Por Branquima Miguel Tempestade
É surprendente a determinação com a qual os Jovens da Cidade do Uíge enfrentaram as autoridades, que não são fáceis ao ceder a Liberdade de Protesto consagrado na Constituição da República de Angola, no seu artigo 47º, e a forma como entregaram-se a “Marcha” que nem a chuva os pudi parar.
Tal como os Jovens das outras províncias, mostraram que Uíge também precisa da participação efectiva da juventude no exercício da cidadania. É evidente que o obstáculo da juventude uígense não tem sido somente o atrofismo que vem das autoridades, mas também a falte de “Consciência Jurídica”, que nestes semea o clima do medo e chega a piramidar uma barreira no exercício da sua Cidadania.
Isto é o que acontece quando não somos educados a ser livre! Dizia Pitra Neto que “a liberdade não se ensina, mas a educação lhe serve de preparo”. Hoje, apesar de ser de um número inferior, a juventude mostrou-se destemida e conhecedora, não só da sua mísera condição mas também dos seus direitos. A “Marcha contra o elevado índice de desemprego” foi uma grande preocupação para as autoridades provinciais.
Esta moveu as altas patentes da Polícia Nacional à nível da província e elementos desconhecidos que com as suas câmaras tiravam fotos e faziam videos. Não faltou os que tentavam colher informações por intermédio de perguntas aos manifestantes. Os Jovens mostraram estar firmes. Nem as câmaras, os agentes policiais e tão pouco as armas carregadas por estes os incomodou. Os Agentes Policiais que não lhes abandonou momento algum, não precisaram manter a ordem e a tranquilidade, porque os activistas estiveram bem ordenados e tranquilos a partir da sua estrutura de base.
Estes civicamente exibiam as suas T-shirts e cartazes que continham as suas frases que expressavam a contestação e faziam os seus pedidos ao João Lourenço e ao Governador Pinda Simão com os seus megafones. Não faltou canções para se expressar. A marcha congregou mais de 100 activistas que marcharam da Rotunda do Songo à Praça da Independência, utilizando o troço da Rua Industrial, Nosso Super, Rua do Comércio até à Praça da Independência. Com certeza, a chuva foi a razão do reduzido número de participantes.
Os Manifestantes apreciaram a participação massiva e pacífica da polícia, considerando-a como forma de solidarizar-se com a causa. Alegam que não há razões de queixas contra a polícia, porque esta participou na marcha com civismo e patriotismo acima de tudo.
Apois ter chegado no término, o activista Leo Paxe Kenyatta leu o Manifesto. Embora ter havido paz enquanto marchavam, disse aos seus companheiros da luta que “caso alguém venha a ser interpelado ou ligado e receber ameaças, deve comunicar logo a equipa que coordenou a actividade. #Obs: Construímos do Trabalho o Homem Novo.
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