Angola. (microfilme do Instituto de Investigação Científica Tropical, do Arquivo Histórico Ultramarino)

 A moeda ‘Zimbu’ e a sua primazia entre outras ‘moedas’ de troca

Segunda folha do anúncio publicado pelo primeiro-ministro Sá da Bandeira, em Portugal, no ano 1854. (microfilme do Instituto de Investigação Científica Tropical, do Arquivo Histórico Ultramarino)

Apesar deste aperfeiçoamento nas artes dos metais e o seu correspondente domínio comercial como moeda corrente, outros produtos mantinham excelente cotação financeira: as fazendas. Uma das fazendas mais importantes eram os panos, para que se tenha uma ideia do seu multi- secular valor fiduciário, ainda hoje, alguns tecidos, vendidos e preferidos pelas populações da África negra, têm correspondência directa em relação ao dólar americano, quanto fará em relação à moeda oficial da República Democrática do Congo, a moeda Zaire ou a da República Popular de Angola, ou seja, a moeda Kuanza. Referimo-nos aos célebres africa prints, os chamados pintados do Congo ou panos do Congo, que as mulheres do Senegal, da Nigéria, do Zaire, entre outras regiões, ao exibirem os seus kimonos e bubús, pelos melhores hotéis das grandes capitais como pelos mercados rurais, causam o maior fascínio nos homens. Neste contexto do poder dos panos, do seu prestígio e beleza, cabem as colchas e os cobertores ngudikama com que as populações, em vida, preparavam e ainda preparam o enxoval para o enterro dos seus entes queridos; quanto mais colchas e ngudikama, maior prestígio para o morto e para a sua família. Todo este fabuloso monopólio comercial esteve e está na mão de oligopólios judeus, especialmente holandeses, que exportam não só para África, os mesmos tecidos têm o nome de Java prints em todo o Oriente e também lá o monopólio pertence aos ditos judeus. No que se refere aos cobertores ngudikama, eram mantas sobre os tons cinza e azul, ou sobre os castanhos, que serviam para almofadar, o corpo do falecido, antecipadamente embrulhado, por vezes em centenas de metros de pano-crú de algodão. A palavra em si usa o substantivo ngudi que significa mãe e, por sua vez, kama significa o numeral cem, como número infinito, então podemos presumir que a ideia seria a mãe de todos ou a grande conselheira para o envolver aconchegadamente nesta viagem.

Voltemos ao Congo, para lembrar que não foram os portugueses a introduzir no sertão as fazendas, mas sim os povos islamizados ou mesmo os próprios árabes para comprarem escravos. O que os povos navegadores ocidentais fizeram, foi dar continuidade ao mercado já estabelecido tornando-o incomensuravelmente maior e o mercado foi-se expandindo conforme a carga dos barcos negreiros se foi optimizando. Note-se que, segundo Rebelo de Sousa (1967:49), “ (…) As fazendas, inicialmente mais correntes foram a “garrafa”, o “pano” o “cortado”, a “peça” e a “espingarda”. A “garrafa” como a “fazenda”, não seria propriamente a vasilha em si, mas a quantidade de líquido necessária para a encher. Este líquido era, normalmente, uma bebida alcoólica, quase sempre a aguardente. O “pano” seria inicialmente uma porção de tecido grosseiro, de tamanho e finalidades idêntico à mabela, tinha sensivelmente o mesmo valor que a garrafa. O “cortado” era constituído por um determinado número de panos, o suficiente para vestir um indígena, cingindo-lhe com uma parte a cinta e os ombros com outra. A “peça” seria a porção de tecido que o tear dava de cada vez. Media-se em varas. Mais tarde esta medição passou a ser feita em jardas, por efeito da importação de tecidos ingleses (…)”

Mabela simples (salário dos soldados[14]

Mabela simples (salário dos soldados[14]

Mabela rica espécie de coberta[15]

Mabela rica espécie de coberta[15]

As mabela eram conhecidas, entre os europeus, por panos, sendo de fabricação local, e provenientes alguma delas da palmeira-bordão. As suas varas quase direitas e longas ainda hoje servem para ximbikar (conduzir) as canoas. Nestas circunstâncias, haviam etnias mais ou menos especializadas, mas as populações do Luango e do Congo eram excelentes executores de “ (…) panos, onde os contratadores iam adquiri-los, trazendo-os para Luanda, onde circulavam como mercadoria moeda. Duarte Pacheco Pereira faz menção a este artefacto (…) neste reino do Congo se fazem uns panos de pelo como veludo e deles como lauores como çatim velutado tão formosos que a obra que deles se não faz melhor feita em Itália; e em toda a outra Guiné não há terra em que saibam fazer estes panos senão no reino do Congo…”[16]

Digamos que por fazendas eram tidos todos os artigos que as populações consideravam como património, como a sua riqueza, digamos o seu tesouro particular. Os negociantes que transaccionavam panos com os pumbeiros, funantes e, mais tarde, com os primeiros comerciantes do mato avaliavam estes artigos medindo-os primeiro em varas, o que equivalia a 11 decímetros; por isso, habituámo-nos a conferir medidas de panos, no meio do mato, (à falta do metro) pela distância entre o meio do peito e o final do braço estendido para o lado. Todos, absolutamente todos, sabiam que a medida não era certa, tinha a ver com o comprimento do braço que por sua vez tinha a ver com a estatura do medidor. Esclareçamos melhor, se o comprador estava em altura de exigir aparecia com um medidor alto, logicamente com um braço grande, se o vendedor sentia que a procura era elevada utilizava um seu auxiliar pequeno, logo com um braço curto.

Entre os kongo o termo lele significa pano, o melhor pano correspondente ao linho branco que, por sua vez, tem um significado simbólico, a linhagem mais antiga em termos genealógicos. Acontece que, o homem mais rico é chamado de Elelo, tal como era chamado o rei do Kongo do último quartel do século XIX, que nós conhecemos da nossa história por D. Pedro V, o rei dos panos. De todos estes artigos de permuta, o de maior aceitação era a fazenda de lei,[17] o pano de algodão da indústria têxtil portuguesa, apelidado de Chita, tecido de algodão estampado, que ainda nos anos 50 do século XX, por via da protecção aos têxteis portugueses, vendia-se, em grande profusão, por todo o interior de Angola.

Para que os produtos coloniais chegassem às costas de África, uma fantástica panóplia de embarcações, da maior à mais pequena, atravessou os oceanos nas mais precárias condições.

Fotografia Nº Escaler aproximando-se da margem do pequeno ancoradouro de Matadi (1912) [18]

Fotografia Nº Escaler aproximando-se da margem do pequeno ancoradouro de Matadi (1912) [18]

Temos uma excelente descrição da vida a bordo de um navio cargueiro (embora a acção se passe nos primeiros anos do século XX), com carga destinada ao Kongo sendo os produtos de origem inglesa. O missionário Weeks[19], relata-nos a vida dos mareantes que nele prestavam serviço, do acondicionamento das mercadorias, dos serviçais de descarga, etc. Usa uma forma invulgar de descrição, anima “magicamente” uma vareta de cobre, moeda corrente no Kongo, como se de um ser vivo se tratasse.

“ (…) Sou muito mais velha do que tu pensas pois já lá vão vinte e cinco anos desde que nasci numa grande fábrica de uma das tuas cidades inglesas. Os dias que se passaram desde o meu nascimento têm sido preenchidos com alegria e tristeza, descanso e trabalho; mas ao olhar para trás acho que foram mais os dias de tristeza e trabalho do que de descanso e alegria. Quando nasci era muito alta – quase trinta polegadas de altura mas em vez de crescer mais, fui ficando mais baixa, medindo agora só 11 polegadas, pois os meus inimigos têm-me cortado em pequenos pedaços, uns atrás dos outros, para derreter e fazer ornamentos de cobre. O povo pensa mais em enfeites do que em honestidade.(…)”

O autor, dá-nos uma interessante ideia da forma de negociar naquele tempo e na bacia do Zaire as varetas de bronze. Esse processo não diferiu ao longo de milénios de permuta, da relação entre a oferta e a procura. Pouco há a fazer quando o produto é escasso e como tal muito procurado.

Quanto aos escravos, como moeda-mercadoria, no que se refere a África, o que aconteceu foi a possibilidade de aproveitar uma enorme expansão do tráfego de escravos por via marítima como moeda comercial, destronando os árabes e berberes de irem negociar aos pumbo tão lucrativa mercadoria. O primeiro mercado era muito exigente e conhecedor, ninguém compraria “peças” em tão más condições, sem garantia de sobreviverem, então não será descabido o que atrás dissemos, os de qualidade inferior seriam vendidos aos mercados menos exigentes, e aqueles que para nada prestavam ainda eram vendidos (escondidas as mazelas) por portas e travessas.

Importa salientar que os escravos de mais de quarenta anos de idade (observadas as suas dentaduras por especialistas) eram eliminados, embora aparentassem ainda bastante vigor físico, porém o seu tempo limite de exploração laboral estava excedido para comercialização (estavam digamos, fora de prazo). Segundo Rebelo de Sousa (1967: 35), o valor de um escravo como mercadoria de exportação (aquilo que em termos de alfândega se denomina FOB), escravo posto a bordo, o preço andaria à volta de 22$000 reis [para melhor leitura, 22.000 reis] por peça, o que equivaleria, sensivelmente, a 11.000$00 [onze mil escudos], em meados dos anos sessenta do século XX. Como sobre esta apreciação, são passados cerca de quarenta anos, e tomando como base uma chávena de café que, em 1966, custaria cerca de 1$50, em qualquer pequeno restaurante de Lisboa, sendo hoje o seu preço aproximadamente 0.50€ (cerca de 100$00) então encontraríamos o preço de 3.300€ por escravo à saída de África. Estas macabras apreciações só têm aqui cabimento pela relação que os escravos teriam com as fazendas correntes, a garrafa de aguardente, o pano, a espingarda, a pólvora, os fulminantes, as manilhas de cobre e a querosene.

Conhecendo os costumes bantú, no que se refere às relações sociais, sabemos da paciência que exigem esses mesmos contactos e a exigência dos conhecimentos para entender as relações comerciais, ainda hoje, com os povos do interior de África. Os parâmetros da comunicação não são absolutamente aqueles a que estamos habituados. Nesta trama de relações e lutas de interesses, o pano como moeda corrente começou por ser um tecido grosseiro, sensivelmente do tamanho da já nossa conhecida mabela. Por sua vez, uma série de panos ligados faziam um cortado, o suficiente para vestir um indígena, a peça era a quantidade de tecido que saía, de cada vez, do tear. Para medir os referidos tipos de panos, utilizava-se a vara, porém, com o tempo e pela imposição da comercialização dos tecidos ingleses, passou a utilizar-se a jarda como medida padrão. Uma outra forma de avaliar os tecidos (ainda assim acontecia nos anos sessenta do século XX) “ (…) Para facilitar a avaliação, sem necessidade de recorrer a medições, as peças vinham dobradas de origem segundo dimensões definidas, pelo que era corrente fazer essa avaliação em relação ao número de dobras, critério este da preferência do negociante, por, através do aumento do numero de dobras, poder induzir o comprador a crer que a peça teria dimensão superior à real. Esta especulação, no seu dizer, era feita para «puxar o negócio» (…) As peças de algodão branco tinham em geral 28 jardas de comprimento, havendo ainda algumas de melhor qualidade com 30. Os “zuartes” (peças de algodão azul escuro) e os riscados mediam 18 jardas e os lenços 8 (…)”[20] A desmesurada diferença da tecnologia Inglesa e ainda as suas possibilidades de trato com as suas colónias do oriente, em especial a Índia, tornavam-nos senhores omnipotentes dos mercados Asiático e Africano. O mesmo Rebelo de Sousa dá-nos conta que, no final do século XIX, uma jarda de riscado valia uma galinha e, por um cabrito teriam que se entregar 7 a 10 Jardas, 5 a 8 por uma ovelha, bem como 60 a 70 por um boi

Fotografia do tear rudimentar[21]

Fotografia do tear rudimentar[21]

Carda para flocos de algodão[22]

Carda para flocos de algodão[22]

Enquanto os artesãos indígenas continuavam produzindo, nos seus rudimentares teares, de há muitos séculos atrás, os europeus apresentavam já as sofisticadas máquinas de cardar de que a gravura acima é um exemplo. E já, em princípios do século XX, alguns industriais portugueses (entre eles Narciso Ferreira de Riba de Ave) obtinham da tecnologia inglesa as mais adiantadas máquinas da indústria têxtil.

Desta forma, tornaram-se possíveis as condições para um dualismo económico, que da parte das populações era de sobrevivência e quando muito de economia de tráfico, enquanto da parte das potências colonizadoras se procurava instalar as diversas economias monopolizadoras de plantação, tendo sido, para isso, escolhidos os melhores locais e os trabalhadores mais adequados. Estamos a referir-nos, às plantações, por exemplo, de açúcar, do sisal, de algodão, de amendoim e outras oleaginosas, que tantos problemas trouxeram à colonização e descolonização portuguesa. Os quadros que trabalhavam directamente com as populações nestas circunstâncias começaram por ser negros alfabetizados, mestiços, em especial, de origem cabo-verdiana.

A administração colonial portuguesa de há muito sabia que existiam zonas onde o branco não durava senão meses, em outros patamares do planalto duravam alguns anos, mas poucos conseguiam sobreviver mais de dez anos, isto foi absolutamente comprovado pelo coronel Faria e Maia, no seu relatório apresentado ao Congresso Internacional de Geografia de Amesterdão, em 1938. Nesse congresso, Faria e Maia, experiente militar colonizador teceu convenientes e oportunas considerações que servem para esclarecer quem eram os colonos europeus que iam povoando penosamente Angola; como reagiam ao seu novo habitat e que influências sofreu a sua mentalidade ao contactar isoladamente com a maioria negra, sendo tão-somente um problema vivencial das populações em contacto que merece acima de tudo algum conhecimento das situações vividas. São fenómenos da colonização portuguesa que ainda não foram convenientemente abordados. Quem os conhecia suficientemente bem e ainda sabe abordá-los prefere calar-se, e nós sabemos porquê. A “color line” facilita muitas projecções falaciosas. No momento em que escrevemos este texto estamos esperando que, a vaga da febre de Marburgo, doença endémica da zona do Congo, acalme a sua mortandade para nos podermos deslocar a esses locais. Entretanto, muitos europeus continuam lá, como é o caso dos missionários e pessoal médico e paramédico (ONG’s), constantemente sujeitos a falecer por causa das doenças que ajudam a curar. As feitorias, administradas por capitães-mor que não raro tinham sido funantes mercadores de escravos, iam permitindo o seu lento e possível internamento pelos sertões porque, como se poderá verificar de seguida, estas incursões fortuitas tiveram de enfrentar sempre uma grande resistência pela parte das populações locais. E não se tratava só das resistências das populações locais, eram as doenças para as quais o organismo dos europeus não tinha defesas.

Fotografia Nº Desembarque na feitoria de Noki, frente ao porto de Matadi, fardos de tecidos

Fotografia Nº Desembarque na feitoria de Noki, frente ao porto de Matadi, fardos de tecidos

Ao longo de todo o século XVIII e XIX, decaíram as relações a nível monárquico, porém, por volta de 1870, a situação transformou-se em absoluto, o reino do Kongo passou a ser visitado por numerosas comitivas de exploradores, comerciantes e missionários, vindos de todo o mundo ocidental. A ocupação científica e efectiva dos territórios da Bacia Convencional do Zaire, pelos europeus, veio retirar o já precário prestígio e poder aos reis do Kongo. Todavia não nos iludamos, sempre que nestas paragens ocorressem tumultos mais ou menos graves, o ‘espírito dos antepassados Nekongo estava fundamentalmente envolvido, estando nele presentes os primitivos “donos da floresta”, ou sejam, os pigmeus, originários habitantes da floresta tropical africana e no presente caso da bacia do rio Zaire, tal como os descreve o Conde de Ficalho: ” (…) Seremos pois levados a admitir a existencia duma raça numerosa e antiquíssima, que occupou toda a África tropical e austral, a qual hoje está fraccionada, quase destruida e representada apenas pelos povos que foram rechaçados para a zona arida do Kalahari, e pelas tribus pouco numerosas, que vagueiam entre as populações de raça negra ou se acoitam em densas florestas equatoriaes (…)”[23]

Parte da história antiga e moderna do reino do Kongo encontra-se por fazer. Existem muitos dados inéditos dispersos pelos institutos científicos coloniais da Europa, da América e especialmente do Brasil, que incluem um valiosíssimo espólio fotográfico, de que é exemplo a fotografia que se segue das ruínas dos muros do convento, em São Salvador, construído pelos portugueses no século XVI.

Fotografia Nº Ruínas do convento, em São Salvador construído pelos portugueses século XVI[24]

Fotografia Nº Ruínas do convento, em São Salvador construído pelos portugueses século XVI[24]

Notas de Rodapé:

[1] Sousa, L. Rebelo de (1967) Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda, p.16.

[2] Estermann, Carlos (1983) Etnografia de Angola (sudoeste e centro). Instituto de Investigação Científica e Tropical. Lisboa, pp. 346, 347.

[3] Sousa, L. Rebelo de (1967) Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda, p. 16.

[4] Castro A. J.(1880) O Congo em 1845. Boletim da Sociedade de Geographia de Lisboa. 2: 56

[5] Sousa, L. Rebelo de (1967) Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda.

[6] Garcia, Carlos Alberto (1964) Paulo Dias de Novais e a sua época. Agência Geral do Ultramar. Lisboa.

[7] Matta, J. D. Cordeiro da (1893) Ensaio de Diccionário Kimbúndu-Portuguez. Casa Editora António Maria Pereira. Lisboa, p. 102.

[8] Os Dembos nos Anais de Angola e Congo, Revista Militar.10:690.

[9] Sousa, L. Rebelo de (1967) Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda, p. 25.

[10] Weeks, Rev. M. John H. (1911) Congo Life and Folklore. The Religious Tract Society. Londres, p. 312.

[11] Oliveira, José Carlos de (2000) O Comerciante do Mato. Departamento de Antropologia. Universidade de Coimbra. Coimbra, p.45.

[12] Johnston, Harry (1908) George Grenfell and the Congo. Hutchinson & Co. Londres. 2º Volume, p.794.

[13] Neto, João Baptista Nunes Pereira (1970) A família e a sociedade Portuguesas perante a Industrialização. Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências. Lisboa, pp.4 e 5

[14] Sousa, L. Rebelo de (1967) Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda, p. 30.

[15] Johnston, Harry (1908) George Grenfell and the Congo. Hutchinson & Co. Londres. 2º Volume, p.164.

[16] Referido por Sousa, L. Rebelo de (1967) As Moedas de Angola. Banco de Angola. Luanda, p. 31.

[17] Matta, J. D. Cordeiro da (1893) Ensaio de Diccionário Kimbúndu-Portuguez. Casa Editora António Maria Pereira. Lisboa, p. 157.

[18] Fotografia cedida pelo coronel Diniz Sebastião

[19] Weeks, Rev. M. John H. (1911) Congo Life and Folklore. The Religious Tract Society. Londres, p. 1.

[20] Sousa, L. Rebelo de Sousa, Op. Cit., pp. 49 e 50.

[21] Weeks, Rev. M. John H. (1911) Congo Life and Folklore. The Religious Tract Society. Londres, p. 258.

[22] Fotografia cedida pelo Museu Ferreiras de Riba de Ave.

[23] Ficalho, Conde de (1884) Plantas úteis da Africa Portugueza. Imprensa Nacional. Lisboa, p.12.

[24] Johnston, Harry (1908) George Grenfell and the Congo. Hutchinson & Co. Londres. 1º Volume, p.73.

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