Estrada de Cangola a comuna do Bengo sem “ares da Paz”

Por Alfredo Dikwiza

Uíge, 21/03 (Wizi-Kongo) – Os ares da Paz, que soaram Angola, no dia 04 de Abril de 2002, trouxeram para as demais regiões do país a recuperação de estradas, pontes, barragens, entre outras infra-estruturas, dando cor, alegria e luz na vida dos citadinos, situação de género que não vivida na estrada que liga a sede do município de Cangola a sua comuna (Bengo), numa distância de 52 quilómetros.

Trata-se de uma estrada de ligação entre as duas vizinhas províncias do Uíge, nomeadamente, Malange e Cuanza Norte, que passa para sede do município de Cangola e vai até a comuna do Bengo, dando sequência as duas província, uma vez asfaltada facilitaria as trocas comercias de ambas população, bem como na circulação de bens e serviço e nas viagens da ida e regresso para a capital do país, Luanda.

Da sede de Cangola para a comuna do Bengo, a distância é de 52 quilómetros, uma estrada difícil de se andar de carro ou de motociclo, por ser repleta de obstáculos como buracos (alguns a cima dos cinco metros), charcos de água, valas, areia e capim fechando as duas faixas de rodagem, uma autentica prova de vida para os motoristas e motociclos, bem como seus ocupantes que fazem daquela estrada o seu vai e vem.

Circular na estrada Cangola/Bengo e assim vice-versa, os motorista, na sua maioria camionista, pois, dificilmente naquela estrada se consegue circular veículos de pequena resistência (salva-se o erro para os carros de marca Land Crusir e Hilux), são a princípio avisados andarem munidos com catanas, machados, enxadas, entre outros instrumentos de trabalho, para, que, uma vez, que seus carros ficam presos num dos obstáculos, consigam através dos instrumentos de trabalhar dar um jeito, o que muitas das vez nem sempre resulta.

São apenas 52 quilómetros, que em condições normais se poderiam percorrer por 25 a 35 minutos, na verdade, são consumidos de carro (camião) três a quatro horas de tempo ou mais, quanto aos motociclos conseguem consumir um tempo equivalente a uma hora e tal, tornando assim, aquela localidade sem do merecido desfrutar dos ares da Paz, que, no próximo dia 04 de Abril, completa 17 anos de existência.

Por ter uma circulação débil de carros, a vida dos cidadão daquela circunscrição é cada vez mais péssima, principalmente ao adquirir os alimentos da cesta básica como arroz, açúcar, óleo alimentar e massa alimentar, bem como peixe seco e fresco, assim como vestuário, entre outros bens de primeira necessidade. Com potencial na produção de bombo, café, feijão e batata rena, os bens produzidos pelos habitantes da comuna do Bengo, muita das vezes acabam por não ter saída, ou seja, muita das vezes acabam por estragar-se armazenas em casa, pois, os preços de transportação cobrados por alguns camionistas, acabam por pesar mais nas contas dos produtores, fazendo com isso, os habitantes em algumas épocas, limitarem-se apenas no cultivo de produto pensando na subsistência e nada mais.

“A falta de estrada asfaltada, coloca-nos numa situação extremamente difícil em plenos 17 anos de paz, para deslocar-se da sede do município, para as cidades do Uíge, Malange ou Cuanza Norte, é preciso passar por um sacrifício maior, como se de uma prova de vida se tratasse, aliás, é nada mais e nada menos do que essa situação ser comparada a uma prova de vida”, esclareceu, hoje, quarta-feira, em declarações ao Wizi-Kongo, o professor Kassule Gomes.

Para o residente, Augusto Isaac Ngola disse sentir a sua localidade que lhe viu a nascer estar sob sua sorte, porque a falta de uma estrada condigna e que por sinal é uma estrada inter-provincial, dificulta muitas realizações por parte do próprio estado, empresário e habitantes da circunscrição. “Essa comuna é possuidora de um recurso mineral, no caso, o cobre, que no passado os habitantes fabricavam com ele instrumentos de trabalho, principalmente, a enxada, catana e lanças para defesa, este mineral carece de um estudo nos dias de hoje e é benéfico caso os estudos fossem já feito, para num futuro breve, caso for o caso, vir a ser explorado, fazendo com isso, a comuna ser erguida com os recursos que sairão de seu solo”, observou um dos sobas que proferiu um anonimato.

Com aproximadamente 15 mil habitantes, a comuna do Bengo, dista a 225 quilómetros da cidade do Uíge, sendo constituída por 30 aldeias. O kimbundo e o português são as duas línguas de comunicação.

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