As danças na sociedade Kongo, representam a educação sexual dos jovens, pelos gestos eróticos.

Por Tony Sofrimento Makunza Tungo.

 

Tony Sofrimento Tungo

 

Ndumba, Dumbele, assim se denomina uma moça na cultura Kongo.

Toko é o rapaz, adolescente, moço.

Na aldeia, nas horas do folguedo, ao anoitecer e depois da labuta nas lavras, caça, escola e outros afazeres, os jovens juntam-se sob o olhar controlador dos adultos em jogos educativos e preparatórios para a realidade a enfrentar pelos jovens na vida adulta.

O alívio do stress diário, das caminhadas para o trabalho no campo e artifícios, idas à escola e as lides caseiras, encontram aqui um escape que retempera os jovens e adultos para as tarefas diárias e inadiáveis.

Jogos competitivos tradicionais, danças e cânticos, tomam conta da acalmia e silêncio que assola a aldeia desde a alvorada ao anoitecer.

Muitas vezes, dada a proximidade das aldeias, esta compita passa por disputa entre estas, desafiando as melhores músicas, danças, performances, etc…

Os cânticos são sempre temáticos e versam a vida local, os ditos da aldeia, amor, rixas, casamentos, rivalidades, relembranças, conselhos, orientações, recados, insultos, ditos e provérbios.

As danças representam sempre a feminilidade das moças e masculinidade dos moços sendo parte da educação sexual pois gestos eróticos fazem sempre parte destas sendo, como dizíamos acima um meio também de preparação para a vida adulta. Esta aproximação contribuí para o conhecimento entre os jovens e o olhar atento dos adultos orienta as preferências maritais dos jovens.

As advinhas, os jograis e encenações assim como declamações fazem parte deste exercício lúdico.

Os adultos, em muitas ocasiões interviam, passando o testemunho, cantando temas que faziam recordar a sua juventude e alertando para o futuro dos jovens.

 

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