Estado caótico de água de Kimbele segue em passos largos

Imagem de Wizi kongo

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 17/11(Wizi-Kongo) – Dos pântanos transformados em cachimbas, a população de Kimbele, 260 quilómetros a nordeste da cidade do Uíge, extraí água caótica para o consumo humano, uma situação que soma e segue em passos largos. O sol nasce todos os dias em Kimbele, mas é no nascer deste sol, logo nas suas primeiras horas da manhã que o sofrimento de sua gente começa.

Crianças e adultos, às 5hs:30′, aproveitam levantar-se da cama e vão as cachimbas com bidões, baldes e banheira, para, chegar-no primeiro e aproveitar ser os primeiros acarretar a água meia limpa, pois mesmo aquela hora já se encontra turva, as vezes, através dos locais serem impróprios. No encontro, concretamente, nas cachimbas, quer nas primeiras horas do dia, ao meio dia ou mesmo a tarde do dia, a ordem de chegada nem sempre é tida, motivo este que vai causando discussões, que, muita das vezes, termina em pancadarias entre moradores do mesmo bairro ou de um outros bairros e, por vezes, os mais inconformados ou injustiçados, sujam a água e todos voltam a casa sem o precioso líquido.

Essa situação de água no Kimbele é sentida na pele, na carne e nos ossos para os moradores dos dez bairros periféricos da referida vila, concretamente, Kimbele bairro, Kumayungui,Te­xaco,Kimuxikita, Kilo­nge ,Kisangui, Missão católica, Boa Idéia, Futungo e Kindondo, uma trajetória diária enfrentada com muito esforço, principalmente, com o aumento cada vez mais de habitantes nestes bairros, fazendo com que os locais próximos onde se retirava a água boa para o consumo, deixaram de ser e, com isso, as famílias são obrigadas a percorrerem distâncias e a escalar montanhas com peso sobre cabeça, ombros ou braços, começaram por dizer hoje, domingo, os moradores da vila de Kimbele, numa das cachimbas onde o Wizi-Kongo encontrou-os.

Essa água e o local que vês onde vai sendo retirada, afirmou, uma munícipe Maria do Rosário, é fonte de doenças também porque quando as chuvas se abatem levam todo lixo humano de cima e arastam-no cá em baixo e, depois disso essa água é consumida, antes, lembrou, com o índice pouco elevado de habitantes a situação era normal, mas hoje a população cresceu de que maneira e até onde não se poderia construir, se construiu, e não tendo um sistema de rede pública de água, veio complicar a vida dos moradores.

Para Salvador dos Santos, outro entrevistado, admitiu que é apartir das cachimbas que as rivalidades, discussões e outras encrencas, entre adultos e crianças costuma começar e depois acaba alastrando-se em fortes conflitos, que as autoridades públicas muita das vezes não conseguem ter a bagagem para os selecionar. Entretanto, Vivito, como é também conhecido, concordou com a primeira entrevistada, que, a mesma água retirada nestas cachimbas é também via de transmissão de doenças, que o hospital regional de Kimbele não possuí potencial de as curar.

Imagem de Wizi-Kongo

O também activista inconformado com a situação caótica de água na sede da vila de Kimbele, apontou, “essa montanha que parece torre de Babel, é enfrentada pela população sem distinção de idade, sexo ou estado físico, crianças de 5 a 6 anos de idade, carregando pesado o que vai além da sua força física, mesmo com sol ardente, essas crianças levam bidões cheios de água turva para beber e não só”.

Na mesma abordagem, Lopes, outro munícipe, observou que através das corridas para sã chegar primeiro nas cachimbas ou mesmo por motivos do peso, as crianças vão descalças nestes lugares e por ser sítios impróprios, acabam por colocar a sua saúde por vários factores de riscos que estes locais oferecem, igualmente, continuou, as mulheres grávidas, lidam com a mesma situação, levando 40 litros de água, numa só vez, sendo um bidom de 20 litros na cabeça e outro na escosta, arriscando-se do seu estado de saúde e da futura criatura.

Imagem de Wizi Kongo
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