
Por Valter Gomes e Nicodemos Paulo
Integrada por médicos, técnicos do Ambiente, Energia e Águas, a equipa está a desdobrar-se em actividades, que visam aumentar o consumo de água potável, eliminar os focos de contágio das doenças e disseminar informação às comunidades sobre as formas de prevenção.
A delegação, liderada pelo secretário de Estado para Área Hospitalar, Altino Matias, reuniu-se já com a Comissão Provincial de Combate à Malária e Cólera e elaborou um plano de acção, que vai orientar as actividades dos técnicos nos próximos dias.
O governante referiu que é urgente o envolvimento de todos para evitar a proliferação da doença em todos os bairros e municípios da província.
“O sector das Água deverá melhorar e aumentar a quantidade de água. Nas comunidades onde não chega água canalizada, devemos ensinar a população a esterilizar, remover os amontoados de lixo, sobretudo, aqueles que estão próximos dos locais de onde retiram a água para o consumo, capinar os arredores das residências, para evitar mosquitos, construir latrinas e, em caso de alguém apresentar sintomas de cólera, leva-lo imediatamente para o posto de saúde mais próximo”, disse.
O secretário de Estado referiu ainda que os técnicos envolvidos nesta tarefa serão seminariados, para actualizar conteúdos e procedimentos para permitir que todo o pessoal envolvido esteja alinhado na mesma direcção e produzam resultados positivos.
“Na sala especial de cólera estão a trabalhar técnicos militares, polícias e enfermeiros que nunca estiveram envolvidos neste quadro. Por isso, há que segui-los”, disse. A directora provincial da saúde, Madalena Diogo, indicou que o combate à cólera e o paludismo passa pelo incremento das medidas preventivas nas comunidades, onde as populações estão já a ser sensibilizadas para fazer uso de mosquiteiros, queimar o capim, evitar os tratamentos caseiros de qualquer patologia, cozinhar bem os alimentos, assim como protegê-los das moscas e evitar a comidas vendidas na rua, sem as regras básicas de higiene.
A sala de atendimento especial, criada no Hospital Central do Uíge conta com quatro médicos e 20 enfermeiros. E para reforçar a capacidade de atendimento, espera receber mais médicos e outros técnicos de saúde. Terça-feira, foram entregues camas de cólera, baldes e soro.
Situação epidemiológica
Entretanto, seis pessoas morreram, nos últimos quatro dias, e mais de 140 novos casos de cólera deram entrada no Hospital Geral do Uíge. Os bairros Orlando Fonseca, Kakiuia e Catapa são os mais atingidos, disse ontem, na cidade do Uíge, o Secretário de Estado de Saúde para área Hospitalar, Altino Matias.
O responsável, que revelou os dados durante o encontro que manteve com as autoridades tradicionais, religiosas, agentes comunitários e a sociedade civil, disse que a situação é preocupante e exige o engajamento de todos no combate à doença, bem como no cumprimento obrigatório das medidas de prevenção por parte da população, para se evitar o surgimento de novos casos.
O governante disse que a situação é inquietante, devido o aumento exponencial de casos. Só nas últimas 72 horas, o número subiu de 50 para mais de 100 casos positivos e seis óbitos, sendo três extra hospitalares.
“Isto é preocupante, dada a posição geográfica da província e a mobilidade das pessoas. Temos que estancar o doença aqui no Uíge, para não se alastrar a outras paragens”, disse.
Para o secretário de Estado, a aposta do Ministério da Saúde vai no sentido de não haver mais óbitos, nem novos casos de cólera na cidade do Uíge. O governante aconselhou os habitantes a não manterem em casa pacientes com a doença, devendo, ao invés, comunicar imediatamente aos técnicos de saúde para o levarem ao centro de tratamento de cólera.
Via JA
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