Por António Capitão
Mais de 500 pessoas com várias doenças foram consultadas gratuitamente no município de Kimbele, a cerca de 290 quilómetros da cidade do Uíge, numa campanha promovida por um colectivo de médicos angolanos e cubanos.
A iniciativa foi aplaudida pelos pacientes assistidos, que pediram ao colectivo de médicos para que mais acções do género sejam realizadas em outros municípios, com vista a permitir que mais pessoas tenham assistência médica de especialidade e medicamentosa.
Mankenda Pululu levou os quatro filhos às consultas e disse que, depois de diagnosticados, o corpo clínico forneceu também todos os fármacos necessários para a cura das doenças, algo que já não ocorre há muito tempo nos hospitais públicos, onde recebem as receitas médicas, para adquirir os medicamentos em farmácias de particulares.
“Marquei consulta para os meus filhos e depois de serem observados pelos médicos deram- nos a medicação completa. Foi um gran-de gesto, porque quando vamos aos hospitais recebemos receitas, mas nunca há medicamentos”, disse.
Simão Gouveia, outro morador da vila de Kimbele, aproveitou a presença da equipa médica para ser consultado. O diagnóstico indicou malária e, imediatamente, lhe foi entregue doses de anti-malária, para combater o parasita depositado pelo mosquito anófeles.
“Estão a fazer um trabalho que merece elogio , e deve abranger mais comunidades, tendo em conta as dificuldades que as populações enfrentam para se deslocarem à cidade do Uíge, em busca de assistência médica especializada”, referiu.
O director clínico do centro municipal de saúde de Kimbele, Patrício Lungui, sublinhou que a ideia dos médicos em se solidarizarem com a população do seu município visou reforçar o trabalho dos quatro médicos que a região tem e que não conseguem atender a de-manda da população, estimada em mais de 153 mil habitantes, distribuídos por 200 aldeias.
“A Administração Municipal e a Repartição de Saúde decidiram fazer um convite a este colectivo de médicos da cidade do Uíge, para virem ajudar os quatro profissionais para a realização desta mega campanha de consultas médicas gratuitas”, frisou.
Os quatro médicos estacionados aqui no município, acrescentou, não teriam a capacidade de realizar esta campanha massiva de consultas gratuitas, tendo em conta a densidade populacional da região. Além disto, também precisávamos de médicos de especialidades, para diagnosticarem várias patologias que nas nossas unidades sanitárias não encontravam soluções.
A directora da Repartição Municipal da Saúde, Carlota Changango, disse que o grupo de médicos angolanos e cubanos, além das consultas de clínica-geral ,efectuaram também sondagens para casos de especialidade. A responsável perspectiva dias melhores no sector que dirige, com a inauguração, nos próximos tempos, do hospital municpal, cujas obras terminaram recentemente e foi apetrechado com equipamentos modernos.
“Para casos graves, sobretudo de especialidade, temos optado pelas transferências para o Hospital Geral do Uíge. Apelamos àquelas pessoas que não puderam beneficiar desta campanha que aguardem pela inauguração, brevemente, do novo hospital de referência, onde vão estar implementados serviços de especialidade”, disse.
Em gesto de balanço, o coordenador do colectivo de médicos que se deslocou ao município de Kimbele, David Diavanza, considerou positiva a jornada, tendo em conta a adesão de mais de 500 pessoas na campanha de consultas gratuitas, das quais cerca de 270 em consultas de clínica geral e 230 de especialidade.
Para os casos de especialidade, David Diavanza sublinhou que foram efectuadas consultas de oftalmologia, cardiologia, pediatria, dermatologia, gastroenterologia e de urologia, especificamente para indivíduos do sexo masculino, para diagnóstico de casos da próstata e de disfunção do aparelho reprodutor.
Via JA
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