Kitandeiras do Uíge consideram fiscais de suicidas

Por Alfredo Dikwiza e Jeremias Kaboco

Uíge: – As vendedoras do perímetro da rua Industrial, consideram a brutalidade que os fiscais da administração municipal local vêm demonstrando, como uma suicida diante dos homens de negócios, face as recentes destruições feitas na calada da noite das suas bancadas. O descontentamento das vendedoras surgiu pelo facto dos fiscais terem destruído neste sábado, na calada da noite, as suas bancadas, onde as mesmas vendedoras conseguiam o ganha-pão para o sustento de suas famílias. No dia seguinte, ou seja, nas horas normais que os vendedores chegam no local, rua Industrial, para exporem os seus bens as centenas e centenas de clientes, como espanto encontraram as suas bancadas a baixo, uma acção protagonizada pelos fiscais, sem o consentimento prévio dos vendedores.

Assim, a situação causou uma revolta tremenda dos mais de 200 vendedores do local, que, em seguida, protestaram com palavras e gritos, assim como amontoaram caixas e pneus na estrada, por fim puseram-no fogo. Depois disso, pouco menos de 10 minutos, Polícia Nacional (PN) foi notificada, tendo os mesmos não vacilarem e apareceram no perímetro da rua Industrial em peso, compostos por polícia da ordem pública, da Intervenção Rápida (PIR) e da Viação e Trânsito, munidos de porretes, cabos de aço, pistolas e armas de marca AKM, com intuito em espalhar os protestantes.

Deste modo, o contingente da PN cercou o perímetro de dois quilómetros e tal da mesma rua, com os seus efectivos destacados de um lado para o outro, sem deixar passar as pessoas ou carros que por ai se dirigissem, ainda que um dos moradores fosse, complicando assim a livre circulação de pessoas e bens por mais de quatro horas. No perímetro onde ocorre as vendas, ficou desolado e vestígios de cinzas e bancadas quebradas se poderiam ver mesmo ao longe, tanto do lado esquerdo, como do lado direito, naquele momento o pânico e medo era visível nos olhos dos vendedores, clientes e não só.

Um dia depois da destruição das bancadas, as vendedoras continuam indignadas pelo comportamento dos fiscais e da presença da polícia nacional munidos de seus equipamentos de guerra, como observou hoje, segunda-feira, ao Wizi-Kongo, a vendedora Amélia Paulo Filipe. “Como é de nossa rotina de segunda a sábado, dás 7h/30 a 16, para com o mesmo objectivo, retirar dos depósitos as nossas mercadorias e coloca-las a disposição dos clientes, mas pelo nosso espanto logo que chegamos aqui as bancadas já se encontravam todas por terra”, acrescentou.

Gabriel Gomes, outro vendedor, justificou ser o local de venda porque é onde retira o sustento da sua família, em particular dos estudos das crianças e da saúde, tendo chamado a mesma atitude de complicado para com suas vidas, uma vez que as bancadas foram destruídas fora de seus consentimentos e também vai causando muitos estragos por partes de quem tinha produtos de pouco duração e que tinha como previsão vende-los sábado ou hoje. “O que quê vale, Estado sem povo ou povo sem Estado, ambos os lados antes de tomar decisões de género deve existir em primeira instância a conversas, desta forma, nota-se que o Estado em nada está contribuir para o equilíbrio harmonioso das famílias”, desabafou a compradora Amélia Ricardo. Isto não é bom, disse, Jorge Mpungu, porque a rua é apelidada de Industrial, se assim é, claro, que os ambulantes também devem aqui vender e não deixar apenas que os grossistas ficarem aqui nos armazéns “não vendemos na beira da estrada, e o pior é que vieram aqui destruir as bancadas na calada da noite e sem nenhuma satisfação aos vendedores”. Jorge Mpungu avançou serem apanhados com as calças na mão, pois, seria bom que fossem avisados porque uns vendem mercadorias de pouco tempo de conservação e com esse tipo de situação sai a perder cada vez mais os vendedores.

Por sua vez, o comandante para orem pública, subcomissário David, em breve conversa, desmentiu os vendedores que afirmam nunca antes serem avisados, pois, tempos atrás já tinham sido avisados para que deixassem de vender naquele perímetro. “Os vendedores deste perímetro já foram avisados no passado, mesmo assim não deixaram de vir aqui e, desta vez, a administração municipal tomou outra medida que passa na destruição das bancadas no período nocturnos, para que logo que chegassem não tinham como estender os seus bens”, explicou. Wizi-Kongo soube através de fontes próxima do governador provincial, ser uma medida tomada por Pinda Simão, que pretende ver as ruas da urbes livres e sem pessoas a venderem comidas e não só por volta das passadeiras.

Wizi-Kongo

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