Mbanza Zombo

Makela do Zombo

 

Por Panzo Abílio

MBANZA-ZOMBO aldeia do pai do kuluntu Mário Matadidi e Mbanza-Nsole da mãe. Mbanza-Nsole aldeia vizinha à Ntaya (aldeia do profeta Angolano: Simão Gonçalves Toko).

Falando dos Bazombo: “A sua apetência pelo tráfico de todo o tipo de mercadorias afectou profundamente a sua existência. O ambiente natural e a sua cultura imediatista, relacionada com o comércio de longa distância, LEVARAM A QUE SEJAM CONSIDERADOS COMO COMERCIANTES NATOS, DAÍ, A SUA SEDUÇÃO PELO COMÉRCIO DESDE A MAIS TENRA IDADE ”(Prof. Dr. José Carlos de Oliveira ¬Antropólogo) “O Portuzombo”: Ele chama a si mesmo de Muzombo (o velho Muzombo). Saiba mais sobre o Dr. José de Oliveira visitando:

http://www.estudosafricanos.com; http://www.casadofontanario.net

“Ma Zombo era NKAKA DYA NE KONGO (veja Cavazzi, 1965; Cadornega, 1940;1942). Quer dizer, como manda os costumes, da mesma forma que é a avó materna que apresenta o neto recém-nascido ao público, era o Ma Zombo (Nkaka dya Ne-Kôngo) o Consagrador do Ntôtel’a KONGO (Rei em Mbanz’a Kongo)”. Patrício Batsikama (historiador, e antropólogo – Kongólogo)

Será que o avô Ma Zombo é o fundador de aldeia Mbanza-Zombo? O município(concelho) Makela do Zombo, originalmente Makela-Ma-Zombo(Kikongo). Isto tudo é para dizer que a aldeia Mbanza-Zombo (Mbanza quer dizer: Cidade Capital) wa wutidi e minkiti mia Zombo.

( O falecido tio Matondo, dizia: “tùka kuna Nsoso, naté ye kúná mwúingilu(Kimbáta), yeto awonsono tu Bazômbò”).

Quando todos os Angolanos famosos escondiam a sua origem (a sua angolanidade), o kuluntu não o fez. Era conhecido por seu nome: Mário (Português) e Matadidi (Kikongo). Mário nome distinto no Zaïre do Mobutu entre as celebridades. Antes da independência de Angola, os Bazombo eram humilhados (abusados verbalmente), tratados como gente sem terra. Os Bazombo eram conhecidos como pessoas que “escaparam da Guerra colonial(1960/61) com
cadeados aos lábios…”.

Os Bazombo eram odiados (inveja) porque a maioria deles, mesmo não tendo um nível elevado de escolaridade, tinha a noção do princípio fundamental de KINKITA (o comércio) que é: PERMANECER NO NEGÓCIO, o que implica fazer poupança e saber investir. Investir, é o que muitos Bazombo fizeram: investiram nos filhos.

Com o dinheiro da venda de jinguba( pequeno comércio), pagavam propinas dos filhos, alguns destes conseguiram chegar até à universidade.
Toda criança Muzombo em casa, foi-lhe incutida a noção de SINA (o capital) e NLUTA (o lucro). Quando eu ajudava a minha mãe a vender bagre fumado( mungusu, etc…) na praça, ela dizia: “E sina, ku lendi yo dya ko…” ( O CAPITAL NÃO SE “COME”…)

EVO DYA U DYA, ZAYA LUNDA NDAMBU. MUDIAMBU, MENA MAKUIZA MBAZI KUYEZE MOKO (“gasta e saiba poupar, porque ninguém conhece o amanha”).

Os Bazombo em Luanda, dinamizaram os mercados do povo(e.g. CALA-A-BOCA, TIRA-BIKINI, ROQUE SANTEIRO etc…) com a partipação massiva da camada juvenil. Com os lucros obtidos de kinkita kuna zandu, em 1979/80 ocuparam a terra cheia de imbondeiros e construíram: o primeiro bairro urbanizado de Luanda à Africana i.e. Palanca, depois iriam seguir a Petroangol, Mabor, Hoji A Henda e Rocha Pinto.

Via Luvila.com

 

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