Por Nicodemos Paulo
Os festejos dos 101 anos da cidade do Uíge começaram domingo e vão até ao próximo dia 8, com diversas actividades agendadas.
Este ano a cidade não apresenta os habituais enfeites que desper-tam atenção dos moradores e visitantes, mas, ainda assim, a Praça da Independência, local que acolhe a feira agropecuária, comercial e industrial, já apresenta muita afluência de populares.
A festa da cidade do Uí-ge, que se celebra de 1 a 8 de Julho, é um momento de encontro e reencontro de amigos e filhos da terra, que aproveitam a oportunidade para visitar a cidade, parentes e conterrâneos, num ambiente de alegria, desportivismo e cultura.
Durante as festas realizam-se jornadas de reflexão sobre vários assuntos, cultos ecuménicos, espectáculos musicais, torneios de futebol, de artes marciais e concursos de beleza.
Algumas hospedarias e restaurantes da cidade estão a ajustar os preços, para atrair clientes, tendo em conta que nos últimos meses a clientela tem sido muito escassa e a taxa de ocupação de quartos muito baixa, como afirmou George António, da hospedaria Kundica.
“A festa da cidade é sempre uma oportunidade para facturar alguma coisa, por isso ajustamos os nossos preços, para conseguir atrair alguns visitantes”, frisou. Na Praça da Independência foram loteados mais de seiscentos lugares para acolher os que desejarem montar barracas, boutiques e quiosques, para venda de livros, roupa, bebidas, comida e outros bens.
Maria Rita, vendedora de cerveja, disse que é “habitue” e gosta de ser a primeira a montar a sua barraca, em lugar bem visível, para poder fazer boas vendas. “Mal cheguei, já ven-di duas grades, enquanto as outras preocupam-se com os lugares e com a energia. Eu já tenho tudo isso e os trabalhadores já começaram a vir aqui para consumir e descansar”, disse.
Joaquim Barros, electricista e morador do bairro Papelão, aproveita a festa da cidade para amealhar algum dinheiro nas ligações eléctricas que vai fazendo nas barracas, onde lhe pagam mil a mil e quinhentos kwanzas. “Estou próximo de casa e monto aqui o meu posto de trabalho. São mais de duzentas barracas e durante sete dias ligo e dou solução a problemas ligados à energia eléctrica, em vez de ficar parado”.
No local vão chegando camiões provenientes dos municípios, carregados de produtos agrícolas, para expor e vender a preços promocionais, como nos disse Rosário Paulo, do Bembe, produtor de laranjas. O fazendeiro afirma que é seu desejo vender pelo menos cinco toneladas ,para não ter que mandar a Luanda, onde tem conseguido vender alguma coisa.
“Vamos ver se a população vai comprar o nosso produto ou pode aparecer um industrial para fazermos uma parceria, porque temos muitos prejuízos na deslocação para Luanda, onde muitas vezes ficamos nos mercados dois a três dias”, frisou.
Além dos produtos agrícolas e industriais, acorrem também à Praça da Independência terapeutas tradicionais, que vão realizando publicidade dos seus produtos e curas, o que faz da festa um verdadeiro mercado de oportunidades, que tem nos turistas os principais clientes e pacientes.
O ponto alto destas festividades é a noite do dia 7 para 8 de Julho, em que se realiza o espectáculo músico cultural, com grandes estrelas da música angolana. Nessa noite, espera-se que todos os caminhos vão dar à Praça da Independência, onde, à meia-noite, haverá fogo-de-artifício, lançado a partir dum palco que já está a ser montado.
Via JA
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