Sam Manwana, o regresso do nosso “Pigeon Voyager”

Por Analtino dos Santos

Sam Mangwana é um dos artistas angolanos com maior reconhecimento internacional. Filho de angolanos, é uma das principais referências da rumba congolesa, actualmente canditata a Património Imaterial da Unesco. Mangwana, conhecido como Pigeon Voyager (Pombo Viajante) está de regresso, promovendo o album “Lubamba”.

O artista está de volta depois da partcipação no Festival Au Fil des Voix, em Fevereiro deste ano, que marcou a promoção do Lubamba e foi acompanhado por quatro dos seus músicos, nomeadamente Jean -Emile Biayenda, Colin Laroche de Feline, Valérie Belinga e Isabel Gonzalez.

Outras aparições em concertos intmistas e entrevistas à imprensa francesa e africana marcaram este ressurgir de Mangwana, que iniciou em meados de Junho auma tournee, no Festival Rio Loco, em Toulouse.

Sam Mangwana levará os sucessos e os temas do album Lubamba nos seguintes palcos: Festival Les Nuits Du Sud Vence (8 de Julho, Vence), Festival Moz’aique (22 de Julho, Le Havre), Festival Fiest’A (4 de Agosto, Sete) e Festival Jazz sous Les Prommiers( 26 de Agosto, Coutanças).

O Festival Au Fil des Voix acontece todos os anos em Paris, e é uma das mellhores amostras que convida a descobrir grandes vozes do mundo. Em Fevereiro realizou-se a décima quarta edição, do festival se que adaptou às condições da pandemia, oferecendo- uma edição digital. Catorze concertos filmados na 360 Paris Music Factory e transmitidos todas as noites de 15 a 28 de fevereiro no canal youtube do festival, agora disponível ao público. Este festival oferece a oportunidade de redescobrir as sensações de viver com artistas de todo o mundo: Cuarteto Tafi, Flem, Mariana Ramos, San Salvador, Aziz Sahmaoui, Christine Salem, Camille Bertault, Les Frère Smith, Myriam Beldi, Trans Kabar, João Selva, Atine , Pat Kalla, Le Super Mojo e claro Sam Mangwana.

Na nota de apresentação retemos “lenda entre as lendas e campeão do pan-africanismo, Sam Mangwana, encarna quase sozinho a época de ouro da rumba congolesa. Ao longo de uma carreira incrivelmente rica, ele que cantou ao lado de Tabu Ley Rochereau, Francó e Wendo Kolosoy, soube misturar estilos com alegria e emoção indisfarçáveis. Do lirismo lusófono aos ritmos ondulantes e indiferentes da rumba de outrora e passando pelo som afro-cubano, o Mangwana continua a cumprir o seu tempo enquanto olha para as maravilhas do passado”.

LUBAMBA, O ACTUAL CARTÃO DE VISITA DO PIGEON VOYAGER

Álbum lançado em formato físico em Angola em 2016 e digital para o mundo, está final mente disponível em todos os formatos. Lubamba, palavra em kikongo que refere o material de bambu usado para fazer cadeiras e cestos. Antes de constar no disco, a primeira versão de Lubamba foi num projecto discografico do Ministério da Agricultura e a música incentivava o fomento da produção nacional, com realce para o campo.

O disco abre com “Juventude Actual”, tema com particpação de Manu Dibango e Dodó Miranda, uma composição de Adão Filipe. Sam Mangwana também regressa ao sucesso “Georgete Marjory” e o clássico da Rumba congolesa, “Feli cité” ( Parafifi) e podemos ainda encontrar “Luvueo, “JB Kavungu”, “Lokosso Ya Nzombo” e “Luzingu Ke Novela Ko”.

SAM MANGWANA, UM ANGOLANO DO MUNDO

O homem que na companhia Pascoal Luvualu pertenceu ao grupo que esteve na origem da Unta- central sindical, notabilizou-se a nível internacional no movimento da rumba congolesa, e é uma das principais referências na música africana. Na então República do Zaire começou a carreira musical em 1963 no grupo African Fiesta, de Tabu Ley Rochereau. Poste riormente “African Fiesta National”, “Afrisa International”, e ainda colaborou com TP OK Jazz de Francó. Formou e liderou os grupos “Festival des Maquisards” e “African All Stars”.

Dentre a sua vasta discografia o destaque vai para Maria Tebbo” (1980), um dos álbuns que cimentou a sua carreira internacional nas décadas de 80 e 90. Depois de conquistar a Africa e o mundo, como um expoente da música congolesa, relança a sua carreira para o mercado angolano, Galo Negro de 1996 é o marco. Querida de Pátria de 2005 foi lançado depois do seu regresso a Angola.

Fonte: Jornal Cultural/Edições Novembro

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