A PARTICIPAçÃO DOS ANGOLANOS NA “FORCE PUBLIQUE” BELGA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-18).

A PARTICIPAçÃO DOS ANGOLANOS NA “FORCE PUBLIQUE” BELGA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-18).
 
Segundo o pesquisador congolês Franklin Mokho, autor do livro: “HISTOIRE ET RÉALITES DES ANGOLAIS AU CONGO-BELGE, DE 1881 À NOS JOURS : BILAN ET PERSPECTIVES” (de 585 páginas, a ser editado em francês e em português), muitos angolanos que participaram na primeira insurreição no noroeste angolano contra o regime colonial português (1909-1918), particularmente nas revoltas de TULANTE MBUTA (1912-13) e de MBIANDA NGUNGA (1913-14), foram incorporados com as suas armas artesenais na famosa “Force Publique” belga, quando procuravam o refúgio na actual RDC. entre 1914 e 1916.
 
Apesar de ser uma força policial, a “Force Publique” belga- congolesa foi um exercito “de facto” que conseguiu, anos antes de 1914, de pacificar regiões fronteriças com Uganda e Sudão.
 
Constituída essencialmente de tropas africanas com oficiais belgas, a “Force Publique” era mal organizada e inexperiênte, num momento em que a Alemanha ignorava a neutralidade Belga, iniciando as hostilidades, atacando localidades na margem “belga” dos lagos Kivo e Tanganica, alastrando a Primeira Guerra Mondial até ao continente africano.
 
Os paises como Ruanda, Burundi e Tanzania fazem actualmente fronteira com a RDC, pertenciam ao Império alemão, com Tabora como capital.
 
Com a inserção de guerrilheiros angolanos experimentados, os oficiais belgas como general Tombeur, Huygues e Moulaert vão transforma-los em elite da “Force Publique” que vai enfrentar e derrotar os alemães na região dos Grandes Lagos e nos Camarões, em auxílio de tropas dos aliados constituídas pelos británicos e franceses.
 
As victórias militares da Força Pública congolesa permitiram que Bélgica, França e Grã-Bretanha estendessem suas possessões aos territórios colonizados em África pela Alemanha e valentemente conquistados pelos soldados congoleses com angolanos na linha da frente :
 
– Conquista de Kigali (Ruanda) em 6 de maio de 1916;
 
– Conquista de Usumbura (Urundi) em Junho de 1916;
 
– Conquista de Kigoma em 29 de Julho de 1916,
 
– Conquista de Tabora, em Setembro de 1916 com o general Tombeur, enobrecido em Barão de Tabora;
 
– Conquista de Mahénge, em Outubro de 1917 com o coronel Huyghe, enobrecido como “Chevalier de Mahénge”.
 
Estas três últimas localidades estão em Tanganica (África Oriental, actual Tanzânia).
 
A luta foi mortal nos Camarões, em particular, por causa do terreno acidentado deste país.
 
No seu regresso em Leopoldville, em meados de 1919, os angolanos recebidos em herõis, foram “congolizados” e ganharam o estatututo de antigos combatentes “Ancien combatant”.
 
Em recompensa, o governo colonial Belga ofereceu-lhes um vasto espaço de terreno para construirem as suas casas, em Mbinza-Delveaux, na comuna de Ngaliema, habitada hoje pela elite congolesa.
 
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