ILABANTU escala Angola em busca da origem brasileira

Por Alfredo Dikwiza

Uíge – Uma delegação do Instituto Latino Americano de Tradição Bantu (ILABANTU), chefiada pelo seu director de direcção, Walmir Damasceno (Ntata Nkisi Kutuvanjisi), escalou hoje, segunda-feira, em Luanda, capital de Angola, vindo de Brasil, na campainha nacional TAAG, em busca de uma investigação sobre a origem dos brasileiros.

Minutos depois da sua chegada no Aeroporto Internacional 4 Fevereiro, em entrevista exclusiva ao Wizi-Kongo, Walmir Damasceno, esclareceu que Brasil têm uma divindade que se chama “Matamba”, mas não sabem a sua origem, dai ser importante, dar a conhecer aquele povo (brasileiro) sobre a importância da África, em particular de Angola, sobre as suas origens do legado africano.

Para isso, avançou que durante a sua estadia em Angola, como prioridade visitará as províncias de Zaire “M´baza Nkongo”, Uíge e Malange. M´banza Nkongo por ser uma terra sagrada e ancestral que foram parar nas Américas, em particular América Latina, e ao Ndongo, em Malange, por ter muito a ver com o Brasil, através da expressão que é usada em Brasil, no caso, o (ndongo).

Segundo ele, a investigação surge numa altura em que o ILABANT, realizará de 4 a 6 de Maio do ano em curso, na cidade de São Paulo, em Brasil, o IV encontro internacional com a presença de individualidades de países da América, África, Europa, Estados Unidos, entre outros.

Como sublinhou, a cultura de Angola, mudou a cara do Brasil e, isto, deve ser demonstrado as demais sociedades Américas e mundial, por ser uma riqueza de Angola que ajudou-os a implementar. Walmir Ntata Nkisi Kutuvanjesi, explicou que a cara do Brasil foi dada também pela música angolana que teve uma influência que deu o “Samba”, palavra vindo do Semba (Angola), assim como de muitas expressões usadas no dia-a- dia em Brasil que são de origens angolanas, como “cassule”, “muleque”, “kitanda”, entre outras. Apontou também que a sua presença em Angola, vai servir para reactivar os apoios
e participações de personalidades governamentais, individuais, da sociedade civil, pesquisadores e estudiosos da temática Bantu para participarem no referido encontro, um evento que visa discutir a cultura, hábitos e costumes ultras-atlântico, unindo Brasil, América Latina e Angola, assim como dar a visibilidade do legado africano, em particular de Angola que ajudou a construir o Brasil e formar a
sociedade brasileira.

Segue-se, frisou, igualmente, encontros com a Ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, com o director do Instituto de línguas Nacional, José Pedro, autoridades da comunidade académica intelectual, bem como personalidade do mundo artístico da música.

Um evento com essa natureza, apontou, demonstrará a importância da cultura bantu dos africanos, que deste continente saíram escravizados e chegaram na América, contribuindo para um Brasil diferente, solidário e mais conectado com o ser humano. Além disso, acrescentou, o mesmo encontro vai ser realizado por via de palestras, conferências, cantos e falas bantu, que também se fará presente de grupos afro-culturais, da apresentação do projecto “Matamba” por via da cantora e actriz, Ana Mameto, do presidente do Gabão, Alli Mbongo, do director geral do Centro Internacional de Civilizações Bantu (integra onze países), panafricanistas, afrocratas, entre tantos outros.

O responsável disse que Brasil possui uma história que o seu sol foi pisado por soberanos de outras regiões como da África-Euroba, África Eugegefon-Beni, mais a história nunca registou que pisou no sol de Brasil, um soberano de tradição bantu, pelo que, ansiedade brasileira reside em conhecer a sua matriz.

Assim, disse ele, voltar a pedir a Ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, tal como na vez passada, que se cria condições e levar para este encontro, um soberano de tradição bantu, que será um facto histórico e pela primeira vez depois da escravidão colonial.

Wiz-Kongo

 

 

Momentos da chegada do Professor Walmir Damasceno, Director do ILABANTU, no Aeroporto “4 de Fevereiro” de Luanda.

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