FELIX LALO: JORNALISMO COMO GRANDE DESAFIO

Por Rui Ramos

O jovem do Uíge perseguiu sempre o seu sonho de ser jornalista e não hesitou ir para Luanda para se formar e trabalhar na Rádio Tocoísta.

Félix Lalo nasceu a 1 de Março dos finais dos anos 1990, filho de Ricardo Félix e de Julieta Ernesto, nas terras do bago vermelho, o Uíge, onde viveu até 2017.

Desde tenra idade Félix Lalo ganhou o gosto em ouvir Rádio, por influência do seu Pai, “um bom ouvinte até aos dias de hoje”.

Naquela altura a Rádio era o meio de comunicação mais acessível, e na época Félix Lalo, recorda, já acompanhava os jornalistas Estanislau Garcia, Vânia Varela, Isaías Afonso, engtre outros.»

“Desde sempre sonhei ser jornalista, quando mais novo na minha terra natal era um menino focado nos estudos e um bom ouvinte de Rádio, e nos momentos de brincadeira juntava-me com alguns amigos e imitávamos vários jornalistas!, diz sem hesitar.

Em 2007, Félix Lalo viu o seu sonho quase adiado por conta de uma intervenção cirúrgica mas depois de dois anos, totalmente recuperado, decidiu seguir o seu sonho, “mas a grande dificuldade era onde formar-se em jornalismo, porque no Uíge não havia nenhuma escola ou centro que tivesse no seu programa o curso de comunicação. Quando Félix Lalo se apercebeu de que era quase impossível formar-se no Uíge, pensa em abandonar a província para ir para Luanda e estudar no Cefojor, em sistema de internato, ideia que foi recusada pelo pais, devido à sua pouca idade.
Félix Lalo conformou-se e entendeu que os pais tinham razão. “Tendo o apoio incondicional do meus pais, em 2009 frequentei os cursos de informática na óptica do utilizador e hardware.”

Desde muito cedo, Félix Lalo gostou de trabalhar. Em 2009, frenquenta o curso de reparação de telemóveis e depois de ter terminado passa a reparar telemóveis, até que em 2010 os país lhe compram o seu primeiro computador.

“Com o computador, pensei em como ganhar dinheiro e surgiu-me a ideia de procurar um local no bairro onde nasci e cresci, o Candombe Velho, defronte das actuais bombas de combustível, e aí instalei uma bancada e com o computador, mais um dispositivo de som (Coluna) passei a enviar músicas para cartões de memória, telemóveis e pen-drives, cada música custava 50 kz.

Esta actividade proporcionava a Félix Lalo um rendimento diário entre os 7 e os12 mil kz. Com o dinheiro ganho, instalou um outro computador no bairro e pôe um amigo a tomar conta, mas o amigo, diz com tristeza, não foi muito leal, até que o segundo computador ficou inoperante.
Mas continuou no comando da primeira bancada, até conseguir um espaço dentro do mercado do bairro Candombe, onde passou a vender cosméticos e chinelos, o que não correu bem, porque Félix Lalo não queria perder o foco na formação- Tendo colocado um primo a tomar conta do negócio, este faliu.

No final de 2012, por causa do gosto pela música, Félix Lalo decide ser Dj, e tocava em diversas festas de bairro, “só para descontrair”. Mas depois de o terem convidado para tocar num casamento, no Cine Ginásio do Uíge, onde lhe foram pagos 80 mil kz, Félix Lalo passou a levar mais a sério a sua actividade…

No ano seguinte Félix Lalo recebe a informação de um centro que tinha o curso técnico-profissional de jornalismo e sem mais delongas inscreveu-se, tendo como formadores Domingos André (RNA), Xavier Basílio (TPA), Joaquim Júnior (Jornal de Angola) e Antônio Capitão (Angop).

Terminada a formação, Félix Lalo larga a actividade de Dj para se dedicar ao Jornalismo. “Ainda em 2013 convenci dois colegas a deslocarem-se ao município do Bembe, a 150 km da cidade do Uíge, em busca de uma oportunidade no centro de produção da RNA.”

Depois de um teste foram admitidos e começaram a trabalhar mas duas semanas depois regressam à sede da província, e não mais voltaram.

Em 2014, Félix Lalo começa a trabalhar na Rádio Quitexe e oito meses depois foi transferido para a Rádio Provincial do Uíge (Rádio Uíge), do Grupo RNA, onde conduziu inicialmente o programa Rádio à Noite. Fruto da sua dedicação, Félix Lalo passou a apresentar diversos programas na mesma Rádio.

No final de 2017 terminará o seu vínculo com a RNA e foi neste ano que Félix Lalo decide abandonar o Uíge, para ir viver na capital do país, e dar seguimento à sua formação.
A 19 de Março, de 2018, Félix Lalo abandonou tudo para seguir para Luanda e recomeçar a sua vida. Félix Lalo saiu do Uíge em 2018, por motivos de formação e em busca de novas oportunidades a nível profissional. “A minha aspiração ao mundo do jornalismo era imensa e o meu sonho não tinha limites”.

“Em Luanda, passei por muitas dificuldades, mas tive sempre o apoio incondicional dos meus pais, a partir do Uíge, e dos meus amigos-irmãos Filiandro Filas e Nildo Vidal”, recorda, para acrescentar: “Em meio a tantas dificuldades, pensei em desistir e regressar ao Uíge, mas mantive-me firme e continuei a caminhar. Ainda em 2018, Nildo Vidal convida-me a fazer parte de um projecto radiofônico on-line, tendo aí permanecido durante 8 meses.”

No ano seguinte, Félix Lalo “ganha coragem” e vai à Rádio Tocoísta, onde foi aceite pelo director, o pastor e jornalista João Ndombaxe Sebastião. “Entrei como repórter e em 2020 passei a apresentar o principal serviço de notícias da estação.”

Há dois anos, Félix Lalo foi convidado para ser o apresentador e coordenador do maior programa de informação matinal da Rádio Tocoísta (Njango Informativo), programa que faz até hoje, todas as manhãs, de segunda a sexta-feira.

Actualmente, Félix Lalo representa a Rádio RTM, com sede nos Estados Unidos, e é coordenador-adjunto do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Conselho Empresarial Juvenil de Angola.”

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