A parceria de Prado Paim e Sam Mangwana é um sonho adiado

Músico Prado Paim tem sonho adiado

Por Manuel Albano

A falta de patrocinadores tem estado sucessivamente a adiar o antigo sonho de Prado Paim de colocar no mercado discográfico o álbum de estreia.

Primeiro cantor angolano a conquistar um LP (Long Play) de ouro pela Companhia de Discos de Angola (CDA) em 1974, apesar dos vários apelos feitos e lamentações, o autor do sucesso “Bartolomeu” garantiu, ontem, ao Jornal de Angola, que continua à espera de uma oportunidade, mesmo já tendo as composições escolhidas há anos.

A depender somente de “uma alma caridosa”, como define, para gravar o primeiro disco, o músico lamenta até agora não conseguir ainda gravar um CD. Prado Paim, que lançou os dois primeiros LP (Long Play) em 1974, pela gravadora Valentim de Carvalho, com o suporte musical dos Merengues, é autor de alguns sucessos do mercado, como “Bartolomeu” e “Engrácia”, com os quais obteve um disco de Ouro.

Prado Paim, de 73 anos, revelou que o ano de 1974, continua na memória como um dos momentos mais altos da carreira artística, por ter conquistado um disco de ouro, com a venda de 15 mil cópias do single “Bartolomeu”. Como a esperança é a última a morrer, Prado Paim, continua a manter viva a fé de gravar um CD.

“Não gostaria de morrer sem poder realizar esse desejo. Muitos se predispuseram em apoiar o projecto, mas até agora nada passou de promessas”, desabafa. O músico, que pretende dar continuidade à carreira artística, pretende colocar no mercado um CD com dez a 12 temas, nos estilos bolero, semba e rumba, este último em que se considera “um dos melhores executantes” da sua geração.

Admirador confesso do trabalho do falecido cantor e compositor José Agostinho, com o qual pretendia formar “Os Lambulas do Ritmo”, em 1957, o músico disse que teve muita influência, ao longo da carreira, de estilos do Congo Democrático.

Parcerias

Prado Paim é amigo de longa data do cantor Sam Manguana, fundador do conjunto African All Stars, com o qual quer gravar o tema “Juliana”, um rumba, cantado em kikongo e lingala. O tema, assim como “Zinha”, um bolero, é uma homenagem às mulheres angolanas e também a Granada, um amigo de infância, cantor e compositor já falecido.

O músico disse estar muito indignado com a atitude de muitos artistas, principalmente os jovens, que utilizam as músicas de outros criadores sem o consentimento destes. “Para eles tornarem-se bons executantes do semba e de outros estilos é importante aproveitarem melhor as experiências dos mais velhos.

Mas, a aposta destes nos géneros que nos identificam é satisfatório. Por isso, precisamos continuar a transmitir conhecimentos às gerações vindouras”, alertou Prado Paim. Embora esteja inserido num mundo de inovações tecnológicas, Prado Paim afirmou que vai procurar ser fiel, sempre, aos estilos característicos, para garantir um legado, capaz de ser explorado pela nova geração de intérpretes.

“Estou aberto a novos desafios e a colaborar para o desenvolvimento da música angolana”. Natural de Caxito, Bengo, Prado Paim começou a carreira musical na terra natal. O cantor teve o primeiro contacto com um instrumento musical, o reco-reco, em 1947.

Após a composição das primeiras canções, Prado Paim subiu ao palco, pela primeira vez, em 1967, numa das edições do programa “Kutonoca”, no bairro Prenda, em Luanda, que tinha como objectivo a descoberta e reconhecimento de novos valores.

Via JA

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