Redação|Wizi-Kongo
Uíge, 17/01 (Wizi-Kongo)- A élite de altas chefias na testa da província do Uíge, quer os ligados às forças de segurança e defesa, académicas, bem como no governo provincial, na administração do palco da acção, entre outros, estão envolvidos na exploração ilegal do ouro descoberto pelos populares no município do Songo, 40 quilómetros a norte da cidade do Uíge.
As denúncias chegadas a este portal (Wizi-Kongo) é dos munícipes do Songo e não só, que afirmam ter certeza de que, a recente operação ocorrida no local da exploração do ouro (Mayengo e Nganga Ndombe/Songo), levada acabo por uma força mista, envolvendo militares, paramilitares e serviços secretos, que culminou com detenção de centenas de cidadãos entre estrangeiros e nacionais, assim como apreensão de centenas de gramas de ouro em posse dos mesmos, dinheiro, meios trabalho e telemóveis, foi usada como uma fórmula de capa de proteção dos governantes da província, terem pista livre.
“Depois que retiram os kamanguistas do local da exploração, por alegada actividade ilegal, os mesmos estão a explorar o ouro, de igual modo, de forma ilegal e, isso, não é desconhecido pelos nossos dirigentes, porque nós demos conta das manobras que eles fizeram, uma vez que as forças continuam aí de plantão e não deixam ninguém entrar, nem os que vão as suas lavras para colher mandioca, amendoim, milho, banana e outros produtos, convencidos de que fazendo isso, os populares ficam sem saber o que está ser feito, enquanto nós já descobrimos o que eles pensam estar a esconder”, desabafaram os denunciantes.
Há pouco menos de duas semanas, numa segunda-feira, as forças mistas cercaram a área em causa (Mayengo e Nganga Ndombe), outro grupo dirigiu-se até aos kamanguistas e patrocinadores, entre nacionais e estrangeiros, no local, não usam brutalidade ainda, optaram pelo diálogo, inclusive pediram explicações de como se lava o ouro, de seguida, disseram que cada um entregasse metade das gramas de ouro já em posse, os que não tinham ouro , que dessem 30 mil kzs, cada, dos aproximadamente 400 kamanguistas presentes, feito isso, pediram que todos saíssem do local em companhia das forças e chegando a frente encontraram carros militares estacionados e tropas armas em cenário de guerra, onde mandaram subir todos, sem exceção de ninguém.
Chegados no comando municipal da polícia do do Songo, ficaram presos, no quintal do referido comando, uma vez que as celas existentes não possuem capacidades para albergar um número maior de detidos e, durante quatro dias presos, muitos perderam os seus bens, por exemplo, telemóveis e dinheiro, além da surra que foram submetidos, principalmente no momento em que subiam nos carros e ao descer, quanto isso, a zona que estava sendo considerada como esperança dos citadinos, tornou-se em pesadelo e tudo ficou cercado pelas forças de defesa e segurança, simplesmente, ninguém entra e ninguém sai.
“Não estamos a falar atoa, quando ainda todos mistos na local da exploração, havia equipas de altos comandantes de vários ramos militares e paramilitares, também outras equipas de chefias do governo provincial, das universidades e da própria administração do Songo, dos cidadãos simples, entre outras equipas, tudo estava indo bem, ninguém se metia na vida de ninguém, pois cada um tinha como objectivo conseguir as gramas possíveis de ouro para melhorar as condições de suas vidas, mas a ganância tomou conta deles e acharam correr com todos e de forma secretas se instalarem no local, fazendo entender que nada está acontecer”, confessaram os denunciantes.
Admitiram que, quem acha que estejam a falar atoa, é só voltarem todos eles no local da exploração, cada um descobrirá que as suas mesas foram adulteradas e os postos até agora nos sítios de exploração, que a área do Mayengo e Nganga Ndombe, continuam assegurados até aos dentes.
“Estamos revoltados pela forma brutal e desumana com quem fomos tratados e continuamos a ser tratados, porque, desde a vinda destas forças mistas cá no município, já não temos liberdade, qualquer hora, em qualquer lugar, isto é, até dentro da sede da vila, basta deparar-se com eles, interpelam as pessoas, revistam tudo, mandam tirar a roupa às pessoas inclusive, às vezes recebem os pertences em posse, principalmente, os telemóveis ou dinheiro e, dão chapadas, bicos ou mandam fazer flexões, um autêntico terror que estamos a enfrentar nos últimos tempos “, desabafaram os municípes do Songo.
Como asseguraram, a administração local, tem o conhecimento da situação, mas mantém calada diante destas violências, porque os seus responsáveis estão também envolvidos neste momento na exploração ilegal do ouro, então, questionam, se a lei é para todos ou só funciona para os já humilhados pobres cidadãos, que vivem debaixo da linha da pobreza e, agora, que achavam encontrar uma alternativa no karimpo do ouro como fontes de reenverter o quadro de suas vidas, infelizmente, aquém acha ser o único com direito de viver bem cabe apenas a ele e e não ao povo.
” O certo seria é, nem eles e nem nós, explorassem de forma ilegal, ou que nos permitam todos nós explorarmos, porque, não faz sentido, correrem com os pacatos cidadãos e eles os tubarões da província, entrarem lá a fazerem das suas ou então que rapidamente credenciam empresas para este fim e, assim, que estiverem em pleno exercícios de funcionamento, priorizem a empregabilidade dos jovens locais”, pedem os denunciantes.
Duas autoridades, uma eclesiásticas e outra tradicional, que, igualmente, fizeram chegar os seus descontentamentos a este portal, reconhecem que, durante o tempo que os jovens e não só estavam inclinados na exploração do ouro, desapareceu os índices de delinquências no município, não viu-se mais jovens desocupados e a exploração do ouro começou a ser a esperança de vida para todos, essa certeza elevou os índices de vida de muitos munícipes e não só, infelizmente, pouco isso se importa para quem diz governar essa população.

