Obras com financiamento de 400 milhões de kwanzas continuam paralisadas em Kimbele

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 03/06 (Wizi-Kongo) – Um total de 446. 288. 66,00 (quatrocentos e quarenta e seis milhões e duzentos e oitenta e oito mil kwanzas e seiscentas e seis cêntimos) fora disponibilizados dos cofres do Estado 2018/2019 para pagamento das obras, entre reabilitação e construção de infra-estruturas sociais no município de Kimbele, 260 quilómetros a nordeste da sede da cidade do Uíge.

Mas, apesar deste dinheiro, pouco ou nada foi feito, causando, com isso, a revolta dos kimbelenses. De acordo ao documento que, hoje, quarta-feira, o Wizi-Kongo, teve acesso nesta cidade nas mãos dos activistas cívicos Salvador dos Santos e Abel D´gêmeos, detalha que os projectos em vigor e dos valores já disponibilizados continuam paralisados.

Entre as obras, constam as da reabilitação e ampliação do campo multiuso na sede municipal de Kimbele, construção de um sistema de água na sede municipal de Kimbele, manutenção da pequena central da energia eléctrica, aquisição de moto-bomba e eletro-bomba, aquisição de kits de painéis solares, assim como aquisição de chapas de zinco para famílias carenciadas.

A construção de uma escola de 12 salas de aulas, cita no bairro Kinzembane, assim como a construção de uma ponte sobre o rio Wamba, na localidade com o mesmo nome, igualmente, fazem parte do leque das obras já financiadas. Alguma, por exemplo, a da terraplanagem de 42 quilómetros do Kicolo/Alto Zaza, “apenas só existe no papel”, ou seja, nunca se deu início.

Segundo os dois activistas, em declarações ao Wizi-Kongo, admitiram que serviram de porta-voz em tornar público essa denuncia por tratar-se de obras em benefício da circunscrição, mas que apesar de estarem reflectidos nos pagamentos de acordo o documento (ver imagens), na prática as mesmas obras continuam paralisadas sob olhar silencioso da administração municipal de Kimbele, liderada por Rosa Alberto e dos fiscais da Inspecção-Geral do Estado. Outrossim, asseguraram é a indignação que a população e as autoridades locais demonstram da maneira como o município vai piorando cada vez mais, desde que Rosa Alberto assumiu este cargo.

Para a reabilitação e ampliação do campo multiuso na sede municipal, apontaram que, essa obra com empreitada a cargo da CONSTOUÍGECIVIL, reflecte uma execução física da obra a 60 por cento, cujo financiamento é da ordem dos 91 por cento e, segundo o referido documento, essa obra está em curso, quando sabe-se que o empreiteiro abandonou a obra, inclusive os trabalhadores nunca forma pago seus subsídios.

Entretanto, os jovens revoltados também preferem o seu campo anterior, do que como esse encontra-se agora, em péssimas condições. Enquanto, a construção de um sistema de água na sede municipal de Kimbele, explicaram, que, encontra-se a cargo da empresa Primar Eng-Const, cuja execução física ronda aos 5 por cento, estando, entretanto, já financiada aos 54 por cento, cujo documento relata que essa obra encontra-se em curso, quando na verdade a referida obra nunca jorrou água em Kimbele, nem que em fase de experimentação fosse.

Para não falar da manutenção da pequena central da energia eléctrica, aquisição de moto-bomba e eletro-bomba, aquisição de kits de painéis solares, assim como da aquisição de chapas de zinco para apoiar às famílias carenciadas. Na verdade, todos estes projectos não avançaram”, observaram.

No âmbito do PIIM, frisaram, ficaram para a construção de uma escola de 12 salas de aulas, isto é, no bairro Kinzembane, pela empresa do grupo Criscar avaliada no valor de 70 milhões kzs, estando a execução física, segundo o documento a 10 por cento e o pagamento é de 60 por cento, na verdade, no local da obra, tirando o quintal vedado de chapas e uma carrada de pedras, não existe avanço nenhum.

Igualmente, a terraplanagem de 42 quilómetros do Kicolo/Alto Zaza, apenas só existe no papel. Já a construção de uma ponte sobre o rio Wamba, na localidade com o mesmo nome, sob responsabilidade da empresa Kanzange, também com valores pagos, a sua execução física ronda aos 15 por cento, tal documento diz que a mesma encontra-se em curso, mas na prática, essa obras está parada há caminho de um ano, a exemplo das demais, sem explicação.

No local desta obra, só existe capim e ferros abandonados, é, triste a situação no Kimbele, lamentaram. “É difícil aceitar essa realidade em Kimbele, onde as crianças estudam por baixo da sombra das mangueiras, escolas do liceu e colégio descartáveis com bastante aquecimento que complica os estudantes acatar os ensinamentos, inclusive no bairro Kimussolo, as crianças estudam nas escolas de pau-a-pique e cobertos de capim, sem carteiras, tudo porque a escola recentemente construída não está inaugurada porque o empreiteiro levou as chaves, por incumprimento das cláusulas contratuais, ou seja, por falta da administração de Kimbele pagar o empreiteiro que concluiu a obra com os seus valores”, observaram, os activistas.

Como sublinharam, as vias de acesso é um problema sério, a exemplo, para as comunas de Ikoka e Cuango, para deslocar-se nestas localidades é um bicho-de-sete cabeças. O transporte é feito por tractores agrícolas, camiões e moto táxi, com preços exorbitantes. Exemplo, do Icoca/sede do Kimbele e vice-versa, o táxi custa, 10 mil kzs e 20 mil kzs para a comuna do Kuango/Vila de Kimbele e vice-versa.

Entretanto, falta de tudo por um pouco, por isso a população mostra-se revoltada e pede ao novo governador provincial, Sérgio Rescova, que, exonera a administradora municipal de Kimbele, Rosa Alberto.

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