
Por António Capitão|Jornalista
Uíge, 06/08 (Wizi-Kongo) – Há mais de uma semana que a província do Uíge regista uma escassez de gasolina nos Postos de Abastecimento (PA’s) das principais operadoras de redistribuição e outros.
A situação, tem causado enormes constrangimentos na mobilidades de pessoas e bens na região. Além do preço alterado, por força do aumento do preço do gasóleo, os serviços de táxi se tornam escassos dia-pois-dia.
Na maior parte da cidade do Uíge, sobretudo às horas de ponta, é notável muita gente a implorar uma vaga nas viaturas de táxi que ainda circulam. Nos PA’s, as filas de carros e motorizadas se alongam por cerca de 500 metros (ou mesmo mais do que isso), e tempo de espera na fila pode durar até cinco horas.
“Tive de sair de casa às 4:30 minutos para poder saber qual dos postos de abastecimento tem gasolina. Fiquei até às 12 para conseguir abastecer a viatura. Tem sido um situação constrangedora”, desabafou um dos taxistas que era 24⁰ na fila de espera do PA do bairro Ngengue.
Fora dos constrangimentos já mencionados, impavidamente estão as autoridades competentes pela distribuição deste produto no mercado formal. Muitas viaturas ficam parqueadas em casa por falta de gasolina e os proprietários têm de andar com os bidões às mãos para conseguir pelo menos 10 ou 20 litros.
Na maior parte os PA’s, há orientação dos gestores para que não se abasteçam bidões. Deixando os proprietários de viaturas parqueadas, muitos funcionários públicos e privados, de mãos atadas e sem solução.
O que também falta perceber é que os PA’s que facilitam o abastecimento nos bidões, podem ser, implicitamente promotores do contrabando e especulação do preço deste derivado do petróleo, pois estes nem sempre são proprietários de viaturas, mais retalhistas e contrabandistas que encontram nesta situação uma soberba oportunidade para a realização do lucro fácil e à cima dos 100 por centos.
Nos diversos pontos de venda a retalho de gasolina na província do Uíge o preço varia entre os 500 e 800 kwanzas. Uma margem de lucro variável entre 66 à 166 por cento, com uma rotatividade do stock de menos de cinco horas. Os contrabandistas, já não precisam sair do território nacional para comercializarem o produto além fronteira por o capital investido pode quintuplicar em menos de 72 horas.
Várias vozes defendem ser a hora do Executivo agir para reverter a situação para manter o poder de comprar dos contribuintes na aquisição de gasolina e evitar o enriquecimento fraudulento por parte dos contabilistas, cujos valores arrecadados podem ser exportados para serem reenvistidos nos países de origem.
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