Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 30/09 (Wizi-Kongo) – Ratos de casa, caçados nas lixeiras, esgotos e às vezes dentro de casa, que, de seguida são fervidos a água/sal, um pouco de gindungo ou assados, têm sido o refúgio de sobrevivência de uma família, composta por dois netos e uma idosa de 70 anos (Estrela dos Céus) nome fictício, residentes no bairro Capote, arredores da cidade do Uíge.
Abandonados pelo pai e a mãe, os dois irmãos aparentemente terem os 12 e 14 anos de idade, vivem com a avó e são eles que muitas vezes vão a caça dos ratos, enquanto a avó procura a todo custo diante de pessoas de boa-fé, desenrascar um pouco de fuba de bombó, sal, uns tostões (dinheiro) ou qualquer coisa que seja útil para comer.
“Estamos a comer ratos há quatro meses, é a única forma que temos para sobreviver, primeiro porque os gatunos haviam roubado o dinheiro da avó e, em segundo, a comida subiu muito, não temos uma outra solução, tio”, atirou um dos irmãos ao Wizi-Kongo, enquanto se encontravam a recolher metais numa das lixeiras do bairro Dunga.
Sabem dos perigos que podem sofrer ao comer ratos caçados em locais impróprios, mas as condições de extrema pobreza que vivem, colocou-lhes num “beco sem saída” e, nesta situação, não se pode fazer tantas escolhas.
“Avó costuma nos ensinar para não pensarmos em roubar, ela proíbe isso todos os dias e sempre nos diz que um dia a vida vai melhorar e que ela vai voltar a ter dinheiro para começar a vender umas coisas como antes fazia”, Lembraram.
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