FNLA travada no dia da repressão

 

A Polícia Nacional na província de Malanje proibiu, quarta-feira, uma marcha automóvel organizada por militantes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com o objectivo de saudar os 56 anos da repressão colonial na Baixa de Kassanje.

“A polícia não foi comunicada para manter a ordem dessa marcha”, disse ao Novo Jornal uma fonte do comando provincial de Malanje da Polícia Nacional.

“Marcha dessa natureza exige uma comunicação antecipada”, acrescentou a fonte salientando que cerca de 500 manifestantes, trajados com camisolas e material de propaganda do partido, queriam sair sem autorização.

“Demos ordens para que os militantes regressassem à sede do partido”, precisou a fonte, argumentando que ninguém foi detido durante a tentativa de marcha.

O porta-voz da FNLA, Joveth de Sousa, e o representante da organização da marcha em Malanje foram convidados a prestar esclarecimentos no Comando Municipal da Polícia Nacional.

“Nós, FNLA, tendo sido os protagonistas da luta para a independência de Angola custa-nos acreditar que a dimensão desta tenha sido subestimada pelos poderes constituídos depois da independência de Angola”, disse o porta-voz.

Segundo o porta-voz, a FNLA jogou um papel preponderante para a libertação de Angola do jugo colonial português.

“Era um momento importante para homenagearmos os angolanos massacrados na Baixa de Kassanje. Infelizmente a polícia interrompeu a marcha”, lamentou Joveth de Sousa. Refira-se que o acto central nacional de reflexão sobre os massacres dos camponeses da Baixa de Kassanje aconteceu no município do Quela, a 115 quilómetros a nordeste de Malanje, com a presença do ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Cândido Van-Dúnem.

O 4 de Janeiro de 1961 representa um marco histórico que atingiu mais de dez mil camponeses da ex-companhia de Algodão de Angola (Cotonang), na Baixa de Kassanje, que foram barbaramente assassinados pelos colonialistas portugueses, por exigência dos direitos de trabalhadores, abolição do trabalhado forçado, isenção de pagamentos de impostos e outros maus-tratos a que estavam submetidos.

Via NJ

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