RECLUSOS PRODUZEM MAIS DE CEM DIVERSOS ALIMENTOS

António Capitão | Edições Novembro | Uíge

Por António Capitão

Uíge: Mais de 100 toneladas de produtos diversos estão a ser produzidas pelos reclusos dos estabelecimentos prisionais do Congo e do Kindoki, na província do Uíge, informou, no último sábado, o director dos Serviços Prisionais, comissário Dulcínio Silvestre.

O Comissário dos Serviçis Prisionais que falva no acto de abertura da campanha ágricola, disse que actividade está a ser realizada no âmbito do processo de produção de alimentos,para superar o défice registado nestas regiões.

Dulcínio Silvestre sublinhou que para a presente campanha agrícola, foram preparados 80 hectares de terras para os dois campos prisionais, onde está prevista a produção de mais de 100 toneladas de vários produtos.

O comissário informou que dos 80 hectares de terras lavrados, foram planificados 24 para o cultivo de batata-doce, 22 para plantação de mandioca, 2,2 para batata-rena, 11 de milho, cinco para hortaliças e igual número espaçoso para o lançamento de plantas frutíferas de manga, limão, laranja e banana.

O director considera que o processo de produção agrícola no sistema penitenciário, além do processo de formação e reintegração dos reclusos, é importante porque reforça a dieta alimentar, reduz os custos financeiros e suporta as despesas de manutenção do ciclo produtivo.

O dirigente revelou que para o êxito desta época agrícola vão estar envolvidos 150 reclusos, subdivididos em brigadas por agentes prisionais, devidamente seleccionados, para se evitar a fuga dos mesmos.

O director lamentou o facto de estarem apenas disponíveis para o cultivo os campos prisionais do Kindoki e do estabelecimento do Congo, tendo ficado de fora o do Gunga Cruz, por razões técnicas, e a fazenda Maquila, do município de Sanza Pombo, com 1.500 hectares.

O responsável dos Serviços Prisionais do Uíge lembrou que a campanha agrícola passada, permitiu o cultivo de 64,5 hectares, tendo sido colhidas 67,29 toneladas de produtos diversos, com destaque para 47,1 toneladas de batata-doce.

Dulcínio Silvestre apontou que apesar da insuficiência de imputes e insumos agrícolas, ancinhos, sementes para horticultura, pesticidas, fertilizantes compostos e simples, sulfato de amônio, assim como enxadas, catanas, limas e botas de borracha para os reclusos que trabalham no campo agrícola, os Serviços Prisionais estão apostados no aumento da produção.

No leque das dificuldades, disse, é também notável a carência de ração para os suínos, galinhas, peixes, motobomba para a instalação do sistema de irrigação, de modo a permitir a produção intensiva de hortícolas e cereais em grande escala.

Apoios institucionais

Dulcínio Silvestre reconhece que o projecto agrícola tem recebido apoios institucionais das administrações municipais, Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA) e do Instituto de Investigação Agronómico, que normalmente fornecem sementes e ensinam técnicas de produção.

“Também temos recebido apoios da Direcção dos Serviços Penitenciários de Malanje, que nos fornece sementes fruteiras e hortícolas e carros de mão”, disse.

O dirigente destacou que a produção agrícola feita pelos reclusos tem sido uma referência no país, pelo facto de já terem participado em várias actividades ligadas à agricultura, com destaque para a oitava edição da Feira de Produção Penitenciária, este ano, estiveram ainda, na primeira Feira Agro-industrial de Malanje e numa outra organizada pelo Ministério do Interior.

O chefe do Departamento de Produção e Actividades Económicas do Serviço Prisional do Uíge, inspector-chefe prisional, João Kwavi, defendeu a necessidade de se dar mais apoios ao sector produtivo e diversificar a produção, assim como o cultivo de feijão e resgatar a criação de gado bovino, galinhas, suínos e peixes, tendo em conta que no estacionamento prisional do Kindoki existem quatro tanques para a criação de Tilápia.

O campo de cultivo do estabelecimento prisional do Kindoki, está situado a 34 quilómetros da cidade do Uíge.

Via JA

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