Por Branquima Afonso Kituma.
O rio Nzadi a Nkisi( lê-se nkissi) é também conhecido por Nzadi a Kivulu e baptisado por luquixe, nasce na aldeia Kimpanzu, na localidade de KAMBUNDA, no actual municipio de Mukaba da província do Uige, República de Angola.
Ele parte desde a sua fonte, vai se desaguar no rio Zaíre( RDC) nos arredores da Inga, passando pelos municipios de Damba, Maquela do Zombo na parte angolana e passa por INKISI da província do baixo Congo da RDC.
Ao longo do percurso deste rio, nos tempos mais recuados, antes da instalação da capital do reino do Kongo no Mbanza Kongo, as pessoas estabeleciam pequenas povoações de propriedade especificamente familiar conhecidas por MAZUMBU.
Na investigação sobre a pre-história do reino do Kongo, de acordo dados encontrados na tradução oral, exige que mais buscas sejam feitas nas margens desse rio e outros do território Kongo, ao longo de suas trajectórias.
As primeiras buscas efectuadas por mim, já no municipio de Damba, descobrí o Zumbu de MUANDA KONGO na margem do lado de Nsosso e o Zumbu de esi LUKENI no lado de Kicumba-Lemboa / Nkandungo. Isso fez recordar a lição: “NTETE A TUNGA DIA WONDE WA TUNGIDI MUKABA, KABIDI NSOSSO YE NDAMBA ” pode ser traduzido como: o arquitecto que construiu Mukaba, ofereceu Nsosso e Ndamba. Pela complexidade que em a língua Kikongo na sua adequação com as linguas europeias nos nossos tempos, essa mensagem pode ter outras interpretações que também podem ser mais esclarecedoras do que esta.
Neste momento, nos agarremos no Nsosso ye Ndamba onde por via de tradução oral encontramos a expressão: “WUTA KWA NE NSOSSO, SASA ( lê-se Sassa )KWA NE NDAMBA” Pode ser traduzido como: A tarefa de nascer é do Né Nsosso e a de criar é de Né Ndamba Essa expressão suscita muitas interpretações: primeiro, o entendimento tem a ver com nascer e criar; como também alguns outros entende por:< KINFUMU KIA NE NSOSSO, YALA KWA NE NDAMBA >, traduzida como :< O poder do né Nsosso e o reino é do né Ndamba >. aqui surge uma ligação entre o poder e o reino. Essa expressão como a que se adiantou, revela uma única verdade sobre a relação interna das sociedades antigas nessa região: A ÁGUA DO RIO NZADI A NKISI.
Ainda não há registo historico sobre nome de alguém que tera percorrido este rio desde a sua nascente à sua Foz, mas que seguramente, soubemos que as aldeias mais antigas do territóro que vem de ser reino do Kongo, tiveram suas origens as margens dos rios, lagos e lagoas ( perto ou um mocado afastada ).
A partir do Zumbu de esi Lukeni (margem do rio Nzadi), seguindo em direcção norte, por uma distancia de quase 7 km, perto da nascente do rio Nfumba, existia (Vata) uma aldeia de nome KONGO, diferente do Zumbu, porque aqui podia habitar pessoas de diferentes famílias. Essa aldeia Kongo, fazia fronteiras com os Zumbu de Laza – Kongo e Zumbu dia Npanzu. Que muito mais se vai avançar no norte, ainda que desviar um pouco para esquerda ou a direita, encontrarás mazumbu como dos: esi Zinga (depois de basi dia Lemboa),esi Kintete, area de Kisunga, Nsangui, em direcção a Cimo a Kongo na área do rio Coge, zumbu esi Wembo no caminho do Nkussu (resta a confirmar se pertence ao povo Wembo a Kongo ou se tratou se simple nome dado ao local) ,mais outros….. Na parte do Nsosso também, a progressão que partiu desde rio, com o antepassado, a NSAMBA KILOSO atéMbanza-Nsosso, pode trazer mais subsídios para o esclarecimento ou enriquecimento da história, não só de Damba, mas do reino do Kongo em si.O rio Nzadi a Nkisi ( luquixe) se traduz como rio do feitiço ou rio do Poder. Quem tiver mais conhecimento sobre esse rio, pode nos enviar. Nele e noutros estão as verdades até aqui não reveladas cerca do reino do Kongo.
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