Por Luís Caetano
É um reconhecimento justo e merecido pela contribuição histórica do clube para o futebol angolano, particularmente na fundação do Girabola. Duas equipas do Uije tiveram esta primazia, Futebol Clube do Uíge e o Clube Desportivo Os Construtores foram pioneiros, marcando uma geração que, apesar das dificuldades da época, conseguiu fazer história e ajudar a solidificar as bases do futebol em Angola. Nos anos de 1979, 1980 e 1981, ambas as equipas estiveram entre os fundadores do Girabola, protagonizando um momento que, mesmo sem a visibilidade e a infraestrutura actual, representou um marco na construção do futebol pós-independência em Angola.
As disputas acirradas entre estas equipas e as outras da época ajudaram a moldar o futebol do nosso país, proporcionando as premissas para o desenvolvimento das gerações futuras.
O declínio dos Construtores em 1982, foi um reflexo da competitividade do Girabola, mas também da instabilidade que muitas equipas enfrentaram durante os primeiros anos da prova. Contudo, o legado desse clube permanece, sendo lembrado com carinho por todos que acompanham a história do futebol em Angola.
Jogadores como Arménio e Vicy tornaram-se símbolos dessa era, com actuações memoráveis que ecoam até hoje na memória dos angolanos. Eles eram mais do que apenas jogadores de futebol; eram ícones de uma época que viu o futebol angolano dar os primeiros passos em um caminho que, décadas depois, levaria o país a participar num Mundial de Futebol, em 2006, na Alemanha.
A trajectória dos Construtores do Uíge não foi apenas uma passagem no tempo, mas uma contribuição fundamental para a construção do que hoje é uma competição com algum historial no continente africano. Que a memória desse clube, com todas as suas conquistas e dificuldades, continue a ser celebrada, como um testemunho da paixão, dedicação e coragem de todos aqueles que deram o melhor de si para o futebol naquela região de Angola.
Certamente, a equipa dos Construtores do Uíge tem uma história muito mais rica e profunda, e merece ser lembrada com ainda mais carinho e respeito. O reconhecimento é importante, mas o que essa equipa representou para o futebol angolano vai muito além das conquistas e dos jogos. Eles foram pioneiros em um momento crucial, ajudando a criar a estrutura do Girabola e proporcionando, com cada jogo, momentos de grande emoção para os adeptos.
Os Construtores não foram apenas uma equipa, mas um símbolo de perseverança, de paixão pelo futebol e de dedicação a uma causa maior, a de ver o futebol angolano crescer. Muitos clubes têm histórias de vitórias, mas poucos podem se orgulhar de ser parte fundamental da fundação do Girabola.
É claro que há muito mais para contar sobre a trajectória da equipa, sobre os jogos memoráveis, as rivalidades e a paixão de quem viveu aqueles momentos. No entanto, cada jogo, cada emoção e cada fase dessa história está no coração dos adeptos que acompanharam o seu percurso e que, ainda hoje, lembram com saudade o legado dos Construtores do Uíge.
Por mais que o tempo passe e outras equipas surjam com novos feitos, a memória dos Construtores permanecerá sempre viva no imaginário do futebol angolano. Que a história deles continue a ser contada, para que as novas gerações possam compreender a importância que tiveram e o impacto que causaram, não só no futebol, mas também na cultura e na identidade do povo das terras do café.
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