Empresário transforma hotel em universidade

Por César Esteves

“Uma decisão como esta, de transformar um hotel já acabado em uma universidade, é porque estamos a pensar no povo de Maquela, bem como em formar o homem do amanhã”.

Um empresário do município de Maquela do Zombo, no Uíge, está a transformar a sua unidade hoteleira de 120 quartos em uma universidade de 37 salas para cobrir o vazio existente naquela zona.

O município não dispõe de uma instituição de Ensino Superior, facto que tem forçado vários jovens daquela localidade, com ensino médio concluído há já algum tempo, a deslocarem-se para a cidade do Uíge e noutras províncias do país, para dar continuidade aos estudos.

As obras de requalificação, cuja execução física está a 40 por cento, arrancaram em Fevereiro deste ano e a previsão é que até Dezembro ou Janeiro estejam concluídas. José David, engenheiro de construção civil e representante da empresa encarregue pela construção da universidade, localizada no bairro 4 de Fevereiro, admitiu ter sido difícil tomar a decisão de transformar o hotel em universidade.

“Uma decisão como esta, de transformar um hotel já acabado em uma universidade, é porque estamos a pensar no povo de Maquela, bem como em formar o homem do amanhã”, frisou. Os munícipes de Maquela do Zombo aguardam, com muita expectativa, a conclusão da universidade, com 37 salas de aula prontas para entrar em funcionamento.

Depois de concluir o médio, a tendência era sempre ficar em casa ou deslocar-se para a cidade do Uíge, para dar continuidade aos estudos, contou o jovem Viva Pascoal. Ernesto Paulo acredita que o surgimento da primeira universidade na zona vai ajudar a estimular a veia estudantil de muitos jovens. Maria Vuvu já terminou o ensino médio há três anos e está impedida de dar continuidade aos estudos devido à ausência de uma universidade no município.

“Não tenho condições para me deslocar ao Uíge”, desabafou. A inexistência de uma universidade naquela localidade também tem contribuído para o aumento do absentismo nas instituições, na medida em que muitos funcionários, sobretudo os professores, têm de se deslocar para a cidade do Uíge e em outras províncias do país, para tratar de assunto ligado à formação superior. Celestino Nvondua, director de uma escola do segundo ciclo, acredita que, com o surgimento da instituição, o grau de absentismo laboral passará a ser coisa do passado.

Vários jovens finalistas do ensino médio encontraram naquelas obras oportunidade para estagiar. É caso de Beatriz João e Filipe Sebastião, que consideram a oportunidade como uma grande porta para aumentar os conhecimentos. Os conhecimentos que estamos a adquirir aqui vão ajudar a preparar o nosso trabalho de fim de curso, realçam.

As obras, a cargo de uma empresa nacional, retirou mais de 50 jovens do desemprego, sendo 90 por cento deles naturais de Maquela do Zombo.

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