Por Leo Paxi Kenyatta
Bwengas, o6/o5 (Wizi-Kongo) – O município dos Bwengas está situado à norte da província do Uige, dista cerca de 250km da sede provincial, tem a superficie de 2.875 km², com cerca de 78.000 habitantes, a densidade populacional é de 27 hab./km² e sua sede é Nova Esperança.
O município encontra-se entre dois grandes rios: Bwenga ou Mbwenga à direita e Kwilu à esquerda, limitado pelos municípios: à norte Makela do Zombo, à este Kimbele e Milunga, à sul Sanza Pombo e a oeste o município da Damba. Constituido por três comunas: Nova Esperança (Bwenga Norte), Kwilo Kambozo e Kimbianda (Bwenga Sul).
A sua população maioritária é agricultora, as terras deste município são fértis que facilita na produção de bens alimentares do campo como: mandioca, banana, ginguba, batata doce, feijão entre outros turbeculos. Bwengas desde o momento que passou a categoria de cidade, tem vindo a acompanhar um fraco desenvolvimento humano por motivos que vamos debruçar ao longo do nosso artigo.
A circunscrição dos Bwengas é um dos municípios que menos atrai os investidores tanto privados como público, tudo a base da falta de estrada que liga o município do Sanza Pombo à sede de Nova Esperança. A esperança neste município ficou pelo nome apenas, nem nova se há, a cada dia que passa, as dificuldades de locomoção vão se agravando para lá chegar.
Os automobilistas têm feito um exercício filantrópico/solidário colocando as suas vidas e dos passageiros em risco para chegar ou sair deste município, onde as viagens duram mais de 8 horas e em outras circunstâncias, até 24 horas de viagem.
Viajar para este município é uma questão de vida ou morte, não é um exagero, é apenas a verdade, pois as ravinas estão em toda parte da picada feita por mínima desatenção, é levado a uma delas, por isso não é aconselhável andar no periódo nocturno.
Nas terras esquecidas aos olhos de todos, falta tudo das condições básicas, questões que seriam as prioridades do governo local, descrevo:
Saneamento básico
Um exercício que nos confins da terra não tem nome para dar, a gestão do lixo, cada munícipe gere a sua maneira inconsciente, não existe contentor naquela vila para não falar dos bairros. A água potável nunca existiu, existe um tanque que capta água e faz a distribuição para algumas casas ao redor da vila, que a mesma não é tratada de tal maneira. Rede de esgoto é uma utopia, a falta de asfalto nos dá a noção desta questão.
Educação
O ensino primário está presente em quase a metade dos bairros deste município mas faltando assim insfraestruturas condignas para os alunos acomodarem-se, pois muitos deles estudam em espaços adaptados como: igrejas, sombra de árvores, casas de pau-a-pique e até sombras adaptadas com campim.
O 1° Ciclo começa logo a ser uma dor de cabeça para quem transita do primário, muitos deles são obrigados a percorrer longas distâncias e outros mesmo abandonam as suas zonas de conforto só para adquirir o conhecimento.
Ensino médio é o principal factor da contribuição do êxodo rural, a força activa das comunidades vejam-se obrigados a abandonar as suas casas para darem sequência ao ensino, todos aglomeram-se na vila do município onde existe a única escola do Liceu.
Saúde
Existe um hospital geral a nível muncipal e as demais comunas com um posto médico cada, os demais bairros são esquecidos da asistência médica e os que têm, apenas são estruturas sem a equipa médica.
Hotalaria e Turismo
Contém apenas uma hospedaria na sede da vila, mas o município é rico de encantos turistícos por descobrir, são tantas as belezas naturais em volta do município mas por falta de investimento e atração, estes continuam moribundos.
A cidade esquecida nos negócios
Desde 2012 que o município recebeu novas infraestrutras, ficou parado no tempo, em 2015 o então governador Paulo Pombolo e o senhor José Bunga, administrador até a data actual, levaram a esperança enganadora ao povo daquela região com as obras de asfaltagem das vias de acesso Sanza – Kimbianda – Nova Esperança – Kwilu Kambozo.
Na verdade foi apenas um acalmante dos ânimos da população que levantavam-se, estes colocaram meios e homens da empresa ENGEVIA (sociedade de Paulo Pombolo) que por sinal trabalharam durante 3 meses asfaltando apenas 5 km dos cerca 180 km a partir do Sanza Pombo. Com uma obra sem qualidade que não precisa de um especialista para uma análise daquele empreendimento que custou milhões aos cofres do estado.
Os carros que operam no serviço de táxi para aquele município, são todos meios dos governantes locais, estes têm facturado com altos preços do frete Uige – Bwengas e vice – versa, custando a ronda dos 6 à 10 mil kwanzas.
Bwengas é a terra da “micha” para quem quer enriquecer, roubando o povo. Desde 2013 que foi nomeado o senhor José Bunga Alberto como Administrador (na imagem) até a data presente, este tem levado o município aos calaboços, usando os bens públicos como sua propriedade privada, desde lá para cá nada se tem feito para o bem das comunidades.
São 7 anos que o município está estagnado na luta contra o subdesenvolvimento, até uma simples terraplanagem este não consegue o fazer durante o tempo todo, as ravinas são agora as novas infraestruturas que vão tomando conta da vila e outros bairros no caso do 4 de Abril, nada se faz para a melhoria, tudo passa de forma despercebida e ignorada ao administrativo.
O governador provincial, Pinda Simão, tem noção e conhecimento de tudo, nas suas ordens de missões só consegue exonerar outros administradores mas o dos Buengas continua intocável, mexendo apenas os seus adjuntos. O caso do senhor Capitão é um exemplo, foi exonerado recentemente, o que leva a exonerar um gestor público? Esta é a questão que todos gostariamos que nos exclarecessem nos seus comunicados.
O senhor Administrador José Bunga Alberto é o culpado do atraso civilizacional do município dos Bwengas, mentor da desgraça social dos municípes da região, obrigando as familias migrarem para as cidades por falta de oportunidades nas suas proprias terras, parece brincadeira mas ainda existe pessoas com mais ou menos de 80 anos que nunca viram uma marca qualquer de um carro.
Bwengas é um submundo dentro do nosso que para lá chegar e viver deves ser um extraterrestre humano vestido de coragem e humanidade.
O povo não pode ser lembrado apenas para os interesses eleitorais, é mais que isso. Mas a realidade dos Bwengas é esta: o povo só existe a quando aproxima-se a campanha do voto, depois disto ninguém quer saber mais de ninguém, uma realidade actual.
O senhor governador Pinda Simão com suas equipa multisectorial do combate ao Covid-19, já deslocou quase a 80% dos 16 municípios, mas para os Bwengas está fora da agenda por ser um município sem acesso e os carros de luxos top de gama não terão como engolir as areias formadas pelas picadas de acessibilidade, mas se fosse na campanha eleitoral, haveria mil formas de lá chegar.
Esta é a realidade da selva bwenguense. Estar próximo e resolver os problemas com o povo, é uma solução urgente.
onde está o PIMM para este Municipio, o plano do Governo é só para as grandes Cidades e lá nada se vê, o coselho que deixo aos governandente donos de tudo para ver esta situação se querem votos eternos desse povo para este Municipio. afinal Governar Não é assim ou é assim…!