Os Basuku são um povo de origem Kongo que se separou do núcleo central do Reino do Kongo há cerca de 400 anos, fixando-se no território do antigo Império Lunda, onde conquistaram espaço próprio e preservaram a sua identidade. Liderados por mulheres desde meados do século XVIII, adoptaram o nome “Basuku de Ngudi-a-Nkama”, título que identifica a liderança feminina.
A história e cultura dos Basuku têm ganhado maior visibilidade através de obras literárias recentes, como o livro do autor angolano José Inácio Bwameso, que descreve o percurso histórico deste povo.
ONDE ESTÃO OS BASUKU (SUKU)?
1. República Democrática do Congo (RDC)
Uma parte significativa dos Basuku vive na província do Kwango, com várias subdivisões e sectores tradicionais e históricos do grupo.
2. Angola
Há comunidades Basuku no noroeste de Angola. Segundo Os Basuku de Angola, de José Inácio Bwameso, existe um núcleo estabelecido na Lunda-Norte.
Algumas fontes sobre os Bakongo em Angola mencionam também o Município de Massango (Malanje) e Masau (Uíge) como locais com presença de “Basuku e Bayaka”, de acordo com determinados registos antropológicos.
ORIGEM E IDENTIDADE
Os Basuku são descritos como um subgrupo dos Bakongo, com raízes profundas no antigo Reino do Kongo.
Falam a variante do Kikongo conhecida como KISUKU.
A sua origem remonta à região de Noki (província do Zaire), estendendo-se até à área do rio Cuango, para onde migraram.
A estrutura social dos Basuku é matrilinear (linhagem por via feminina). A rainha é substituída por uma irmã, filha ou neta, desde que pertença à linhagem materna.
RAINHA ATUAL
De acordo com fontes recentes, a atual rainha dos Basuku de Ngudi-a-Nkama é a SUA MAJESTADE ANASTÁCIA GABRIEL MPANGU (13.ª Rainha, na imagem).
É a líder suprema das comunidades Basuku de Angola, especialmente instaladas na Província da Lunda-Norte.
O título NGUDI-A-NKAMA é atribuído a todas as mulheres que assumem o trono.
Em Kikongo, NGUDI-A-NKAMA significa literalmente: “Mãe da comunidade/ Mãe da aldeia/ Matriarca do clã” ou ainda“Mãe de cem”.
PERCURSO HISTÓRICO
A tradição oral relata que, entre 1760 e 1770, os Basuku, então liderados por MAKUMBU NTOTA NTSENGO (primeira Rainha Ngudi-a-Nkama ) acompanhados de mais 100 tribos, alcançaram o rio Cuango, local onde actualmente se encontra a Missão do Musuku, na comuna do Luremo, território que permanece como centro de referência do povo.
A história dos Basuku é um testemunho da diversidade cultural angolana e destaca um preservado modelo de poder matriarcal raro.
Fonte: José Inácio Bwameso – Os Basuku de Angola: A História do Povo Liderada por uma Sucessão de Mulheres (Edição Portuguesa)
Oficina Cultural – Bakongo vs Kikongo (Facebook)

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