COMUNA DE KIBOKOLO VAI SER PRIORIZADA NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROJECTOS DO PIIM

© Fotografia por: António Capitão | Edições Novembro | Quibocolo

Por António Capitão

O administrador municipal visitou a localidade e aponta a necessidade de mais investimentos para que a comuna tenha uma imagem melhor e uma variedade de serviços que atraiam turistas e investidores

A comuna de Quibocolo é considerada como a “porta de entrada” para o município de Maquela do Zombo. Fica a apenas 30 quilómetros da sede municipal.

Na comuna, a Administração municipal tem feito algum investimento para a construção de várias infra-estruturas sociais, como escolas, centros e postos de saúde, residências e outras. Mas são os investimentos do sector Privado que mais despontam.

Os empresários e empreendedores de Quibocolo, residentes e não-residentes, estão apostados em investir no sector da Agricultura, Agropecuária, Hotelaria e Restauração e alguns serviços de Saúde, como postos Médicos e farmácias. Estes também têm erguido residências modernas que dão à vila uma nova imagem arquitectónica.

Ainda assim, é notória a existência de edifícios públicos em avançado estado de degradação. Por isso, o administrador municipal de Maquela do Zombo, que visitou recentemente a comuna de Quibocolo, concluiu que, face ao cenário actual, embora em franco crescimento, a região precisa de mais investimentos para desenvolver.

“A comuna de Quibocolo está em franco crescimento. Mas é preciso ainda mais investimentos, quer públicos, como privados para que este ritmo de crescimento seja acelerado. Ela é a nossa porta de entrada para o município, logo, tem de ter uma imagem melhor e uma variedade de serviços que atraiam turistas e investidores”, disse Samalando Muginga.

Apelo aos filhos de Quibocolo

O administrador municipal apelou aos filhos, amigos e naturais de Quibocolo a investirem mais na região, referindo que a Administração municipal está aberta para facilitar os potenciais investidores quanto aos aspectos administrativos, longe de qualquer burocracia.

Depois de auscultar as preocupações da administração comunal e dos habitantes, o administrador disse que muitos dos problemas vividos podem ser resolvidos localmente. Aqueles que estiverem para além das capacidades da Administração municipal, serão levados para junto do Governo provincial.

“Constatamos que a Administração comunal funciona numa pequena escola, sem as mínimas condições. A maior parte das instalações públicas estão degradadas e merecem, urgentemente, de obras de restauro para conferir maior dignidade aos utentes e funcionários. As escolas devem ser reabilitadas e apetrechadas convenientemente para que as nossas crianças e jovens estudem em melhores condições”, apelou.

 Prioridade para Quibocolo no PIIM2

O administrador municipal disse que em Maquela do Zombo todos os projectos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) foram executados, faltando apenas a conclusão das obras de asfaltagem das principais ruas da vila. Referiu que, na eventualidade da implementação do PIIM2, a comuna de Quibocolo vai ser priorizada com o maior número de projectos, com vista a garantir o desenvolvimento da mesma e melhorar as condições de vida da população.

Destacou que o referido programa vai permitir a construção de mais infra-estruturas sociais, habitações, melhorar as vias de acesso às regedorias, construir mais escolas, espaços de recreação e lazer para os jovens e outras instalações que sirvam para melhorar a imagem arquitectónica da sede comunal e outras localidades.

“Reconhecemos a importância desta comuna para o município. Ela deve merecer a nossa maior atenção e solidariedade. Como administrador, é nosso dever dar soluções aos problemas do povo, sem termos de esperar sempre dos nossos parceiros privados. É uma obrigação, como gestor, ir ao encontro da população para manter contacto com a mesma, saber dos seus problemas e levar a esperança que muitas das preocupações podem ser solucionadas localmente e aquelas que transcendem as nossas competências, contar com o apoio do Governo provincial”, frisou.

Pouca mão-de-obra local nas minas de Mavoio

Numa mensagem apresentada ao administrador, os jovens manifestaram descontentamento com o modelo de recrutamento e selecção da mão-de-obra pela empresa gestora do projecto mineiro de Tetelo-Mavoio. Estes se queixam que poucos jovens da sede comunal conseguiram emprego.

De acordo com a mensagem, lida pelo jovem Adriano Miguel, o levantamento feito pela juventude local indica que o número de jovens da sede comunal a trabalhar na mina de Mavoio não passa de sete, num universo de mais de uma centena de trabalhadores.

“Estamos preocupados com o desemprego, sobretudo juvenil, na nossa comuna. O maior projecto que nos poderia empregar não nos dá esta oportunidade, mesmo estando a ser implementado na nossa circunscrição, o que desvirtua as promessas de responsabilidade social feitas pela empresa”, disse.

O administrador municipal, Samalando Muginga, ao rebater as afirmações do jovem, esclareceu que o facto de poucos jovens da sede comunal conseguirem emprego no projecto mineiro não significa que o mesmo não beneficia a comuna, uma vez que outros das várias localidades circunvizinhas também trabalham nela, o que permite perceber que o processo de recrutamento e selecção tem sido justo, pois é abrangente para toda região”, sublinhou.

Samalando pediu calma e paciência aos jovens, porque o projecto ainda está na fase de prospecção e acredita que quando se chegar na fase de exploração mais postos de trabalho poderão estar disponíveis. Garantiu que a Administração municipal tem instado a empresa gestora a priorizar a mão-de-obra local.

 Laboratório do centro de saúde não funciona

O laboratório do centro comunal de saúde de Quibocolo não funciona há um ano, depois da reabilitação daquela unidade hospitalar.

Na constatação feita pelo administrador municipal de Maquela do Zombo, apurou-se que faltou a devida comunicação das autoridades administrativas para a população.

Na realidade,  depois da reabilitação da unidade hospitalar, o laboratório foi equipado com meios mais modernos, em substituição dos antigos, que eram analógicos.

A falta de energia eléctrica na sede comunal e de um gerador de corrente eléctrica não permite o funcionamento dos novos equipamentos do laboratório. “Vamos, agora, instruir o director municipal da Saúde para que, nos recursos que a Administração municipal aloca àquele órgão, adquira um gerador de corrente eléctrica para suportar o funcionamento do laboratório, pois entendemos que para se tratar bem os doentes, deve se saber, com exactidão, qual é a patologia de que padecem”, frisou.

O administrador comunal de Quibocolo, Sebastião Kissony,  disse que o sector da Saúde, além da falta de mais postos de saúde para desafogar o centro comunal, tem como principal preocupação a falta de médicos e o reduzido número de enfermeiros para atender uma população estimada em 10 mil habitantes.

Acrescentou que na comuna existe apenas o centro comunal de saúde, assegurado por 12 técnicos, dos quais quatro efectivos e oito em regime de contrato.

“Precisamos de pelo menos um médico e mais enfermeiros, tendo em conta a população residente em Quibocolo”, apelou.

As principais doenças que se registam na comuna são a malária, doenças diarreicas, gripe, hipertensão arterial, infecções respiratórias, febre tifóide, infecções urinárias e parasitoses intestinais.

Via JA

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