Municípios do Uíge com cancro de problemas básicos conjunturais

Imagem: Wizi Kongo, artérias da cidade do Uíge

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 20/02 (Wizi-Kongo) – Insuficiência médica e medicamentosa, de fornecimento de água potável, de energia eléctrica, assim como do estado precário de algumas vias de acesso de uma vila/outra, das vilas as comunas, regedorias e aldeias, bem como na falta de oportunidades de emprego, industrias, agências bancarias e não só, preenchem o cancro de problemas básicos conjunturais vividos nos 16 municípios que compõem a província do Uíge. Não são problemas novos e, sim antigos. Por serem antigos, são devidamente conhecidos e identificados pelos gestores públicos da região, dos que existem e dos que um dia já no “Bago Vermelho” labutaram.

No papel, esses problemas crónicos da região andam escritos e prometidos para a solução dos mesmos. Neste momento, a entidade actual máxima da província, José Carvalho da Rocha, desde que assumiu o comando do Uíge, em substituição do malogrado Sérgio Rescova, já percorreu nos 16 municípios locais e, certamente, viu ao perto e sentiu na pele as dificuldades que há anos as famílias enfrentam. Por não resolução destes problemas, a região do Uíge, não terá como desenvolver, afinal, são problemas básicos e determinantes para o crescimento de uma sociedade.

Enquanto faltarem nos 16 municípios agências bancárias, fábricas e grande aposta na agricultura, capaz de garantir a mão-de-obra, não terá como tirar o desenvolvimento do Uíge no papel, para prática. Exemplo, na energia eléctrica, a província do Uíge é, iluminada, 24 horas/dia, em apenas três (3) sedes municipais (Uíge, Negage e Makela do Zombo).

Neste sector (energia), outras 13 vilas, que, são, Bungo, Púri, Mukaba, Songo, Damba, Kitexe, Ambuila, Kangola, Sanza Pombo, Milunga, Buengas, Kimbele e Milunga, remedeiam-se com grupos geradores, num intervalo de tempo das 18 às 23 horas (com custos elevados/mês), apenas nas sedes das vilas e em algumas sedes comunais também, de resto, ao candeeiro, vela, alichote de capim e “kifwa”, sustentam a iluminação em suas casas por poucas horas.

São cidadão legados a sua sorte, que, por lei possuem os mesmos direitos e deveres, em relação os residentes nas sedes provinciais e municipais. Tal como a energia eléctrica, a água, é, um outros bicho-de-sete cabeças a nível da região, principalmente, para população residente nas sedes das vila, que, por conta do êxodo populacional, os locais antes existente como fonte de água, secaram e uns por perto das mesmas ergueram-se casas e, por conta disso, quase em todas as sedes municipais, consomem água impropria, dai os inúmeros registos, nos hospitais, de casos constantes de diarreias agudas, doenças infecciosas, da pele, dores abdominais e muito mais (causando gastos constantes nos fundo públicos, que serviriam para outros fins em prol das famílias).

Em algumas sedes de vilas do Uíge, apenas para citar, a exemplo, Damba, a venda de água por parte dos possuidores de motorizadas de três rodas, vulgos kupapatas, facturam que facturam do bolso do cidadão pacato, custando cada bidon de 20 litros de água, um valor de 100kzs, água essa, não própria para consumo, mas convertida em consumo humano, por não existir uma outra opção…!

Quanto a oferta de emprego no sector privado, tirando os municípios do Uíge e Negage, pouco ou nada se vê nas outras 14 circunscrições. As terras nas matas e desertos, existem, rios, ribeiros e lagoas, existem, sol e homens, existem, o que não existe, são, os investimentos, por não existir condições favoráveis nestes locais, capazes de atrair os investidores, cujo falta de energia, água, bancos, principalmente, são apontados por eles, como condições serias, por isso, preferem investir no Uíge ou Negage, localidade que apresentam avanços normais, em relação as outras.

Outrossim, o problema que continuará a retroceder o desenvolvimento da região, são as obras mal construídas nos projectos anteriores, sendo, muito destas obras sociais em pouco menos de cinco e dez anos de existência, já apresentam sinais gritante de degradação, pedindo socorro, o que, obrigará o Estado disponibilizar outros milhões para reconstrução da mesma e, som isso, impedirá um avanço no surgimento de outras novas infra-estruras para os benefícios de outras famílias ou das mesmas, nesta ou aquela comunidade.

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