Morreu o professor Trabet: Uíge perde mais um dos seus brilhantes filhos.

Por Salomão Ndombasi “Nobre Zombo

Muitos marcaram cada um da sua maneira, a história gloriosa do Uíge, interessa conhecer os seus feitos e bem-fazer mesmo que não seja de todos, mas pelo menos, dos principais Protagonistas nas várias categorias para serem imortalizados e servir de exemplo de sucesso para as novas gerações. Se os Governantes locais, pensarem um dia construir um “panteão” talvez, a designação seja muito pesada, falemos pois simplesmente, de um “memorial”, sem medo de errar, proporia a inclusão do nome de Luzizila Luvumbo conhecido nas lides professorais e futebolísticas por Prof. Trabet.

Falaremos mais adiante da sua grande contribuição no processo docente- educativo para a formação do homem e no do desporto como exímio futebolista e treinador.

Afinal, quem foi o Prof. Trabet, do seu nome completo: Luzizila Luvumbo.

Foi Angolano de gema, natural do Município de Maquela do Zombo, filho de Sebastião Luvumbo Sadisso e de Helena Diconda Mbuta- Nkangui (in memorium), nascido numa família de nove filhos a 28 de Fevereiro de 1956 na missão protestante da BMS- Kibocolo em circunstâncias pouco comum pois, o seu nascimento ocorreu treze meses quanto o normal e habitual, seria nove meses na barriga da progenitora, factor que levou a admiração da enfermeira Wini Mbala, esposa do Ancião Pedro Sadi, forjada como parteira pela Senhora Hooper, esposa do Missionário George Hooper que assistia ao parto, tendo a proeza antes o desespero dos pais, motivando-os a atribuição do nome Luzizila ao recém-nascido de cujo sentido literal, significa: paciência ou persistência.

Por causa da instabilidade reinante no norte de Angola, cinco anos após o seu nascimento, refugia com os seus pais para o Leopoldville actual Kinshasa, onde faz o ensino primário elementar até à sexta classe, o secundário até às humanidades, onde começa a dar a graça ao pé em futebol a nível dos campeonatos interescolares e mais tarde, em clubes locais de renomes como, a associação clube Mopari da primeira liga.

Com o advento da nossa independência, criadas que foram as condições de segurança e estabilidade, regressa ao princípio de 1975 em companhia dos seus Pais ao solo pátrio e no ano seguinte, parte para a cidade de Carmona (Uíge) onde se inscreve no Curso de formação de Professores, obtendo no final a menção honrosa e começa a sua epopeia docente que perduraria até a passagem noutra dimensão da vida perfazendo um percurso de quarenta e quatro anos, formando uma mão cheia de quadros que o apelidam, do “melhor Matemático” que o Uíge alguma vêz conheceu.

No Futebol, quem não se recorda dos golaços que levantavam em apoteose o velho Estádio 4  de Janeiro com o seu mítico e lendário Clube Recreativo Escola nos confrontos direitos com os seus arquirrivais: Construtores do Uíge, Futebol Clube do Uíge, Clube Fabril entre outros que faziam, o delírio dos finais de semana na urbe.

Com o Prof, Trabet em campo, as defesas e Guarda-redes adversários tremiam. Se estivessem em vida, seriam os Guarda-redes Miguel Manzueto “Michel” dos Construtores que décadas depois, viria ser o Presidente da Associação local do Futebol ou o Santos, do Futebol Clube do Uíge a testemunhar os golos mágicos de cujas bolas, só limitavam a apanhar no fundo das suas redes.

Se fosse nos dias de hoje onde futebol é considerado, indústria milionária, os jogadores do antigamente, seriam ricaços ao exemplo dos de hoje que ganham fortunas, sem efetivamente mostrar um futebol de primeira água. Recordo-me de um episódio que ocorreu no refetório do INE, onde os Atletas tomavam as refeições antes e depois dos jogos de campeonato: O mais velho Dinis, Cozinheiro e adeptos fervorosos do C.R Escola, colocou para cada Jogador um copo de leite e para, o Prof. Trabet, três copos como recompensa pelos golos marcados na partida com Tumbwaza do Negage.

Quis o destino, o Professor Trabet, deixou o mundo dos vivos por motivos de doença súbita nessa Sexta-feira, 13 de Novembro do corrente ano com sessenta e quatro anos e será sepultado na próxima quinta-feira, 19 do mês e ano correntes no campo santo do Benfica, em Luanda.

Várias mensagens de condolências chegam a todo momento à família enlutada a destacar, as dos contemporâneos, dos vários Discípulos da Academia e muito, particularmente, da Vice Governadora para a esfera social, a Dra. Maria Fernando Cavungo.

Paz a sua alma.

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