
Alfredo Dikwiza|Jornalista
Uíge, 17/07 (Wizi-Kongo) – Virgílio Cordeiro, responsável do Departamento de Informação e Propaganda do MPLA (DIP) e director do Centro de Formação Tecnológico do Uíge (CFTU), é apontado no círculo da política local, da sociedade civil e dos activistas como sendo o homem de “testa de ferro” a nível da região, máquina de boicote das manifestações pacíficas, sempre que são anunciadas.
Na última manifestação (sobre o descontentamento das mortes na ravina de Kimbele), tão logo fora anunciada, Virgílio Cordeiro, igualmente, declarou no mesmo dia uma actividade de recreação e cultural, juntando dois eventos no mesmo local (show de kuduro e freestyle de moto-cross), cujo objecto era desviar o foco dos uigenses na manifestação e, também, para a manifestação deste sábado 19/07, contra subida do preço do combustível, aquele responsável do DIP do MPLA, usou a mesma técnica que da vez passada.
O mais caricato, disse ao Wizi-Kongo o funcionário público Ângelo Eduardo, as actividades que o Virgílio Cardoso anuncia é em nome do Centro de Formação Tecnológico do Uíge, uma instituição aquém da ligação de qualquer partido político ou uma organização não-governamental, tal que, foi construído com fundos do Estado angolano e contou com a sua inauguração, em 2021 pelo presidente de Angola, João Lourenço, então, é inadmissível a reversão de papel que se nota actualmente naquele estabelecimento de ensino. “Qual é o medo que o MPLA tem tido com pessoas do bem que defendem causas justas”, questionou o funcionário público.
Para Guimarães Kanga (Guimarães Libertador Aprisionada), activista e contabilista de profissão, chamou de inimigas da paz e da estabilidade social, às provocações que são promovidas por Virgílio Cardoso, um alto membro do partido que governa Angola, deixando claro com isso, a falta de compromisso na melhoria das condições de vida dos angolanos, em particular no Uíge, uma vez que, as manifestações que são convocadas nunca foram violentas, antes pelo contrário, são pacíficas e comprometidas com o bem-estar da população.
“Nós não somos e nunca fomos contra ninguém, apenas reprovamos aquilo que prejudica a população, somos a favor da paz, da estabilidade social, económica e de causas justas dos angolanos, engana-se quem pensa que os activistas são causadores do mal, os causadores do mal é quem nos governa, a exemplo, é o que está visível aos olhos de todos no Uíge, sobre o mau comportamento dos membros de alto nível do MPLA”, rematou, Guimarães Kanga.
Amilson Miguel, outro activista e empreendedor comercial, disse estar firme em defesa dos sem voz, apesar dos boicotes vindos por parte de quem deveria fazer melhor por Angola e pelos angolanos, tendo chamado de pouca vergonha os actos promovidos pelo DIP do MPLA no Uíge e do Centro de Formação Tecnológico, que, por si, são dirigidos pela mesma pessoa, concretamente, Virgílio Cardoso.
O jurista e proprietário do podcast Ndombi Zadimenga, Joaquim António Ernesto, também não ficou de fora e nunca carta pública dirigida ao governador do Uíge, José Carvalho da Rocha, em um dos parágrafos escreveu: “ o Centro de Formação Tecnológico do Uíge, adoptou uma inversão de valores, deixou por parte o seu papel principal (capacitar o homem para as tecnologias e assim potencializar a província neste ramo) e, inclinou-se na política ao serviço do MPLA, promovendo actividades de âmbito político, com destaque as recreativa, shows de músicos e freestyle de moto-cross.
Este centro, destacou, está em conflito com o Conselho Provincial da Juventude, a JMPLA e o sector da cultura no Uíge, perdendo o seu âmbito e objectivo no qual foi criado e, agora, é um centro que está na promoção do Kuduro, moto-cross, da moda, boa parte destas actividades estando ligadas ao partido e são realizadas nas instalações do partido.
“Para a minha maior insatisfação, um centro ligado as tecnologias, por sinal, o actual governador do Uíge, José Carvalho da Rocha é um dos maiores e melhores quadros do país nesta área, não deve permitir que o centro tecnológico do Uíge, construído com os fundos públicos, com competências específicas, realize uma actividade lúcida para contrapor uma manifestação pacífica”, lamentou.
Joaquim António Ernesto, espanta-se ao notar a existência de um coquetel de funções naquele centro, cujo director é ao mesmo tempo o homem do Departamento de Informação e Propaganda do MPLA, Virgílio Cardoso, deixando tudo em aberto, sem saber se o centro é a sede do DIP ou não, se não é, então, “quero aqui encorajar de que o Centro de Formação Tecnológico do Uíge, fique unicamente exclusivo na área de formação, que como são de louvar muitas acções de bolsas formativas ai gratuitas.
Virgílio Cardoso, um dos braços direitos do governador e primeiro secretário provincial do MPLA no Uíge, José Carvalho da Rocha, é tido no seio dos militantes do seu partido como egoísta e arrogante, além de ser um divisor de membros, principalmente, daqueles que não se revejam no modo de ataques contra outros políticos, dentro e fora do seu partido, igualmente, surge várias vezes como motivo de conversas negativas no seio da oposição local, por alinhar-se sempre em actos provocativos que em muitas das vezes têm gerado desavenças.
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