Carlinhos Zassala, nasceu aos 08 de Julho de 1946, na sede da comuna de Kibocolo, município de Maquela do Zombo, província do Uíge filho de João Feliz Manuel e de Isabel Mbuangani. Psicólogo de profissão e professor titular da Universidade Agostinho Neto, pai de três filhos e casado com a Senhora Suzana Mafuta Zassala.
Fez o seu ensino primário na escola oficial da Missão Baptista de Kibocolo, nos anos de 1956 à 1961; e o ensino secundário na Escola protestante de Sona Bata e Ngombe Lutete nos anos de 1963 à 1969, província do Baixo-Congo, República Democrática do Congo. Concluiu a sua licenciatura na Universidade de Kisangani-RDC, em 1976. Doutorado em psicologia social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-Brasil no ano de 1995.
Enquadrou-se na União dos Povos do Norte de Angola-UPNA, em 1956, quando acompanhava o seu pai que era catequista na aldeia de Kiwembo, região de Nkusu-Mpete/Damba, pois que seguia de perto a acção de recolha de dinheiro que era contribuído para apoiar o início da luta de libertação contra o regime colonial, precisamente na área de Lukunga com os Catequistas, Soares, de Bulu Matumbi e João Tula, de Madimba.
Junto do pai, deslocou-se ao então Congo Belga (em Matadi), pela primeira vêz, durante a qual seguiu de perto os contactos realizados com o papá Eduardo Pinnock e demais dirigentes como: Kitoko André, Francisco António Dodão, Matumona Pierre, Ndombele Ferdinand e outras figuras proeminentes do Movimento.
Em 1958, viveu de perto a fase da expulsão de alguns angolanos do então Congo Belga e encaminhados para as autoridades portuguesas, em Angola, onde foram distribuídos nas fazendas de café e submetidos a trabalhos forçados. Foram precisamente esses elementos que desenvolveram brilhantemente a acção política clandestina, transmitindo aos autóctones o que havia de acontecer nos próximos anos.
Teve os primeiros contactos com alguns expulsos do Congo Belga para as fazendas em 1959, durante o qual foi informado sobre os preparativos dos acontecimentos que se sucederam dois anos mais tarde.
Em 1961, o aprisionamento do enfermeiro Eduardo Bedi na missão Kibokolo, António Wulu, em Mavoyo, e tantos outros, provocou a fuga das populações da missão e aldeias circunvizinhas, sendo Kimalomba, Wembo, Fungu, Kilueka, entre outros.
Ao atingirem o posto velho, as forças militares portuguesas atacaram a missão de Kibokolo e queimaram as aldeias circunvizinhas acima citadas. Por força de tais acontecimentos abandonou a missão escolar para se juntar à sua família que se encontrava nas matas de Nkusu-Damba.
Participou no primeiro assalto à sede de Damba, sob a orientação do Comandante Ilola, isto é em 1961. Depois do ataque ao posto administrativo da Damba, recuou para a aldeia Songe, aldeia do profeta Nzinga e Vidente Mpaka.
Dias depois, participou no ataque ao posto Sakamu sob a orientação do Comandante Lusuki, António Pascoal Soares, Sansão e outros. Dando sequência às actividades revolucionárias, participou no ataque ao posto do Lukunga, Lemboa e fazendas sob a orientação do Comandante Lusuki. Com a intensidade dos combates provocados pela presença massiva das forças portuguesas naquela região, recuaram para as matas de Nkusu.
Passados alguns meses, com o regresso do Comandante Lusuki, vindo do Congo Democrático munido de armas automáticas, as acções de guerrilha conheceram uma nova dinâmica no campo militar.
Depois de alguns meses, com a pressão do exército português contra populações indefesas, caracterizada por bombardeamentos aéreos, foi necessário juntar-se a outros irmãos no quartel de Kimanzangui-Serra de Kanda, sob a orientação dos Comandantes: Pedro Vembezi, Vueteka, Lusuki e outros, isto é em 1961. Nessa altura, desempenhou as funções de Secretário Administrativo do Quartel.
Por razões de vária ordem, em Dezembro de 1962, deslocou-se à R.D.C., com o aval do Comandante Lusuki. Por ter encontrado alguns membros da família naquele país, aconselharam-no a dar sequência aos seus estudos. Em Julho do ano seguinte, foi admitido como estudante na escola secundária protestante de Sona Bata, bastião dos jovens militares da FNLA, local onde conheceu destacadas figuras como: Pedro Barreiro Timóteo, Elias Pio do Amaral Gourgel, Paulo Kunsevi, Rev. Álvaro Rodrigues, Francisco Joaquim Pedro e Hendrick Vaal Neto, quando este último visitava os estudantes naquele histórico centro escolar e, posteriormente, na escola protestante de Ngombe Lutete.
Nos anos de 1965 a 1973, seu pai exercia as funções de Secretário Administrativo da FNLA em Matadi e, durante o período de férias, dava a sua contribuição digna e positiva nos trabalhos administrativos do Movimento.
Na qualidade de pioneiro de luta de libertação nacional e militante consequente da FNLA, desempenhou como estudante universitário as funções de Secretário para Informação da Associação dos Estudantes Angolanos, em Kisangani, então presidida pelo irmão Dianvuto Dieno Bento, ex – Deputado da bancada parlamentar da FNLA, e ter partilhado a actividade associativa estudantil com os irmãos: Eng.º Domingos Bernardo, Nimi-A-Simbi e tantos outros.
Foi delegado à histórica Reunião dos Estudantes Angolanos realizada em Agosto de 1974, na então Sede da FNLA – Movimento, em Kinshasa, a qual foi orientada pelo irmão Dianvutu Dieno Mbungu Bento. No final da mesma, rumaram para a histórica Base Militar de Kinkuzu onde tomaram contacto com a realidade da Luta heróica contra o colonialismo que estava a ser conduzida pela FNLA. Durante a visita, ficaram impressionados com o alto grau de formação, organização, disciplina e aprumo do então temível e forte Exército de Libertação Nacional de Angola – ELNA.
Sendo pioneiro da luta, membro convicto e devotado à causa do partido, declarada a abertura democrática no país em 1991, participou na legalização do partido junto do Tribunal Supremo, oficializado em 20 de Maio de 1992, de cujo acto foi um dos membros assinantes.
Do seu regresso do Brasil em 1996, por iniciativa pessoal do malogrado irmão Presidente Álvaro Holden Roberto, foi nomeado para desempenhar a função de Conselheiro particular.
Actualmente é docente universitário e membro da FNLA.
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