Sanza Pombo é uma vila e município da província do Uíge, em Angola. Tem como sede municipal a vila do Sanza Pombo, contendo três sedes Comunais: Alfándega, Kwilo e Wamba.

Posui vinte Regedorias e várias aldeias. A língua dos nativos desta região é kikongo, usando a variante kipombo em toda a sua área geográfica. Portanto, esta variação linguística estende-se até em alguns município limítrofes como: Buengas, ex. Santa Cruz ou Milunga, ex. Alto Cawale ou Kangola, Puri e o município de Kimbele.

História de Sanza Pombo

Por volta de um pouco menos de século antes da chegada dos portugueses na região do Zombo, um dos filhos do Zulumongu, família directa do soberano Zombo (Dombele) , teve uma discussão com os seus familiares. Tudo porque lhe foi negado a herança do trono depois do falecimento do seu pai. A família como é de direito, preferiu entregá-lo a um sobrinho do Kanda porque este era o verdadeiro herdeiro.

O primogénito do Mazulumongo zangou-se com todos, decidindo então, partir daquela área e foi emigrar no território do Pombo, mas quando lá chegou já havia emigrado o Mayimbata que fixara a sua aldeia a muitos quilómetros depois de atravessar o rio Kwilo, vindo da área do Nsosso. Este filho promogénito do falecido Zulumongo resolveu construir a sua aldeia antes da aldeia do soberano Mayimbanta , baptizando a aldeia com o nome de Zulumongo di Matadi .

Por sua vêz, o filho do soberano Mazulumongo que emigrara com o pai, depois de muitos anos de experiências adquiridas com o seu pai também decidiu atravessar a aldeia do Mapombo e construiu nas terras do rio Longo, esta aldeia foi chamado de Zulumongo di Longo.

Antes dos movimentos migratórios dos Zulumongo e do Mayimbata, o Mapombo vivia na actual vila do Sanza Pombo há muitos anos. Segundo alguns estudos levados a cabo, este teria as suas origens na actual comuna do Wamba. Quando este morreu subiu no trono o seu filho que era natural do Pombo e também foi chamado de Mapombo.

Este permaneceu até a presença dos portugueses na região. Os portugueses depois de permanecerem alguns anos no actual Maquela do Zombo, então Posto Militar com o nome de Mbongi criado em 1896 que, em 1911 passou a sede da Circunscrição do Zombo, decidiram continuar com as chamadas ocupações ou conquistas , andando e travando muitas batalhas de resistência pelo caminho, principalmente na zona de Kamantambu onde os povos infligiram uma derrota aos colonizadores nos primeiros anos da década de 1910.

Estes colonizadores seguiam as pegadas do filho de Zulumongo que abandonara a zona do Zombo à procura de outras zonas migratórias. Nestas batalhas, os portugueses receberam apoio do outro grupo que chegou de Ambriz via Bembe em Novembro de 1911, reforçando os combates e dai, em Dezembro do mesmo ano criaram um posto militar que servia de contacto triangular Damba-Zombo-Bembe, estudando a forma de continuar até ao Pombo.

Com este reforço, o exército colonial conseguiu romper as barreiras de Kamantambu na Damba apesar de muitas baixas e continuaram até na faixa do rio Kwilo, atravessando e seguindo em paralelo ao rio, mas quando chegaram junto à foz do rio Luselwa abandonaram o leito e caminharam até a primeira barreira do Zulumongo di Matadi com o nkango Mazulomongo e o nkangu Mayimbata a oferecerem uma forte resistência antes da chegada à sanzala do Mapombo. Entretanto, embora os portugueses escaparam da barreira, estes povos não acharam-se vencidos, travando sempre que podiam algumas batalhas.

O filho do soberano Mazulumongo que emigrara mais ao sul do pombo onde fundou a sua aldeia entrava em contacto com o pai e muitas vezes uniam-se, fazendo fortes ataques conjuntos, cercando as tropas portugueses.

Entretanto, em 1913, os portugueses logo a sua chegada no Pombo sob o comando do capitão-mor português Francisco Maria Lopes, cantavam a vitória por conquistarem a zona que iria lhes proporcionar vários recursos alimentares e traçar novos planos de invasão, embora que em fortes combates travadas para a ocupação do território do Pombo tiveram enormes baixas, uma delas é a morte de um Capitão e o Sargento Morreiros Neto.

Em 16 de Maio de 1913, o então Capitão-mor português Francisco Maria Lopes funda a vila de Pombo, e transforma a localidade de um bastião bélico que servia como báse militar. Em 30 de Novembro de 1916 foi criado em actual Sanza Pombo um posto militar de 1ª classe.

Em 1917, grande parte de tropas portugueses deixaram o Sanza Pombo para tentarem ocupar o Alto Kawale actual Kangola, mas os nativos rebelaram-se, juntando-se com os povos das vizinhas regiões do Kwango e Massango. Homens mais poderosos da região procuraram mobilizar as suas populações que, iriam iniciar os ataques ao Posto de tropa tuga montado em Alto Kawale.

Naquela região o exército português numa primeira fase começou com os ataques aos nativos, mas a fúria destes manteve-se, os portugueses tiveram que abandonar o Posto em debandada e fugiram para o Pombo. Instalados no Pombo, em 1918, a actual vila sede municipal passou a Capitania-Mor do Pombo; somente foi transformada em Circunscrição Civil em 1921 /22.

Ainda neste mesmo decénio, passou a ser designado Concelho do Pombo. Pois, este nome do Pombo deve-se ao rei Mapombo que era nativo. Entretanto, este rei tão cedo rendeu-se aos portugueses e, por sua vez, estes homenagearam-no, baptizando a região com seu nome por ser um soberano pacífico.

Nesta região não apenas encontraram o soberano Mapombo e seu povo, pois, também encontraram alguns dos seus súbditos e o nkango Mazulumongo e nkango Mayimbata que em união protestavam o comportamento do Mapombo considerando-o traidor do povo ao aliar-se aos portugueses.

Estes agrupar-se, lutando em conjunto para a defesa do seu território, mas a tecnologia portuguesa de armas de fogo de vários calibres com capacidade de atingir uma distância maior de 200 metros os superava, as baixas aumentavam cada vez mais, mas nem isso as guerras pararam.

Os portugueses vendo que não era fácil superá-los, recorreram aos missionários católicos a partir do Mbanza Kongo onde estavam instalados a bastante tempo e que já falavam a língua Kikongo. Estes chegaram ao Pombo via Zombo para apaziguar e aconselhar o povo para que não matassem ninguém porque era pecado perante ao Deus.

Com o evangelho incutido aos revoltosos, abriu-se o diálogo e evitaram a guerra que já estava a fazer muitas mortes em ambas as partes. Como circunscrição civil, o concelho do Pombo com a influência do cristianismo representado pelos missionários católicos que instalaram a sua missão no local com o objectivo de converter a população nativa e educá-la de acordo com as normas culturais europeias e, ao mesmo tempo, ter um papel psicológico junto da representação branca, a localidade já foi chamada de São José do Pombo durante muitos anos.

Mais tarde, depois de alguns acertos, o rio Sanza proporcionou o nome actual mas sem deixar de fora o nome do soberano nato, fixando o nome da vila em Sanza Pombo. Os portugueses a partir daquele momento tornaram donos e senhores da terra, ou seja apropriaram-se da região, reforçando o seu contingente militar, continuando a ocupar as áreas até então sob custódia dos nativos.

Sanza Pombo, no tempo colonial

Neste período registou-se a chegada de muitos comerciantes brancos, implantando-se o sistema colonial e o regime de contratado estendeu-se. Havia muitos anos passados, já na segunda metade do século chega no Sanza Pombo o batalhão de caçadores 92 que instalou-se na região, comandado pelo então Tenente-coronel da Infantaria Duarte de Azevedo Pinto Coelho, depois de criar o Sector Operacional 2.

Parte das companhias de caçadores continuaram a progredir na direcção da fronteira com o Kongo ex-Belga, instalando-se em Santa Cruz e Maquela do Zombo. Nesse período muitos angolanos aderiram o exército português, fazendo parte da mesma, iludindo-se em combater o seu próprio homem.

2.1. Hidrografia

A água é, talvez o maior produto natural existente na região do Sanza Pombo. Por ai possui muitos rios, riachos e ribeiros, atravessando grandes quantidades de água que descem do interior em valas profundos e se alarga próximo da fôz.

A sua configuração hidrográfica está ligada ao seu relevo. Os rios partem do sul ao norte, como por exemplo o rio Kwilo que nasce em Kangola atravessa a região do Pombo e vai desaguar no rio Kwango junto a fronteira de Angola com a República Democrática do Kongo e outros de outros pontos cardinais para o sul, no caso do rio Sanza que parte do leste e corre para o sul. Na sua maioria, os leitos são irregulares.

Alguns deles possuem grandes quedas de água nas suas rochas pregadas pela natureza e outros mostram o brilho no seu areal subaquático. Os rios da região são classificados de duas maneiras: rio de corrente normal (nkoko umoyi) e rio pantanoso (nkoko wafwa mayaya). Os principais rios são: Rio Kwilo, Sanza, Longo, Luselwa, Makeni, Uhamba, Kwuho, Kawale, Lukhodi, Makeni e Tuhy.

Estes e outros rios considerados pequenos proporcionam terras bastante fertilizadas para a prática de agricultura. O Reino Vegetal As matas florestais (nfinda ou londa)da região do Sanza Pombo, normalmente, são ligados aos rios, riachos e até mesmo ribeiros, embora que podemos encontrar algumas florestas também fechadas e isoladas no meio da selva (tungu) e outras abertas (nseka). Além desse tipo de matas, também são ligadas aos rios as chanas (nganga) que são campos bastante úteis para os agricultores.

Nessas florestas podemos encontrar plantas de diversos tipos, entre elas: medicinais, piscatórias, frutíferas, madeirais e etc.

Fonte:  facebook “Grupo SANZA POMBO A TERRA QUE AMO”.

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