Museu dos Reis do Kongo atinge recorde de visitas

Por Álvaro Victória

Em 2016, cerca de 12 mil pessoas visitaram o Museu dos Reis do Kongo. Os números representam um aumento que resulta da candidatura de Mbanza Kongo a património cultural da humanidade.

De Janeiro a Dezembro de 2016, 11 mil e 827 pessoas visitaram o Museu dos Reis do Kongo, uma cifra recorde.

No ano passado, 11 mil e 827 pessoas, entre nacionais e estrangeiros, realizaram visitas ao museu dos Reis do Kongo, na cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire.

Os surpreendentes números representam um aumento de oito mil e 418 visitantes em relação ao ano de 2015, sendo, por conseguinte, um novo recorde nos registos de visitas àquele monumento cultural da província.

A candidatura da cidade de Mbanza Kongo a património histórico do mundo é vista pelos responsáveis da província como um dos motivos que elevou no ano transacto o número de visitas ao museu.

Citado pela agência Angop, o chefe do Departamento do Património Histórico-Cultural da Direcção Provincial da Cultura disse que a cifra prevista para o período em destaque era de cinco mil visitantes, tendo este número sido dobrado e ultrapassado as expectativas das autoridades locais.

Luntadila Lunguana referiu que o carácter sagrado e excepcional dos monumentos e sítios históricos de Mbanza Kongo despertaram também o interesse e curiosidade dos visitantes ao Museu dos Reis do Kongo.

O referido museu dispõe de 114 peças que retratam a vida dos antigos soberanos do então Reino do Kongo.

O Império do Kongo, como também era chamado, foi um reino localizado no Sudoeste de África, fundado por Ntinu Wene, no século XIII.

O museu passou a constar do calendário de eventos culturais da cidade, devido à sua importância histórica.

Encontros, curiosidades, troca de impressões e leituras entre visitantes preenchem frequentemente o seu diário de registos .

O museu detém um acervo constituído na sua maioria por objectos de uso pessoal dos últimos reis, entre os quais D. Pedro V, o Ntotela Ntinu Nekongo, que já reinava em 1878. Embora tenha sido criado logo nas primeiras décadas após a Independência, o Museu dos Reis do Kongo nunca viu a sua missão definida nem o seu estatuto reconhecido por um diploma legal.

Conta com seis salas temáticas, a primeira dedicada às migrações, fixação, distribuição e composição dos Povos Kongo. A segunda aborda o território e limites do antigo Reino Kongo e a terceira, a organização sociopolítico e económica Kongo. A quarta sala dá uma panorâmica sobre a evolução histórica da cidade de Mbanza Kongo como capital do Reino e, nas restantes salas, a vida de um soberano Kongo foi o antigo Palácio dos Reis do Kongo.

A par do acervo, o museu alberga ao seu redor simbolismos relevantes da história, como a aclamada árvore Yala Nkuwu, o local onde se realizavam julgamentos, designados na língua materna kikongo, que, apesar de real, é tida como sagrada e, ao mesmo tempo, secreta. Um procedimento que, segundo relatos do director do museu, Biluka Nsonkala, se conserva até aos nossos dias. É classificado Património Históricos Cultural, através do Despacho Ministerial n.o 95 de 18 Abril de 1995, a área de tratamento do cadáver do Rei, o local onde o corpo do Rei aguardava as exéquias oficiais e, por último, o cemitério dos reis. Todos estes locais estão intimamente ligados ao Palácio Real.

Via NJ

Comentário

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*


Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.