Por Alfredo Dikwiza
Uíge, 02/02 (Wizi-Kongo) – Era o regresso às vitórias e conquistas, 34 anos depois de estar ausente do Girabola, quando em 2014, concretamente no dia 11 de Dezembro do respectivo ano, na cidade do Uíge, fora assegurado pelo presidente da mesa da assembleia-geral do clube Construtores do Uíge, Fernando Garcia Miala, que a sua agremiação desportiva ganharia em 2016 um estádio de futebol construído de raiz, com capacidade para acolher seis mil espectadores.
Aquando da sua afirmação, foi considerada como uma promessa valiosa das mais doces da década 2010/2020, para toda a região do Uíge e de Angola por ter sido o renascer das cinzas de um dos clubes mais esperado no mosáico futebolístico do país, cuja história lembra ser um dos primeiro que brilhou e encheu de orgulho a nação angolana logo na génese do Campeonato da Primeira Divisão Nacional, vulgo hoje, GirabolaZap.
Garcia Fernando Miala acabava de garantir a promessa para a construção do estádio da sua equipa, minutos depois da realização da mesa redonda que naquele ano abordou o desenvolvimento do desporto na região, com participações de figuras de desporto da elite, políticos, governantes, antigos jogadores locais e não só, cujo palco da actividade foi no Cine Ginásio, na rua do Comércio, no centro da cidade do Uíge, juntos à sede dos azuis e branco do FC local, outro team há muito tempo adormecido.
Em 2014, os Construtores encontravam-se parados há 30 anos desde a sua última aparição na maior competição futebolística do país, que data desde 1984. Porém, foi neste ano/2014 que o actual homem forte da inteligência angolana, igualmente ao serviço dos Construtores, começou por pensar reerguer na base o gigante adormecido, ou seja, apostar na construção de infra-estruturas e, com isso, voltar o nome dos Construtorres na boca dos angolanos de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste, bem como além-fronteira, como outrora orgulhou a nação deste país e não só.
O também general angolano, por não ter efectivado a sua promessa, numa altura em que achava-se ao regresso às vitórias e conquistas, o falhanço de Garcia Miala, mantém até hoje dos Construtorres sucumbidos, ficando apenas gravada na memória da história futebolística do país, tudo pela glória e resultados que eram alcançados a qualquer campo do país que fosse jogar.
Aliás, durante a sua odisseia no Girabola, conseguiu várias vezes ver os seus jogadores serem chamados na selecção sénior de Angola, os Palanca Negras. Apenas para citar, na década 70/80, os Construtores do Uíge tiveram entre grandes nomes de atletas que galvanizaram estádios de Angola e África, a exemplo de Vicy e Carlitos, Bento, Miguel Manzueto, Matondo Zumbel, Ndombasi “Adelar” e Boca Doce, alguns tinham sidos convocados nos Palancas Negras dos velhos tempos, cuja lembranças para quem os viu a jogar causam o deslizar das lágrimas e suspiros profundos de emoções.
Para 2016, era tido por Garcia Fernando Miala como o ano da colheita, pois, é neste período que o Clube dos Construtorres do Uíge, ganharia um estádio de futebol construído de raiz com capacidade para seis mil pessoas. Obra do projecto cuja execução contaria com o apoio do governo local, num período em que Paulo Pombolo assumia os cargos de governador e de primeiro secretário provincial do MPLA no Uíge.
Para tal, o aludido estádio desportivo seria construído no bairro Gay, três quilómetros a norte da cidade do Uíge, contaria ainda com uma pista para a prática do atletismo, segundo afirmara Fernando Garcia Miala, que fazia saber também que a equipa iria privilegiar os escalões de formação em futebol, para depois ambicionar chegar as altas competições futebolísticas do país e não só.
Ao abono da verdade, embora o tempo passou e lá já se vão 36 anos desde a sua última participação na tão cobiçada e desejada prova da modalidade rainha no país, ainda assim, quando fala-se de Construtores remete há uma história como se fosse em 2019, que a mesma teve a sua última participação na referida competição futebolística.
Para isso, não se pode falar do futebol na província do Uíge ou mesmo de Angola, e esquecer citar o Clube dos Construtores. Assim, os Construtores é um dos clubes históricos no mosaico desportivo do país, por constar no leque das primeiras formações que disputou a primeira competição doméstica de igual para igual com as outras equipas, principalmente nos trumunos diante do 1º de Agosto, TAAG, Ferrovíario e Desportivo da Chela da Huíla, Sassamba da Lunda-Sul, Nacional de Benguela, Académica de Lobito, Progresso de Sambizanga e Mambroa do Huambo.
Na face do Miala, Construtor “gatinhou”
Na era de Fernando Miala aos destinos dos Construtores do Uíge, conseguiu reabilitar e com bons olhos de ver, a sede onde funciona o clube, no bairro Popular nº 01, na rua Norton de Matos, um local para quem ali passa serve de alimentar os olhos fruto da beleza que apresenta, o que faz com que atraia as pessoas, quer estejam a passar a pé, de motociclo ou carro.
Além da reabilitação e apetrechamento do imóvel, assistiu-se várias vezes a equipa participar em provas locais de futebol e de outras modalidades de sala, bem como a recuperação de alguns jogadores que nos velhos tempos souberam soar e honrar o bom nome do clube e representar com orgulho na arena nacional o símbolo da província, bago vermelho.
Nesta era, é notório a existência de uma viatura de marca Hiace, timbrada com o logótipo do clube, que servia de auxílio aos vários trabalhos administrativos e não só, com certeza. Mas, de um tempo por essa parte, a viatura perdeu de vista aos olhos de quem deambula pela cidade do Uíge, quer de dia ou de noite, na chuva ou no sol.
Igualmente, é neste período que a referida agremiação desportiva, chegou a ser patrocinada em termos de materiais desportivos e não só, pelo empresário e presidente na altura da equipa do Progresso da Lunda Sul, Santos Bikuku. Cuja marca do equipamento dos Construtores neste período era a Lacatoni.
Regresso dos Construtores ao Girabola/2015 frustrado.
Enquanto aguardava-se no lançamento da primeira pedra para as obras do estádio de raiz, a direcção dos Construtores não cruzou os braços, em 2014, contrataram um treinador português, Pedro Cálix, inscreveram a equipa no campeonato provincial, em espécie de rodar o conjunto com vista a participação no zonal de apuramento ao Girabola/2015.
A intenção da equipa técnica e da direcção do clube era a de começar a ganhar a competição local e posteriormente sagrar-se campeão na série divisionária em que estaria envolvida, rumo a devolver a alegria aos seus adeptos e simpatizantes, que há anos solicitam o regresso da mesma onde já um dia teve proeza. Mas o regresso dos Construtores ao Girabola/2015, fora frustrado.
Entretanto, neste mesmo ano, o técnico de nacionalidade portuguesa várias vezes disse sentir-se feliz por abraçar o projecto dos Construtores, que pretendia organizar-se primeiro nos trabalhos caseiros e levar o nome do clube ao nível nacional e internacional, cujo trabalho era árduo com o propósito de atingir o objectivo inicialmente almejado.
Não faltaram intenções também de ir estagiar a equipa em Portugal, depois que teria culminado o campeonato provincial, em Junho do mesmo ano. O desejo de ir a Portugal era entre os meses de Junho e Julho para preparar o conjunto, tendo em perspectivas o campeonato da segunda divisão/2014.
Um ano depois, isto é, em 2015, parece que o golpe foi fatal o de não terem conseguido atingir o Girabola/2015 e não deu-se a continuidade deste projecto, neste ano, simplesmente, tudo esmoreceu, o treinador deixou de existir, os jogadores arrumaram para outros ares e o nome do clube, como é óbvio contínuo, mas com o sonho adiado que até ao momento não chega, quanto ao regresso ao GirabolaZap.
Fundado a 03 de Março de 1978, actualmente presidido na direcção por João Isaac Miranda, os Construtores possui sua sede no bairro Popular nº 1, na rua Norton de Matos, cuja equipa tem como cores o verde e amarelo.
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