PRONVÍNCIA DO UÍGE GANHA NOVAS INFRA-ESTRATURAS

Desde 2017 que a cidade do Uíge tem beneficiado da construção de novas infra-estruturas sociais e económicas do sector público e privado.PR

O Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), o Programa Integrado de Desenvolvimento Local e de Combate à Pobreza (PIDLCP) e o Programa de Investimento Público (PIP) conduzidos pela Administração Municipal, Governos Central e provincial, possibilitaram a construção de várias infra-estruturas que mudaram melhor a imagem arquitectónica da cidade. Por arrasto, vieram conferir melhores condições de vida às populações.

Dados obtidos pelo Jornal de Angola, indicam que no período em referência foram construídas escolas nos bairros Pedreira, Kilala, Papelão, Caquiuia, Mbemba Ngango, Nguengué, Paço e Benze, Sonangol, Bem-Vindo, Candombe-Novo, Mongualhema, Tange, Katapa e Kilumosso, com destaque para o Magistério Primário “General Pedro Venha Lima-Foguetão”, no Tange, o novo Instituto Técnico de Saúde no Kilumosso e o Centro de Formação Tecnológica, que tem permitido a inclusão de crianças, adolescentes e jovens ao “mundo das novas tecnologias de comunicação e informação”. Foram, igualmente, erguidas unidades sanitárias, asfaltadas estradas nos bairros periféricos para facilitar a circulação de pessoas e bens nos bairros Candombe, Mongualhema, Candombe-novo, Mbemba Ngango, na Rua dos Candeeiros e de acesso à Centralidade do Kilumosso.

O sector privado não se limitou neste processo. Empresários e empreendedores investiram recursos para erguerem novas infra-estruturas para fins pessoais ou para servir a comunidade. O bairro Dunga passou a dispor de edifícios com mais de dois andares. No Papelão, Caquiuia, Kixikongo, Kilala, Katapa, Tange, Bem-Vindo e outros bairros onde até pouco depois do fim do conflito armado apenas existiam moradias de construção precária e sem infra-estruturas socioeconómicas, de recreação e lazer, conhecem outra realidade.

A par do surgimento de novas infra-estruturas, os munícipes do Uíge reclamam do subaproveitamento que é dado a várias infra-estruturas de herança colonial que suportavam a actividade económica, industrial, lazer e de ensino e educação. A juventude, particularmente, onde se inclui o professor Hélder João, questiona vezes sem conta o abandono da Piscina Parque da cidade do Uíge, que se encontra inoperante há mais de 15 anos, bem como o Campo Multiuso adjacente ao local.

Outra preocupação dos munícipes do Uíge se dá também com o “açambarcamento” do parque industrial. As suas infra-estruturas foram transformadas em armazéns para a actividade comercial, contribuindo para a desordem administrativa, sobretudo no que se refere à mobilidade urbana, saneamento básico e organização da actividade comercial.

“É lamentável ver o destino que se tem dado à Piscina Parque do Uíge, onde entre os anos de 1996 e 2005 ainda dei nela muitos mergulhos. Onde andam os patos da água da lagoa adjacente à piscina, hoje transformada numa simples carteira de lama. Se desmantelou, por completo, a Bangola do Norte, a Bozoangola, a Cifal e outras infra-estruturas”, reclamou Hélder João.

Mural das personalidades

Local onde habitualmente são realizadas as principais actividades festivas em prol das festas da cidade do Uíge, na Praça da Independência, contígua ao Hospital Geral do Uíge, Sé Episcopal, bairro Papelão e Avenida do Café, no centro urbano da cidade do Uíge, foi construído um muro de vedação para a preservação do mesmo e maior controlo e gestão das actividades aí realizadas.

Para satisfação dos munícipes, o referido muro foi transformado num mural de homenagem a grandes figuras do país e da sociedade uigense que se destacam nos mais variados domínios da vida quotidiana, desde políticos, estudiosos, homens ligados ao desporto, cultura e artes e religião.

À primeira vista, ressaltam as figuras de primeiro Presidente da então República Popular de Angola e Fundador da Nação, o saudoso Dr. António Agostinho Neto, o “Arquitecto da Paz”, o Presidente José Eduardo dos Santos e o actual Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço. No domínio religioso se destacam as figuras de Dom Francisco da Mata Mourisca, Simão Gonçalves Toco e Simão Kimbangu.

No mural, a Ciência é prestigiada com a figura do malogrado Professor Catedrático Dissengomoka Sebastião Alexandre. A cultura é a mais representativa. As imagens de Nagrelha dos Lambas, Yannick Afroman, Ceff Tanzy, Teta Lando, Samangwana, Lina Alexandre, Irmã Sofia, Bambila, Samara Panamera falam por si. Para completar o quadro, salta à vista a merecida homenagem aos profissionais do sector da Saúde e aos locais e sítios turísticos.

Ciente do seu valor para o país e, quiçá, além-fronteiras, os munícipes locais manifestaram que gostariam de ver incluídos no mural figuras ligadas ao desporto da dimensão de Vicy, Herménio, Maluka, N’dunguidi, Vata, João Pedro Kindoki, Lussevikueno Zorró e Miguel Lutonda, e outros que despontaram na música, como Cananito Alexandre, Nerú, Velho Cobra, Os Kongos, Pop Show da Banda África Sound Star.

Feira de livros

No aniversário da cidade do Uíge, a Literatura não quis ficar sem dar o ar da sua graça. O exemplo do empreendedor Domingos Álvaro é bastante revelador. Ciente de que não podia deixar passar a oportunidade, saiu da capital do país e montou uma bancada com livros diversificados defronte à Casa da Cultura, bem pertinho do Grande Hotel do Uíge.

“É uma exposição de livros diversos, onde os leitores poderão encontrar temas que enriquecem o seu conhecimento. Viemos da Livraria Kayela, a partir de Luanda, a convite da Direcção Provincial da Cultura e trouxemos aqui mais de cinco mil livros de diversas áreas do saber. O mercado literário do Uíge é fértil, desde quarta-feira e estamos a registar centenas de clientes a visitarem a nossa tenda; as vendas estão a ser feitas regularmente, por isso, estamos satisfeitos”, disse.

Domingos Álvaro contou que, na condição de empreendedor no segmento literário, não se deslocou ao Uíge apenas movido pelo lucro, mas para interagir com outros jovens ligados à Literatura, bem como ajudar a despertar o quanto é bom investir nela.

“Sou um jovem literário que começou a vender livros na zunga, nas ruas do bairro São Paulo, em Luanda. Hoje sou proprietário de livrarias em Luanda e no Huambo e o meu objectivo é também inspirar os jovens a não esperarem apenas do Governo. É preciso retirar de nós o preconceito de que a única saída para desenvolver na vida é o emprego que o Estado dá”, disse Domingos Álvaro, acrescentando que ao investir no mundo literário com sabedoria e bases sólidas bem-criadas é possível.

Via JA

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