Uíge tem um médico para 12.487 habitantes

Por Silvino Fortunato

As autoridades sanitárias da província do Uíge estimam que um médico tem à sua disposição 12.487 habitantes e um enfermeiro tem 1.313 pacientes para atender, um rácio que consideram muito preocupante. A OMS,recorde-se, recomenda um médico para mil habitantes.

Dados do Gabinete Provincial da Saúde referem que os cuidados médicos na circunscrição são assegurados por 2.332 profissionais da Saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico e terapeutas, números considerados irrisórios, devido à densidade populacional da região, calculada em 1.894.867 habitantes.

A província do Uíge, normalmente, é assolada por doenças como a malária, doenças diarreicas e respiratórias agudas, cujos pacientes pressionam os hospitais, centros e postos médicos.

Para atenuar a insuficiência de profissionais, o Gabinete Provincial da Saúde sugere o enquadramento de pelo menos 50 médicos especialistas, 150 médicos de clínica geral, 500 enfermeiros, 2.000 técnicos de enfermagem, 240 técnicos de diagnóstico e terapeutas, bem como 100 especialistas de apoio hospitalar.

Os dados entregues ao Governo Provincial mostram ainda a preocupação relacionada com a falta de formação contínua e especializada dos técnicos de saúde. Há também a inquietação relacionada com a existência de um número considerável de enfermeiros em idade de aposentação. A rede de infra-estruturas sanitárias do Uíge é composta por 367 unidades médicas, representando 4.661 habitantes para cada unidade sanitária, o que foi considerado satisfatório.

O relatório mostra haver uma baixa cobertura da rede hospitalar nos municípios do Uíge, que tem 11.978 unidades, Kimbele, com 9.262, Maquela do Zombo, com 5.876 e Negage, com 5.471.

O documento realça que, apesar da melhoria registada no abastecimento de medicamentos, materiais gastáveis e meios de diagnóstico, ainda constatam-se rupturas de stock.

Melhorias

Os gestores provinciais do sistema de saúde consideram haver melhorias substanciais na prestação de serviços nas unidades sanitárias, devido a extensão da rede sanitária, expansão dos serviços de cuidados primários e outros especializados.

De acordo com o relatório, registou-se também maior disponibilidade e acesso aos medicamentos essenciais, meios médicos e vacinas, com destaque para as comunas de difícil acesso, como Macolo, Massau, Quipedro, Kuilo Kambonzo, Sacandica, Kuilo Futa, Icoca, Kwanzgu e Alto Zaza.

A assistência materna e infantil permitiu reduzir significativamente as taxas de mortalidade em toda a província do Uíge, conforme vem destacado na informação do Gabinete Provincial da Saúde, relativo ao ano transacto.

Via JA

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