Depois de 3 semanas de cerco, o lider extremista Bakongo da RDC, foi capturado e preso.

No momento da captura do líder de Bundu dya Mayala, Ne Muanda Nsemi, com a camisa azul.

Por Sebastião Kupessa

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Foi na tarde da passada quinta-feira, dia 3 de Março, que a polícia congolesa anunciava a captura do líder do movimento político-religioso Bundu dya Mayala, BDM, e a sua esposa. O Deputado Nacional Congolês, Ne Muana Nsemi, era procurado por incitação à violência e ofensas ao chefe de estado congolês, Joseph Kabila Kabange.

Depois da justíça da RDC ter pedido a comparência, há um mês, do Ne Muanda Nsemi, para justificar, as razões das cenas da violências que opuseram os fiéis do Bundu Dya Kongo (BDK), a ala religiosa do movimento que dirige, com as forças de ordem, ocasionanando uma dezena de mortos que a polícia congolesa, teve a autorização de prender pela força, o deputado eleito em Kinshasa, capital da RDC.

Com efeito, a ausência da sua comparência perante a justíça congolesa, foi qualificada de rebelião pelas autoridades, importantes meios foram postas a disposição das forças especiais da polícia congolesa, para capturar o lider Konguês. Há três semanas que a sua residência, na Ma campagne, um bairro residêncial luxoso, na Comuna de Ngaliema (ex-Mbinza) de Kinshasa, estava sitiada pela policia, que suspeitava a sua presença no local, visto o número elevado de Makesa, a sua milícia privada, que investiu o local antes, no intuíto de proteger o seu líder espiritual.

Durante as três semanas que a “república de Bundu dya Mayala” estava assediada, a polícia não conseguia investir a residência do Ne Muanda Nsemi, porque colidia-se com uma forte resistência de makesa, composta não só por jovens fanáticos, como também por crianças, velhos e mulheres, que foram utilizados como escudos humanos.

Finalmente a polícia, graça ao uso de gaz lacrimogénio, consegue penetrar no pátio, dispersando os crentes da causa Kongo, momentos depois, num assalto espectacular, digno de um film de hollywood, penetra na residência e apreende o político-religioso, que encontrava-se entricheirado, desarmado, num dos seus quartos e levado perante a justíça que decretou a sua prisão preventiva no triste e famoso o centro de reeducação de Makala.

Recordámos que o Bundu dya Kongo (BDK), a ala religiosa do movimento político Bundu dya Mayala (BDM) foi proibida de exercer as suas actividades esprituais na RDC, em 2008, ano que foram massacrados pelas forças da segurança da RDC, dezenas de membros deste grupo que reclama, entre outros, a restauração do antigo Reino do Kongo e a independência da única província costeira, a Kongo-Central, rica em petróleo, que faz fronteira com Angola, no sudoeste do país.

Segundo nossas fontes no local, no passado dia 22 de Janeiro deste ano, um grupo de adeptos de BDK em clandestinidade, apresentou-se ao comissariado da polícia do território de Kimpese, na província do Kongo Central (ex-Baixo Zaire), reclamando o corpo sem vida de um dos seus dirigentes, abatido pela polícia, por razões que restam por esclarecer.  A recusa da policia originou o confronto direito com os crentes, que ocasionou uma dezena de mortos e centenas de feridos. Alguns membros do BDK, em fúria, conseguem paralizar a estrada principal de Kinshasa-Matadi e actividades economicas da “Cité” de Kimpese, durante alguns dias. A residência local do vice-ministro das Infrastructures da RDC, Papy  Mantezolo, membro do partido político Bundu dia Mayala, culpado de não apoiar o seu líder, foi dancificada pelos manifestantes. Os mortos, todos, pertencem ao movimento espiritual e independentista do Kongo-Central, enquanto os feridos na sua maioria são habitentes de Kimpese.

Para além de ser um líder de um movimento que reclama liberdade cultural, religiosa e política de uma parte da popluação da RDC, Ne Muana Nsemi, é um político popular e um opositor mais declarado do actual presidente da RDC, Joseph Kabila, que alguns analistas, supeitam que provocou os confrontos de Kimpese, para ter o pretexto, de calar para sempre, uma das vozes que o incomoda.

 

Comentário

1 Comment

  1. Bundu dia Kongo precisa voltar seus olhares para o Brasil, haja vista que sua missão e propósito é resgatar as premissas religiosas e culturais do antigo Reino do Kongo. Sendo o Brasil o maior recebedor de africanos escravizados vindos de Angola e Kongo tem vasto material impresso e vivo (tradição oral) para contribuir para esse resgate e empoderamento do povo africano e afrodescendente. Bundu dia Mayala enquanto partido político faz uso de seus direitos para lutar em favor de uma causa, se o líder não faz jus às reverências que recebe quem deve decidir isso é o povo, nas urnas!

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