Cidade de Mbanza Kongo projecta um novo museu

Por Fernando Neto / Mbanza Congo

Um museu destinado a conservação do espólio cultural do antigo reino do Kongo, herdado dos ancestrais e antepassados em 1439, vai ser construído, este ano, na cidade de Mbanza Congo, revelou ao Jornal de Angola, o director provincial da Cultura no Zaire.

Biluka Nsakala Nsenga garantiu que o lançamento da primeira pedra, que vai ditar a construção do museu novo no Zaire, acontece no próximo dia 8 de Julho, um ano depois da capital da província ter sido  inserida na lista de Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco).

Uma das amostras recolhidas no decurso dos primeiros trabalhos de escavação arqueológica, realizados na capital do Zaire foi já transportada para um dos laboratórios nos Estados Unidos, para a autenticação e confirmação da real identidade das peças arqueológicas.

Biluka Nsakala Nsenga, que falava ao Jornal de Angola, no Zaire, frisou que proximamente, realiza-se o concurso público para a escolha da empresa que apresentar as melhores condições materiais e organizativa para a execução da empreitada.

Actualmente, Mbanza Congo conta com o museu dos Reis do Congo, uma infra-estrutura exígua, na qual estão expostas vestes do Rei do Congo e alguns utensílios usados na época. O maior simbolismo do museu, reside no tribunal tradicional, que funciona numa área adjacente à instituição museológica que conserva a tradição em relação ao julgamento dos membros da comunidade acusados de feitiçaria e usurpação de terrenos, cujo principal objectivo é unir as pessoas desavindas.

O responsável do sector da Cultura no Zaire afirmou que as obras de restauração das ruínas do Kulumbimbi (primeira Igreja Católica construída a sul do Equador, responsável pelos primeiros passos da transmissão do evangelho do Cristianismo nesta parte do continente africano) vão ter início em breve.
O projecto, explicou, inclui a construção das vias de acesso às 12 fontes, que serviram de inspiração para Nimi Ya Lukeni, erguer a antiga capital do reino do Kongo, actual Mbanza Kongo.

“As fontes de água vão beneficiar de trabalhos de contenção de ravinas que alteram actualmente a sua real imagem. A empreitadaprevê também, criar as condições condignas que permitam o uso racional das fontes por parte da população que ali acorre diariamente, além de garantir o saneamento e conservação das fontes”, disse Biluka Nsakala Nsenga.

Recomendações da Unesco

A 8 de Julho do ano passado, quando foi anunciado na cidade de Cracóvia, República da Polónia, a inscrição de Mbanza Congo na lista do Património Mundial ficou expresso o papel dos angolanos de aumentarem os níveis de conservação e preservação do espólio material e imaterial do antigo reino do Congo.

Para tal, a Unesco enumerou algumas recomendações a Angola, para cumprimento rigoroso até 2020, como é o caso da construção de um novo aeroporto, em substituição do actual, que divide a cidade e a zona periférica. O Executivo angolano realiza este mês o concurso público de adjudicação da empreitada e posterior início das obras de construção do novo aeroporto, na comuna do Nkiende, a 30 quilómetros da cidade de Mbanza Congo.

A Unesco exige também a retirada das antenas da Unitel e da Rádio Nacional de Angola dos locais em que se encontram actualmente. A Unitel “camuflou” de imediato a sua antena com um revestimento de palmeira.

Vandalismo

Uma das Placas de identificação que ilustram Mbanza Kongo como Património Mundial da Humanidade foi furtada, recentemente, por elementos até agora não identificadas. O Comité de Gestão Participativa do Centro histórico de Mbanza Congo sinalizou com placas informativas os locais que permitiram elevar Mbanza Congo à Património Mundial, com o objectivo de facilitar a sua descrição aos turistas e investigadores.

“Infelizmente, a placa de identificação da antiga casa dos secretários dos reis, onde preparavam o corpo dos reis falecidos, foi furtada por indivíduos não identificados”, disse Biluka Nsakala Nsenga, adiantando que a Polícia Nacional está no encalço dos meliantes.

Via JA

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