
Alfredo Dikwiza|Jornalista
Uíge, 19/04 (Wizi-Kongo) – Altas figuras da polícia nacional do Uíge, da hierarquia afectas ao comando provincial, municipal e dos Serviços de Investigação Criminal/SIC (estes a paisana), apareceram em quatro blocos, em momentos separados e conseguiram inviabilizar (sem usar a força) a realização da vigília em memória das vítimas do acidente ocorrido numa das ravinas no Kimbele, no dia 12 do mês em curso, que matou 8 pessoas, deixando outras 26 feridas.
Não houve detidos, nem agressões, muito menos faltas de respeito (ofensas) entre as partes, tal como acompanhou de perto um dos reportes do Wizi-Kongo no local. Entretanto, a destacar, os efectivos da polícia nacional do comando municipal do Uíge acompanhados pelo seu titular número um (1), Emílio Manecas Vangadiaco e a do comando provincial sob liderança do adjunto comandante provincial, subcomissário Avelino Mateus Ucuahanha, enquanto pelo colectivo dos activistas respondia Daniel Cordeiro.
A polícia alega não existir necessidade para a realização da vigília, embora sente também a perda de vidas daquelas pessoas no acidente, por entender que, a ravina que causou o acidente não é por culpa do governo da província do Uíge, uma vez que é uma estrada de responsabilidade do governo central, outrossim, se existisse mesmo dor por parte dos activistas, então a vigília tinha que acontecer em volta da ravina, em Kimbele e, não, na rua, ou seja, na sede da cidade do Uíge.
Igualmente, um dos motivos que a polícia alegava é que, na reunião mantida entre o colectivo dos activistas e o comandante/delegado provincial da corporação, foi solicitado aos activistas a não realização da vigília e, sim, que se pauta-se pelo diálogo, então, as forças da ordem e segurança, entendem que, os activistas desobedeceram o pedido do comandante provincial, que, segundo eles, fê-lo com um coração sincero, por colocar-se como mediador na facilitação da conversa futura entre os activistas e o governador provincial, algo que não tem acontecido.
Enquanto a isso, os activistas procuravam também alegar as suas razões para realização da vigília, mas sem sucesso, pois que, era objectivo da polícia nacional inviabilizar a vigília, o que foi conseguido com sucesso. Porém, o diálogo entre eles (polícia vs activistas), durou aproximadamente uma hora, no final, os activistas aceitaram abandonar o local e cada um foi a sua direcção.
Em declarações ao Wizi-Kongo, o activista Daniel Cordeiro depois de lamentar o impasse na realização da vigília, afirmou que, as leis existentes no país não se fazem sentir, a exemplo, o que acabou de se viver, hoje, onde, mesmo eles estando em paz, sem causar nenhuma desordem, ou mesmo, estando apenas de mãos vazias, ainda assim, sofreram o boicote.
Segundo ele, de um lado, saem satisfeito do local da vigília porque, os 30/35 minutos que ficaram no local antes da polícia ter aparecido, demonstra um acto de amor e solidariedade para com as memórias das pessoas que perderam as suas vidas no acidente e, avisa que, neste sábado, sairão mesmo as ruas da cidade em acto da manifestação contra má governação do governador do Uíge, José Carvalho da Rocha, por terem obedecido todas as normas que a lei exige sobre o direito de reunião e manifestações.
“Olhando por aquilo que aconteceu aqui, presume-se que, amanhã, igualmente, a polícia irá boicotar a manifestação, mas o senhor comandante provincial do Uíge, não tem porque sentir-se ofendido por ele ter pedido na reunião aos activistas não realizarem a manifestação e os activistas negarem, pelo facto dele colocar-se como mediador juntos do governador, depois que ele regressar a província, mas nós dissemos a ele que, estamos aberto para o diálogo e, sim, só depois da manifestação, porque nós queremos ver o Uíge a desenvolver a semelhança de outras província”, defendeu, Daniel Cardoso.
Lembra-se que, a manifestação terá encontro às 11 horas e 40 minutos, na Bangola do Norte, começando a caminhada pelas 13 horas, passando por várias ruas da cidade do Uíge, como Industrial (zona dos armazéns /15 minutos), comandante Bula até ao mercado municipal/15 minutos no mercado), do mercado municipal /rotunda do Kitexe e termino na rua do Comércio às 15 horas.
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