MAKELA CONFIRMA UM CASO VARÍOLA DE MACACO

Por Nkemo Sabay

Esta semana foi confirmada mais um caso de M’POX (Monkeypox), em Maquela do Zombo, o terceiro a nível do país. Esta doença, conhecida também como varíola de macacos, foi confirmada pelas autoridades sanitárias do Uíge, contactadas pelo Wizi-Kongo.

No passado mês de novembro, em Luanda, uma senhora vinda da República Democrática do Congo (RDC) e o seu filho, foram diagnosticados com esta doença, constituindo o primeiro e o segundo caso registado em Angola. Kavenaweteko Adelaíde Malavu, directora provincial de Saúde do Uíge, anunciou que o caso de Makela é o mesmo que se detectou em Luanda no mês passado, afirmando que o município faz fronteira com a RDC.

O Ministério de Saúde recomendou várias medidas de prevenção para evitar a propagação desta doença contagiosa, para proteger a população, desinfectando áreas contaminadas, identificação e rastreamento de contactos, bem como pesquisas epidemiológicas profundas. Recomenda-se ainda lavar constantemente as mãos com água e sabão, desinfectar com álcool, não caçar e não  comer carne de macacos e roedores, evitar contacto directo com carne e sangue desses animais.

As medidas preventivas são extensivas aos materiais e utensílios usados por pessoas com sinais de doenças e sintomas, entre os quais vestuários como todos tecidos usados nos quartos de banho, utensílios da cozinha e da refeição.

Caso apareçam sintomas de M’pox, O MINSA pede aos cidadãos que procurem imediatamente a unidade hospitalar mais próxima.

A varíola dos macacos, é uma doença transmitida, principalmente, por meio do contato directo pessoa a pessoa (pele e secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Portanto, qualquer pessoa que tenha contato físico próximo com alguém infectado está em risco, inclusive as crianças, que são tipicamente mais propensas a ter sinais e sintomas mais graves do que adolescentes e adultos.

O maior risco de complicação nas crianças acontece porque elas ainda estão na fase de desenvolvimento, incluindo o sistema imunológico, que não está completamente pronto para combater infecções de origem externa, como vírus e bactérias. O desenvolvimento da imunidade é um processo que acontece ao longo dos primeiros anos de vida. Nesse sentido, qualquer infecção pode ser mais grave nas crianças. A primeira maneira de proteger os pequenos, portanto, é evitar o contato deles com pessoas em que há suspeita ou confirmação da varíola dos macacos.

Normalmente, os sintomas da varíola dos macacos são os mesmos em adultos e em crianças e incluem: febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio, fraqueza, adenomegalia: linfonodos inchados (ínguas), rrupções cutânea ou lesões de pele.

Como tudo começou

Em 1958, foram identificados os primeiros casos de varíola dos macacos num grupo de macacos, daí nascendo o nome da doença, apesar de o vírus ser mais comum em roedores. Por outro lado, em 1970, foi identificado o primeiro caso em pessoas.

A maioria dos casos notificados ocorreu na República Democrática do Congo. Desde 2016, registaram-se casos em países como Serra Leoa, Libéria, República Centro-Africana, República do Congo e Nigéria, que sofreram o maior surto recente.  Acredita-se que um aumento recente de 20 vezes na incidência seja decorrente da interrupção da vacinação contra a varíola, desde 1980.

Nos EUA, em 2003, ocorreu uma epidemia de varíola dos macacos quando roedores infectados, importados da África como animais de estimação, disseminaram o vírus para cães de estimação que, então, infectam humanos. Essa epidemia teve 35 casos confirmados, 13 prováveis e 22 suspeitos, sem nenhum caso de morte.

Em maio de 2022, foi registrado um surto de varíola dos macacos em regiões não endêmicas.

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