“Habilidosos” causam pavor nos bairros Candombe-Velho e Bungo

Foto: Jeremias Kaboco| WK, "Habilidosos" em acção numa das ruas do bairro Candombe-Velho/Uíge.

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 27/06 (Wizi-Kongo) – Catanas, machados, paus, picaretas, facas e armas de fogo (pistola e AKM) na mão, quer a luz do dia, quer de noite, são alguns dos instrumentos que o auto-proclamado grupo “os Habilidosos”, constituído maioritariamente por adolescentes dos (10/15 anos de idade), usam para causar pavor quando saem às ruas para roubar, bater e ameaçar os cidadãos residentes e visitantes nos bairros periféricos da cidade do Uíge, Candombe-Velho e Bungo. Uma situação que já leva alguns meses.

Soube, hoje, segunda-feira, o Wizi-Kongo, na ronda efectuada nos dois bairros, que, os liderados por Panzo Pula, ou simplesmente, “Esquentado” e coadjuvados por Wy Bela (ambos jovens), os Habilidosos, têm o ponto de concentração estratégico na rua Rescova, próximo da Igreja Evangélica Reformada de Angola (IERA), num pátio de uma casa rebocada, mas não pintada e, seguem-se outros pontos com maiores incidências de concentração e atuação nos perímetros da escola nº 295 do Candombe-Velho, praça do Candombe-Velho, unidade dos Adidos, hospital municipal Ana Paula, nos tanques de água, no Banza Polo (escola BP), salão das Testemunhas de Jeová (TJ), Kakole (escola), entrada do Kimakungo, rio Tsamba e no meio do bairro Bungo.

Os habilidosos são um grupo numeroso, igualmente, que, contém mulheres, são todos residentes nos dois bairros, Candombe-Velho e Bungo, muito deles, nasceram e estão a crescer no local. Quando estão em operação, os mesmos, cercam a rua, mas ficam em distâncias de um entre outro, de sete a dez metros, parados em volta da rua, como se nada quisessem fazer e, assim que alguém cai na rede, em pouco menos de 30 segundos, juntam-se ao alvo e tudo acontece.

Acontece, roubos, espancamentos e assassinatos. Arrombam casas, invadem escolas e colégios. Quanto aos assassinatos, eles cortam as veias das vítimas com faca ou catana, riscam com caco no peito ou no rosto da vítima, caso a padecente resiste em dar o bem pretendido pelos delinquentes do referido grupo. Telefones, dinheiro, perucas, bluetooth,  calçados nos pés, computadores e qualquer artigo de valor útil, são os bens que mais recebem das vítimas, sob olhar atento dos moradores e não só.

Os assaltos acontecem sob olhar atento de todos, seja que horas forem e período (noite e dia), já que, quem vai para acudir, seja um parente ou um desconhecido, os Habilidosos fazem retalhação (deixam quem estiverem a roubar ou agredir e vão com todas as forças contra quem acudiu” e, às vezes, depois vão invadir a casa de quem acudiu. Porém, quanto mais necessidades estiverem a passar, mais eles vão às ruas para roubar e não só.

Medo, incerteza, tristeza e intranquilidade é visível nos rostos dos cidadãos de quem ai vive ou se desloca. Entretanto, para atrair as suas vítimas, às vezes, entre eles, simulam uma briga e, assim, que alguém se aproximar do local para assistir a confusão, os Habilidosos, saem em bloco e atacam logo quem eles quiserem roubar, não importa se seja uma pessoa conhecida ou desconhecida, professor, enfermeiro ou um outro funcionário público.

Crianças seguem em massa os Habilidosos, enquanto outras fogem

Quando partem para gladiar com um outro grupo ou não, os Habilidosos, onde passam, arrastam multidão, principalmente, as crianças. Elas seguem, gritam e agitam a briga, mas por quanto passam em uma e outra rua, uns trancam-se dentro de casa e outros parados vendo-os passar. De tanto conviverem em pavor, elas (crianças) acostumaram-se com a situação, o que, de certo modo, vai complicando o modo de atuação das forças da ordem e segurança pública quando ai se deslocam em serviço, já que até os menores de idade que aparecerem ser inocentes, são elementos secretos fundamentais dos comandados por Esquentado.

A população clama por socorro urgente a todos os níveis, que, sejam libertados deste sufoco que já perdura há meses e, em resposta, neste domingo (26/09), às 23hs e 44 minutos, uma fonte fidedigna do Wizi-Kongo, juntos dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), admitiu terem já recolhidos 12 elementos, isto é, ligados aos grupos (Habilidosos e Bokoharam), que estavam em confronto entre ambos.

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