EXPLORAÇÃO DE MADEIRA LEVA TERRAPLANAGEM IMPROVIZADA NO NZADI, ADMINISTRADORES DO BEMBE/LUKUNGA ESCONDERAM A VERDADE AO PÚBLICO

Por Alfredo Dikwiza/Jornalista

Uíge, 23/06 (Wizi-Kongo) – A recente cerimónia de consignação da obra de terraplanagem da picada que parte da povoação do Makoko até o rio Nzadi, numa distância de 14 quilómetros, que contou com a presença dos administradores do Bembe e do Lukunga, Gildo Laurindo Ungénito e Manuel Fernando Dafula Dias, é para fins de facilitar o escoamento da exploração de maneira naquela localidade, mas essa verdade, nem um e nem outro administrador deixou claro ao público das duas circunscrições e não só.

Ambos gestores públicos (do Bembe/Lukunga) limitaram-se apenas em ressaltar os ganhos possíveis que a mesma picada trará depois da sua conclusão para as duas circunscrição, que vai, segundo eles, contribuir significativamente nas trocas comerciais entre os municípios do Bembe e Lukunga, mas não tardou, as reacções de repúdio sobre aquela obra já se fizeram sentir, uma delas é do defensor dos direitos humanos e filho do Bembe, Pedro Paka.

Numa carta dirigida ao administrador municipal do Bembe, Gildo Laurindo Ungénito, relativa a cerimónia de consignação da terraplanagem do Makoko-Rio Nzadi, Pedro Paka expressou o seu profundo descontentamento e indignação tendo afirmado que passados quase 50 anos de independência de Angola, é escandaloso que ainda se trata como conquista a terraplanagem de uma estrada terciária, o que não significa progresso e, sim, demonstra um imagem clara de abandono, da má gestão e da inversão completa das prioridades.

Enquanto isso, apontou, a estrada principal que liga o município do Songo até Lukunga/Bembe contínua sem asfalto desde que Angola tornou-se independente, é uma estrada repleta de buracos, resultando no isolamento das comunidades de ambas circunscrições, travando qualquer possibilidade de desenvolvimento económico sério.

Para gravar ainda mais o cenário, recordou, o Bembe, não possui água canalizada e muito menos corrente eléctrica ou agência bancária, o que obriga os funcionários públicos deslocarem-se regularmente para o centro da cidade que dista aproximadamente 300 quilómetros de distância com objectivo de levantar os seus salários, arriscando as suas vidas por um direito básico, o que impede de falar de dignidade humana nestas condições.

Estes factos, como disse, não podem continuar a ser ignorados, uma vez que, a população do Bembe merece mais do que obras simbólicas de contratos duvidosos e vazios.

Pedro Paka exigiu a publicação imediata do contrato da obra em causa (Makoko/Nzadi), incluindo os valores e a cláusula da fiscalização, igualmente, dos critérios usados no mesmo contrato para priorizar essa obra, deixando de lado as necessidades estruturais muito mais urgentes.

Igualmente, o defensor dos direitos humanos, disse ser urgente o início das obras da estrada Songo/Bembe no plano de asfaltagem da administração local e provincial em base de uma gestão transparente, bem como, um plano de emergência para resolver o problema da água e de energia, assim como os serviços bancários.

A empreitada a cargo da empresa Jognazi, terá um prazo de 6 meses, cuja fiscalização é de tutela da firma Helena Business e aguarda-se que a obra será executada de acordo os padrões exigidos com qualidade e segurança.