Por Patrício Batsikama

Batsikama
O uso do acento circunflexo indicará a quantidade fónica para diferenciar o valor definicional de alguns termos que, sem recurso a este instrumento, arriscaremos de considerar “papá” por “Papa”:

Bika: dar nome; Bîka: deixar;Sadisa: ajudar; Sâdisa: nenevesa, lâmbula, tândula;
Bubu: hoje, agora; Bûbu (ki): segundo lugar;
Buka (wuka): ajudar um doente; Bûka: quebrar.

A velha forma mu comprime-se em ñ:

Mukelo: ñkelo
Muleke: ñlêke
Mudîmba: ñdîmba
Mubati: mbati
Mufuma: mfuma.

Dois i juntos tornam-se y, e dois u fazem w:

Ki-iî-se : kyêse
Ki-iâ-di: kyâdi

Mu-uâ-na: mwâna
Mvu-uâ-ma: mvwâma

 

Di-iâ-mbu: dyâmbu
Ki-iô-zi: kyôzi

Nos idiomas antigos ou que apresentam ancianidade, g, ou h é variante de v, nos outros idomas de kikôngo de Mbânza-Kôngo por exemplo: dizia-se gata ou hata, o que se diz actualmente vata; gâna (hâna) passou a ser vâna. Contudo, g será sempre seguido de h dará gh:

Gh (h) em velho Kikôngo torna-se v em Kikôngo actual: ghata: vata; ghônda: vônda; ghânda: vânda; ghâmbula: vambûla; ghâna: vâna.

F e S em kikôngo antigo tornam-se v e z em kikôngo actual: malafu: malavu; mbêfo: mbêvo; manzefo: manzevo; ñlêmfo: ñlêmvo; mêsa: mêza; masa: maza; madêso: madêzo; ndosi: ndôzi; vusa: vuza; kwîsa: kwîza,…

Mu, prefixo ou pronome do kikôngo antigo torn-se ñ no kikôngo actual: mukazi: ñkazi; muti: ñti; mubati: m’bati; mulasa: ñlaza; mukâsu: ñkâzu; bamutêlele wo: bañtêlele wo; tumutangidi mukânda: tuñtangidi
ñkânda; lumulôbila masa: tuñlômbela maza; …

Assinalamos que esta atitude é ligeiramente diferente aos autores acima citados, no entanto ambos seriam convergentes. Esses autores são: Karl laman no seu Dictionnaire Kikôngo-Français, léon Derau com seus interessante trabalhos intitulados Cours de Kikôngo e Léxique kikôn-go-français – français-kikôngo, um livro anónmo com títlulo de Léçons de kikôngo108 (publicado a louvain), sem esquecer-se de l. Declerq com o seu Grammaire du Kiyômbe, e finalmente o Padre A. Coene Vocabulaire
français-kikôngo-latin.
Que o leitor aceita a nossa humilde contribuição nesse edifício chamado “História de Angola”.

Ñsu-uâ-lu: nswâlu
tu-uâ-la: twâla.

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