CRIANÇAS DOENTES DEITADAS NO CHÃO DO HOSPITAL DO UÍGE

Por Alfredo Dikwiza/Jornalista

Uíge, 21/05 (Wizi-Kongo) – A carência médica do hospital geral da província do Uíge, a maior referência unidade sanitária da região, tem estado na base do atendimento dos pacientes em condições alarmantes, chegando as crianças doentes deitarem-se no chão, enquanto os pais lutam por uma vaga nas consultas externas e não só.

Segundo soube, hoje, quarta-feira, o Wizi-Kongo, de uma fonte do hospital, admite que, para ser atendido entre os primeiros 50/100 pacientes é preciso madrugar-se, chegando no hospital provincial às 3 horas da manhã em diante para ocupar os primeiros lugares da fila, do contrário, encontra as marcações acima do normal, uma vez que o atendimento é feito por critério de ordem de chegada com atribuição de uma ficha ou colocando o nome na lista.

Os que chegam um pouco acima das 5/6 horas em diante, disse aquele responsável (preferindo anonimato), estes enfrentam sérios problemas para serem atendidos no mesmo dia, uma vez que, a demanda dos doentes é demais porque aquém chega às 4 horas no hospital, isto é, nas consultas externas, mas só é atendido por voltas das 14/15 horas, agora, imagina quem chega por volta das 5 horas para cima.

Ele afirmou que, quanto aos medicamentos, a partir do momento em que a farmácia do hospital provincial do Uíge começou a ser gerida por uma empresa particular, dificilmente tem faltado remédios, salva-se o erro, de um entre outro fármaco, estando mesmo aquela unidade sanitária com problemas maior em dar a resposta no atendimento dos pacientes, devido do número inferior de técnicos.

Por dia, disse, as marcações das consultas chegam aos 500 pacientes com diversas patologias, para serem atendidos por três ou cinco enfermeiros, o que causa, igualmente, um desgaste aos técnicos de saúde, colocando também as suas vidas em riscos eminentes.

Miguel Teta, sindicalista e defensor dos direitos humanos, chamou o que se assiste no hospital provincial do Uíge de um suicídio a vida humana e uma ofensa contra os direitos humanos de um país como Angola, independente há 50 anos e com mais de 20 anos de paz efectiva.

Para ele, a culpa toda recai aos responsáveis máximos que governam a província do Uíge, que, desactivaram os centros médicos existentes em volta da cidade do Uíge e centralizaram tudo no hospital provincial, fazendo com que, os doentes recorrem para essa unidade sanitária com qualquer dor, pois que, as dos bairros andam as moscas.