MANUEL GUEDES DOS SANTOS LIMA – 1° COMANDANTE DO EPLA

Manuel Lima ( sentado à direita) com representantes de governo congolês, em Leopoldville, 1962. Imagem de ATD

Retrato de nacionalista angolanos desconhecidos.

MANUEL GUEDES DOS SANTOS LIMA

Manuel Guedes dos Santos Lima foi um linguista, escritor, jornalista, advogado, político e ex-militar ango-santomense. Foi o primeiro comandante do Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), base do atual Exército Angolano.
Biografia

Nasceu a 28 de janeiro de 1935, na cidade do Cuíto, na província do Bié, em Angola. O seu pai era oriundo de São Tomé, facto ressaltado na sua obra Sementes da Liberdade.

Desde jovem que o autor se destaca apresentando-se como o primeiro classificado no exame de quarto ano. Aos doze anos, foi para Lisboa para concluir seus estudos no Liceu Camões e, posteriormente, estudar na Faculdade de Direito (1953) da Universidade de Lisboa. Foi colega de Francisco Sá Carneiro, Jorge Sampaio e Pinto Balsemão. Em Lisboa, torna-se residente da Casa dos Estudantes do Império (CEI), sendo um dos mais importantes colaboradores da revista Mensagem (uma publicação da CEI).

Foi o representante de Angola no 1.º Congresso Internacional dos Escritores e Artistas Negros, em Paris (em 1956), e no Congresso Afro-Asiático de Escritores, no Cairo (1962). Em Paris, trabalhou com Léopold Sédar Senghor e Aimé Césaire na revista Présence Africaine.

Santos Lima foi o primeiro oficial negro do exército português, mas desertou para lutar pela independência de Angola. Desertou em Damasco, seguindo depois para Beirute, onde havia um núcleo nacionalista angolano, dirigido por Marcelino dos Santos. Coube-lhe a formação, bem como a tarefa de ser o primeiro comandante do Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), o braço armado guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Entre 1961 e 1963 participou como comandante do EPLA na Guerra de Independência de Angola. Porém, resolve deixar o MPLA por divergências com a liderança de Agostinho Neto.

Manuel Lima foi o autor de disparos com arma de fogo, numa briga entre guerrilheriros do EPLA, perto do aeroporto de Ndolo, na comuna de Barumbu em Leopoldville, no início de 1963, o que provocou a expulsão do MPLA de Leopoldville. Com efeito, curiosamente, foi o Neto que denunciou aos gendarmes congoleses, o grupo de Viarato ser responsável de disparos. Viriato será preso, mas nâo por muito tempo, o seu amigo, o luso-congoloês Mário Filipe Cardoso (com autenticidade africana adoptou o nome do seu avô congolês Losembe Butaniale), conseguiu a sua liberdade. Na sua saída da prisão, as hostilidades continuaram entre alas do MPLA, desta vez, Matias Migueis envolveu-se numa luta corporal com Iko Carreira, para os acudir houve um disparo com uma pistola, algumas fontes sitam o Lima ser o autor. Exasperado com os guerrilheiro angolanos, o governo congoleses, atravês do seu Primeiro-Ministro Adoula convoca todos líderes angolanos, incluíndo Holden Roberto, foram aconselhados a não usar armas de fogo no meio de uma das cidades mais populosa de África, quem fazer uso de armas de fogo, no território congolês será convidado a deixar Congo. Mas como Neto nâo conseguiu encarcerar Viriato nas prisões congoleses sentiu-se visado pelo governo congolês e decidiu abandonar Leopoldville para se instalar em Brazzavile.

Em 1965, Manuel Lima apareceu ao lado dos guerrilheiros do EPLA, no Congo-Brazzaville, o que supõe-se que seguiu Neto, antes de separar com ele difinitivamente.

Entre 1963 e 1968, doutorou-se em literatura comparada, na Universidade de Lausanne, na Suíça. Sua tese foi sobre a obra de Castro Soromenho (1975), seu amigo pessoal. A tese foi escrita enquanto morou no Canadá e na Suíça.

Leccionou no Canadá até 1982, onde ensinou sobre literatura portuguesa, francesa e espanhola. Leccionou em Rennes, durante 20 anos, e em Nantes, Lisboa (Universidade Moderna) e Luanda, onde chegou a ser reitor da Universidade Lusíada de Angola. Encabeçou um dos movimentos de oposição ao MPLA após o pluripartidarismo, fundando o Movimento de Unidade Democrática para a Reconstrução (MUDAR) – partido oposicionista do regime – sendo convidado para tal em 1991.

Manuel dos Santos Lima morreu em Portugal na última terça-feira 17 de Dezembro de 2024

Obras escritas por Manuel dos Santos Lima:

Kissange (1961) – volume de poesias,
A Pele do Diabo (1977; “The Skin of the Devil”) – a peça do teatro,
As Sementes da Liberdade (1965; “The Seeds of Liberty”) – o primeiro romance,
As Lagrimas e o Vento (1975; “Tears and Wind”) – o romance,
Os anões e os mendigos (1984; “Dwarfs and Beggars”) – o romance.

Fonte consultada: Wikipedia

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