Antigos combatentes criam projectos para auto-sustentabilidade

Associações agrícolas de veteranos de guerra estão apostadas no cultivo de hortícolas Fotografia: Edições Novembro

Por Valter Gomes

Mais de dois mil antigos combatentes e veteranos da pátria,organizados em 40 associações e 10 cooperativas agrícolas, na província do Uíge, estão a criar programas de produção com vista a  sustentabilidade alimentar das famílias.

O director do Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria local, Garcia Fanana, disse que os antigos combatentes organizados em associações já prepararam, na presente campanha agrícola,  860 hectares, onde plantaram mandioca, milho, ginguba, feijão, batata-doce, ananás e outros produtos produzidos na região.

O responsável avançou que, para além da produção agrícola, os associados estão igualmente a desenvolver a aquicultura em 22 tanques  nos municípios da Damba, Sanza Pombo e Negage.

Informou que a maior dificuldade dos criadores de cacusso(tilápia) e outros peixes, prende-se com a escassez de ração para o rápido desenvolvimento destas espécies.

Garcia Fanana informou que as cooperativas têm disponíveis grandes quantidades de produtos prontos para a comercialização,  mas a falta de meios de transporte está a dificultar o seu escoamento.“Temos no campo bastante mandioca, abacaxi, milho, batata-doce, ginguba, feijão e banana que, por falta de meios de transporte para o escoamento aos centros comerciais, estão a deteriorar-se”, deplorou.

Nesta temporada agrícola, os antigos combatentes e veteranos de guerra prevêem desenvolver cinco projectos de sustentabilidade que visam o repovoamento animal de pequeno porte, exploração florestal e produção de madeira e desenvolvimento da aquicultura. Vão ainda criar novas associações técnico-profissionais.

Os projectos, segundo Garcia Fanana,visam, essencialmente, criar condições para a inserção social das viúvas dos antigos combatentes,para que estas tenham auto-sustentabilidade. “Estamos a estabelecer contactos com  bancos para obtermos financiamento e pôr em marcha os nossos projectos”, disse.

Acrescentou que os antigos combatentes na província do Uíge têm dificuldades para obterem micro-créditos para a aquisição de imputes agrícolas e instrumentos de trabalho como catanas, enxadas, machados, limas, botas de borracha e sementes melhoradas.

Mais de quatro mil assistidos

A província do Uíge controla quatro mil antigos combatentes pensionistas. O processo de recadastramento de novos veteranos de guerra está em curso desde Agosto do ano passado e, desde então,   foram registados mais de cinco mil, cujos processos já estão no Ministério de tutela  para a respectiva homologação.

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